Karina Brasil Pires Coelho
No dia 20 de agosto, estreou em todo o país o filme O Pequeno Príncipe – baseado na obra atemporal do francês Antoine de Saint-Exupéry –, uma adaptação muito elogiada pela crítica, com direção de Mark Osborne. O livro foi publicado em 1943 nos EUA e, posteriormente na França, em 1946. Lido por milhões de pessoas e traduzido em mais de 180 línguas, é um dos maiores fenômenos da literatura mundial.
Um aluno assistiu ao filme e questionou a ignorância do autor a respeito do personagem do geógrafo, que, tanto na tela quanto no livro, desconhece seu planeta, relega aos exploradores a função de descobrir e descrever suas impressões sobre as paisagens, para que ele, o geógrafo, possa anotá-las. “A geografia é muito mais do que isso, isso é um desserviço!” – esbravejou o aluno contrariado. Acredito que Saint-Exupéry tinha motivos para expor essa alienação.
O livro é uma obra de ficção, em que o autor narra a estória de um menino-príncipe, que viaja por vários planetas, sete, mais precisamente, e, em cada um, se depara com mistérios personificados de diferentes formas: objeto, animal, planta, fenômeno, comportamento, homem. Esses mistérios são sempre questionados, tanto com a leveza quanto com a profundidade da insistente curiosidade de uma criança, que enxerga o presente, o real. A obra apresenta belas ilustrações, desenhadas pelo próprio Exupéry, as quais retratam um universo lúdico, infantil. Entretanto, embora o personagem, a ambientação e o próprio enredo remetam o leitor ao mundo ingênuo da criança, O pequeno príncipe não é um livro para crianças, ou só para crianças. Nessa obra, o autor lança mão do olhar de uma criança, da maneira singular como ela vê e compreende o mundo para desvelar a realidade. O alvo dessa, aparentemente, simples estória, muito mais que as crianças, somos nós, os adultos.
Uma clara demonstração disso é o fato de quase todos os campos do conhecimento já terem abordado essa obra. Da filosofia à engenharia aeronáutica. Tal fenômeno encontra explicação na tessitura narrativa, que oferece um universo plural de possíveis interpretações. Creio ser de grande inoperância, ao fazermos a leitura de uma obra literária, tentar interpretar o sentido de algumas coisas do tipo: “o que o autor quis dizer com aquilo”, “o que podemos entender com essa ou aquela passagem”? Entretanto, especular sobre algumas intenções faz parte do espírito dos curiosos. Faz parte da mágica relação livro-leitor. Mas isso é outra história, façamos aqui o nosso papel de leitores curiosos. Por que o autor destaca o profissional de geografia? Por que dá importância a ele? Mas, antes de adentrarmos por esse caminho, falemos um pouco do “poeta da aviação”, assim conhecido por ter tornado a carreira de piloto matéria-prima de sua literatura.
Antoine de Saint-Exupéry foi um homem de múltiplas faces. Nasceu em 29 de junho de 1900. Aos 12 anos de idade, voou pela primeira vez e foi arrebatado pela aviação. Em 9 de julho de 1921, realizou seu primeiro voo solo e obteve o brevê de piloto civil. Em dezembro desse mesmo ano, em Casablanca – Marrocos –, iniciou sua trajetória na aviação militar. Seu espírito aventureiro e destemido sempre o colocou de frente com os limites da segurança e isso causou-lhe vários acidentes aéreos, porém isso não o fez desistir de voar. Nessa época, pilotava um modelo Farmam F-40, que atingia uma altura de 3750 m de altitude e uma velocidade máxima de 135 km/h (Figura 1).
Fonte: http://www.antoinedesaintexupery.com/les-avions
Em 1926, depois de um tempo se aventurando como caminhoneiro pelas rodovias da França, retornou à aviação, contratado por Didier Daurat em Toulouse, Montaudran e, assim, entrou para a Compagnie Générale d’Entreprises Aéronautiques (C.G.E.A). Em abril de 1927, Pierre-Georges Latécoére vendeu 95% das ações de sua companhia a Marcel Bouilloux-Lafont, investidor francês radicado na Argentina. A C.G.E.A foi batizada de Companhia Geral Aéropostale e, desde o início, se destacou pela coragem de seus pilotos e seus feitos indizíveis naqueles aparelhos precários. Entre eles estavam os ases Jean Mermoz, Henri Guillaumet, Paul Vachet, Marcel Reine, todos amigos de Saint Exupéry. (Disponível no site <http://www.zeperri.org/saint-exupery/o-aviador/ > Acesso em 02/8/2015).
Com uma maior experiência como piloto, foi designado chefe da Aéropostale Argentina. A companhia passou a explorar linhas na América do Sul, além das já existentes em Santiago do Chile, Assunção e Rio de Janeiro. Assumiu também as funções de gerenciar os funcionários e o equipamento, em 12 de outubro de 1929, em Buenos Aires. Portanto, Exupéry se tornou um habitué no Brasil, mais precisamente em Florianópolis, pois várias escalas eram feitas na costa brasileira, onde havia pontos de abastecimento, os quais ficavam em aeródromos com TSF (comunicação sem fio), hangar e uma casa de pilotos (Figura 2).
Figura 2: Croqui das rotas da Aéropostale entre a França e a América do Sul.
Fonte:http://sterlingnumismatic.blogspot.com.br/2010/05/latecoere-aeropostale-air-france.html
Segundo Mônica Cristina Corrêa, doutora em Língua e Literatura Francesa pela Universidade de São Paulo – USP – e pesquisadora da Fundação Saint Exupery, da Ong Zeperri, a qual trabalhou na organização dos relatos, da documentação e do acervo sobre a vida de Exupéry no Brasil, a tradição oral e a memória são os elementos responsáveis por manter viva essa história. “Naquela época a autonomia de voo era menor e alguns pilotos franceses pousavam em Florianópolis – na região sul da ilha, hoje o bairro de Campeche – que servia como ponto de referência aos aviadores. Foi assim que Saint Exupéry fez amizade com os pescadores locais e ficou conhecido na região como Zé Perri (os ilhéus diziam que era muito difícil pronunciar aquele nome francês)” (Disponível no site <http://www.zeperri.org/saint-exupery/saint-exupery-perfil/> Acesso em 02/9/2015).
A literatura aconteceu na vida desse piloto para relatar suas aventuras e sua imaginação oriundas do enorme prazer de voar. Todas as estórias dos seus livros advieram dessa atividade. O primeiro texto publicado de Antoine de Saint-Exupéry foi uma novela intitulada O aviador, em 1926. Em 1929, publicou o livro Correio Sul, na sequência, Voo noturno, que começou a redigir quando já estava em Buenos Aires. Por esta obra, na qual cita a cidade de Porto Alegre, é premiado com um dos maiores prêmios da literatura francesa – Femina –, em dezembro de 1931.
De 1932 a 1938, trabalhou escrevendo artigos para jornais. Em 1935, foi enviado como repórter pelo jornal Paris-Soir à URSS para cobrir a situação política, econômica e social do país. Também cobriu a guerra da Espanha pelos jornais L’Intransigeant, em 1936, e Paris-Soir, em 1937. As reportagens que fez para esses jornais deram-lhe munição para escrever seu terceiro livro, Terra dos homens, também premiado com Grande Prêmio do Romance da Academia Francesa, em 1939, ainda que não seja um romance.
O lado cientista de Exupéry se destacou na invenção de soluções técnicas para problemas cotidianos de suas missões, como a criação de um sistema para aterrissagem sem visibilidade. Era leitor contumaz e apreciava as obras do físico alemão Max Planck, do filósofo Nietsche, do físico e matemático Louis de Borglie e das obras do astrofísico britânico Arthur Stanley Eddington. É de sua autoria o famoso problema matemático “Problema do Faraó”. Para ele, pensar matematicamente era um exercício do espírito.
De 1934 a 1941, depositou 11 patentes e 4 aditivos (um sob o pseudônimo de Max Ras) no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI, na França), e uma patente nos Estados Unidos. Nenhuma delas lhe rendeu grandes proventos, mas isso demonstra sua aguçada curiosidade pelo novo, pela criação (Disponível no site <http://www.zeperri.org/saint-exupery/o-cientista/ > Acesso em 03/9/2015).
Em 1942, publicou o livro Piloto de Guerra, no qual reúne o relato de arriscadas missões de reconhecimento quando a França foi invadida pelos nazistas. Nessa época, já se encontrava exilado nos Estados Unidos, mas sempre se encontrava com a comunidade francesa para debater os assuntos da guerra na Europa. A França de Vichy,[i] liderada por Pétain, o nomeou, sem o seu consentimento, como membro do Comitê de Escritores. Ele escreve sua resposta ao jornal New York Times, declarando não ter sido consultado e declina a oferta. O general Charles de Gaulle ainda tenta ligá-lo a sua causa, sem sucesso, o que lhe valerá o ressentimento persistente do general. Como retaliação, suas publicações foram proibidas na Alemanha e na França. Nada mais inculto e revanchista do que impedir a divulgação e circulação de uma obra literária! O Pequeno Príncipe foi seu próximo trabalho escrito no exílio nos Estados Unidos. A obra foi exaltada pela crítica elogiosa no país.
Agora, voltemos ao geógrafo de gabinete do sexto planeta. O interesse maior pela moral dos seus entrevistados do que pelas suas descobertas e pelo espaço onde eles vivem seria mesmo a opinião de Exupéry? Ou podemos pensar que a inclusão desses aspectos limitantes das funções do geógrafo teria uma relação direta com o declínio da geografia tradicional aplicada nesse período na França? Talvez o autor quisesse denunciar, por meio do desconhecimento dos conceitos geográficos essenciais do geógrafo, como, por exemplo, sobre a mutabilidade das paisagens, o seu desconforto em relação aos pensamentos fixos, que exigiam provas constantes, palpáveis para a sua existência, em detrimento da importância de se pensar sobre o efêmero dos fenômenos, dos sentimentos e da vida.
Os aviões da época não alcançavam grandes altitudes e a navegação aérea era feita por meio da visão. Dessa forma, ele conseguia avistar vários elementos fisiográficos como montanhas, rios, planícies, vulcões e sua dinâmica de transformação, apesar da imperceptibilidade de algumas delas ao longo do tempo histórico. Sua mente era dinâmica para transformar a geografia em uma ciência estática. Por isso, sua experiência visual desses elementos fisiográficos, em conjunto com suas relações interpessoais marcada por fortes laços com seus amigos, em especial Léon Werth, foram utilizadas no livro por meio do intenso uso de metáforas.
Ademais, Exupery poderia até mesmo nem entender de geografia, entretanto ele tinha o espírito geográfico e, sem dúvida, foi um guia para muitos que o sucederam. A necessidade de saber se localizar e de saber localizar fenômenos, coisas e lugares fizeram dos guias os primeiros geógrafos que reuniam qualidades fundamentais como: conhecimento do espaço, capacidade de se orientar nas diversas paisagens (desertos, florestas, etc.), competência de identificarem a localização de fontes de alimentos.
Os guias eram imbuídos de um espírito geográfico que, no dizer de Patrice Franceschi apud Amorim Filho (2006, p. 52), sintetiza em “quatro qualidades presentes nos geógrafos e demais exploradores/viajantes de outrora: a capacidade de correr riscos, a necessidade de liberdade, o anticonformismo e o desejo de explorar e conhecer novas realidades”. E essas não eram as qualidades do espírito de Exupéry?
Não! O geógrafo que dialoga com o menino-príncipe de cabelos dourados não é um ignorante, não comete um desserviço para a geografia, meu aluno João. Ele chama atenção para o estado de letargia em que a geografia está imersa, em um período de guerras entre as nações. Esse geógrafo, João, destaca, em sua fala, a separação entre a geografia física e a humana, chamando a atenção para essa divisão que caminhava no sentido oposto ao dos estudos regionais que vigoravam na época, de abordagem plural e caráter integrador. Nesses estudos, diferentemente do que é apresentado no livro, a descrição da paisagem tinha o papel principal.
Essa situação, explica a abordagem geográfica que Exupéry fez no livro, demonstra o interesse dele por tentar entender a paisagem e todas as suas manifestações por meio de seu menino-príncipe. Os aviões que pilotou, os caminhos do vento que descobriu, os livros que leu e os que escreveu, as invenções que criou, as amizades que construiu foram o alimento dessa obra que ultrapassa a barreira do tempo e continua tão encantadora e também tão atual. Leiam ou releiam o livro, assistam ao filme e façam as suas reflexões.
P.S.: Vale a pena assistir ao documentário sobre a biografia de Saint Exupéry no Brasil. A criação e o argumento são de Mônica Cristina Corrêa, com direção de Branca Regina Rosa e roteiro de Delmar Gularte, em associação e parceria com a Succession Saint-Exupéry (Paris-Agay, França). http://www.zeperri.org/saint-exupery/saint-exupery-perfil/
[1] A França de Vichy foi o Estado francês dos anos 1940-1944, o qual era um governo fantoche da influência nazista, opondo-se às Forças Livres Francesas, baseadas inicialmente em Londres e depois em Argel. Foi estabelecido após o país se ter rendido à Alemanha nazista em 1940, na Segunda Guerra Mundial. Recebe o nome da capital do governo, a cidade de Vichy, a sudeste de Paris, próximo de Clermont-Ferrand.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM FILHO, Oswaldo Bueno. A pluralidade da Geografia e a necessidade das abordagens culturais. In: Cadernos de Geografia. Belo Horizonte. V. 16, n. 26 – 2006. p. 35-58.
ASSOCIAÇÃO MEMÓRIA DA AEROPOSTALE NO BRASIL – SAINT EXUPERY – O ZEPERRI. Disponível em: http://www.zeperri.org/ Acessado em 15 de agosto de 2015.
GARCIA, Carlos. O voo noturno de Exupéry. Culturíssima. Porto Alegre. Março, 2015. Disponível em: http://culturissima.com.br/colunistas/o-voo-noturno-de-exupery/ Acwessado em: 20 de agosto de 2015.
Laurent Beauguitte, « Os periódicos acadêmicos de geografia francesa de 1940-1945. Entre a pobreza material e a resistência intelectual », Confins [Online], 10 | 2010, posto online no dia 17 Novembro 2010, consultado o 31 Agosto 2015. URL : http://confins.revues.org/6576 ; DOI : 10.4000/confins.6576
Laurent Beauguitte, « Os periódicos acadêmicos de geografia francesa de 1940-1945. Entre a pobreza material e a resistência intelectual », Confins [Online], 10 | 2010, posto online no dia 17 Novembro 2010, consultado o 31 Agosto 2015. URL : http://confins.revues.org/6576 ; DOI : 10.4000/confins.6576
* Karina Brasil Pires Coelho Professora no curso de geografia do Centro Universitário de Caratinga – UNEC, Graduada em História – FUNEC,Pós-graduada em Geografia Física – UFMG,Mestre em Geografia e Análise Ambiental – UFMG, Doutora em Geografia – Tratamento da Informação Espacial – PucMinas
Mais informações sobre a autora em http://lattes.cnpq.br/0437311373321693
COLUNA MARILENE GODINHO
Padre José Raul dos Santos Oliveira
Esteve de aniversário o querido padre José Raul. Constitui alegria imensa para todos nós que o admiramos e sabemos da importância de seu trabalho e de sua vida. Mais um ano no calendário das abnegações, das mãos estendidas, do olhar voltado para o alto, dos passos seguidores das pegadas de Jesus.
Nasceu no dia 1º de setembro de 1953 em Jequeri, Minas Gerais. Filho de Antônio Raimundo de Oliveira e Amélia Pedro dos Santos. Seis filhos dividiam o convívio harmonioso de uma casa simples, mas radiante de bênçãos e paz.
Criança tranquila e boa, nunca foi afeito a grandes travessuras. Religioso, já resplandecia nele aquela chama que antecipava, aos olhos de todos, a futura vocação. Garoto, ainda, era chamado para rezar o terço com os fiéis da redondeza. Devoção exercida com a seriedade dos que têm fé, e com o entusiasmo dos que sentem tocados pelo olhar do Mestre.
Os primeiros estudos foram feitos em Dom Cavati, depois continuou no Colégio São João Batista em São João do Oriente, uma escola particular que o premiou com uma bolsa de estudos por ter alcançado excelentes notas. Estudioso e aplicado, ingressou no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário e São José, de Caratinga, onde estudou por todo o tempo de preparação e formação ao sacerdócio. Nessa época, Monsenhor Raul era reitor do seminário, e padre Othon, diretor espiritual. A esses dois sacerdotes, dedica gratidão e apreço pelo acompanhamento e incentivo no atendimento e na realização do chamado divino. Ordenou-se no dia 31 de janeiro de 1982 em Taruaçu, Minas Gerais. Concluiu o curso de psicanálise em Belo Horizonte ampliando o conhecimento de professor e entendedor da mente e do comportamento humanos.
A partir da ordenação, ele iniciou o ministério sacerdotal marcado pela entrega abnegada às causas de Deus. Sem olhar limitações, cansaços, lutas de todos os dias, foi cumprindo sua missão com os olhos fitos na cruz e no amparo de Nossa Senhora, que nunca despreza os seguidores de Seu Filho.
Duas irmãs e três irmãos recebem dele segurança e amor. Por terem perdido os pais muito cedo, padre José Raul tomou o lugar paterno e materno da família. Como pai amoroso compartilha alegrias, tristezas, lutas e vitórias. Quando é preciso, oferece ajuda material, econômica e, sobretudo, sua presença a infundir confiança. Sendo, também, um pouco mãe, dá colo, mima, faz agrados. Na verdade, ele é luz sempre acesa em volta da qual a família se agasalha. Em troca, recebe carinho e reconhecimento dos irmãos que, ao falarem dele, não encontram palavras para definir a generosa partilha dos bens e do próprio coração.
Com o mesmo fervor com que reza as ladainhas da Igreja, percorre a ladainha de suas andanças levando a Palavra, a Eucaristia, o perdão, o Amor. Deixou- se inteiro nas várias cidades por onde passou: Igreja da Conceição em Caratinga, Santa Bárbara do Leste, São Sebastião do Sacramento, Divino, Santa Rita de Minas, Entre Folhas, Ipanema, Caputira, Bom Jesus do Galho, São João do Oriente e, atualmente, é vigário da catedral de Caratinga.
Aqui em nosso meio, continua iluminando. Bondoso, simples, culto, vai espalhando carisma, sorriso manso, fala leve e profunda. Suas homilias são de sacerdote-professor, sempre levando os argumentos de forma didática, muitas vezes coloquial, e interessante. É um dos padres que mais recebem e atendem pessoas. Procurado por fiéis e amigos de toda parte, incluindo os paroquianos dos lugares por onde passou. Uma multidão que não quer prescindir de sua direção espiritual, de seus conselhos e do convívio feliz que preenche o coração. Tudo por causa de sua amabilidade, virtudes e sensibilidade para entender o outro e descobrir no recôndito das almas o que as perturba e as faz sofrer. Com sábias palavras, sabe colocar o bálsamo contido nos evangelhos: “eu vim para que tenhas vida, e vida cada vez mais abundante”.
Desejamos-lhe felicidade. Que possamos, por muitos anos ainda, tê-lo entre nós para banhar-nos na água viva de seu exemplo e ensinamentos. Que o Espírito Santo continue inspirando-o e apontando-lhe metas e caminhos para que haja semeadura perene e fértil nas searas do Reino do Pai. Parabéns! E seu louvor, padre José Raul, repetimos a delicada prece irlandesa: “Que a estrada se abra à sua frente, que o vento sopre levemente às suas costas, que o sol brilhe morno e suave em sua face, que a chuva caia de mansinho em seus campos, e até que possamos festejar essa data outra vez, que Deus o guarde na palma de Sua mão”.
Marilene Godinho
COLUNA ABRINDO O JOGO
1988: “Bora Bahêa !!!”
Aquele abraço amigo do esporte, amigo da bola; depois de recordar e tentar explicar um pouco do Campeonato Brasileiro de 1987 onde Flamengo e Sport são considerados campeões por seus torcedores, chegamos ao ano de 1988.
O rompimento entre o Clube dos 13 e a CBF, ocorrido no ano anterior, terminou redundando num campeonato mais enxuto e competitivo, com apenas 24 clubes e, pela primeira vez, com um sistema verdadeiro de acesso e descenso, conforme recomendado pela FIFA. O regulamento estabelecido no início do campeonato foi cumprido: os 4 últimos colocados da Série A (Bangu, Santa Cruz, Criciúma e América/RJ) caíram para a Série B em 1989, sendo substituídos por Inter de Limeira e Náutico, respectivamente campeão e vice do Campeonato Brasileiro Série B em 1988. Este sistema perdurou até 1992.
Já o sistema de pontuação foi alterado, em caráter experimental. Cada partida passou a valer 3 pontos: em caso de vitória no tempo normal, o vencedor ficava com os 3 pontos e o perdedor, com zero; em caso de empate, cada clube ficava com pelo menos um ponto, e o terceiro ponto era disputado em cobranças de pênaltis. Porém, na Fase Final, permaneceu o sistema de contagem de pontos tradicional: 2 pontos por vitória, 1 por empate, 0 por derrota.
DECISÃO
Em 1988, o EC Bahia estava de tédio. Motivo? A equipe tricolor não tinha rivais à altura dentro de casa e era bicampeã estadual. Por isso, o presidente do clube, Paulo Maracajá, trouxe para aquela temporada o técnico Evaristo de Macedo, que tinha a missão de levar o clube ao título do Campeonato Brasileiro. Cumprida a obrigação do título estadual, o Tricolor fez grande campanha na Copa União (Brasileirão da época). A decisão seria contra o gigante Internacional/RS.
Numa final que envolveu o Bahia, o misticismo não poderia ficar de fora. Em Salvador, o folclórico pai de santo Lourinho ganhou evidência ao expor os bonecos colorados devidamente amarrados e espetados por agulhas. Se os 2 x 1 foram consequência do vodu, ninguém sabe. Sabemos que o Bahia levou para a decisão em Porto Alegre a vantagem de empatar para ficar com o título. O Internacional apelou para as forças ocultas para tentar superar aquele brilhante Bahia na grande final, disputada em 19 de fevereiro de 1989 no repleto Beira Rio, em Porto Alegre, com mais de 60 mil pessoas. Uma gigantesca macumba foi feita por um pai de santo gaúcho e colocada dentro do vestiário tricolor, dando um trabalho danado para ser retirada. Mas aquele “trabalho” não afetou nem um pouco jogadores e comissão técnica do Bahia, que tinham plena convicção no título e fé no Senhor do Bonfim. O jogo, claro, foi disputado, cheio de lances viris e jogadas violentas. O Bahia demonstrava uma aplicação tática exemplar e muita vontade. Já o Inter esbarrava no sistema defensivo dos baianos e na falta de organização do ataque, além do goleiro Ronaldo, que fazia verdadeiros milagres. Ao final, o 0x0 deu ao Tricolor baiano seu segundo título. Lembrando que em 2010 a CBF reconheceu a conquista de 1959 como o primeiro Brasileirão.
Foram campeões – os goleiros Ronaldo, Sidmar e Rogério; os laterais Tarantini, Maílson e Edinho; os zagueiros João Marcelo, Claudir, Pereira e Newmar; os meias Paulo Rodrigues, Gil, Bobô, Sales e Zé Carlos; e os atacantes Renato, Osmar, Charles, Marquinhos, Dico e Sandro; além do técnico Evaristo de Macedo. O clube era presidido à época por Paulo Maracajá.
Semana quem vem voltamos com mais histórias do Campeonato mais importante do Brasil.
Rogério Silva
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ARTIGO
A responsabilidade pública sobre a crise hídrica
Mesmo morando a certa distância de Caratinga e região. Tenho interesse nos assuntos que são relevantes para a tomada de decisões, seja da parte da população ou dos representantes do povo na Prefeitura e Câmara Municipal.
Pois bem, acerca de um ano uma iminente crise dos recursos hídricos tomou parte da mídia nacional e também tornou parte da nossa rotina diária. Parte desta crise foi responsável claramente pelas mudanças do clima, algo que se tornará mais comum com passar dos anos, e outra parte foi de inteira responsabilidade dos nossos governantes. Digo isso, pois como representantes do povo o prefeito e vereadores, como também alguns secretários, não deveriam esperar crises acontecerem para tentar solucionar tais problemas e sim deveriam se antepor a tais problemas, evitando que a sua população pudesse sofrer com futuras crises.
No entanto, na última terça-feira (1º) soube que câmara de Caratinga aprovou um pedido de audiência pública para discutir a potencial crise hídrica na cidade. Soube também que o pedido de audiência foi de autoria do vereador Mauro César, cujo objetivo seria discutir a crise hídrica e as medidas a serem tomadas.
Inicialmente gostaria de parabenizar atitude louvável do vereador, que chamou a responsabilidade da temática para si e propôs a discussão juntamente com a população de Caratinga, que é a mais interessada. No entanto, porque esperar o fim de um ciclo para tentar resolver o mesmo problema?
Essa pergunta para mim tem uma única resposta.
DESPREPARO DO PODER PUBLICO PARA A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS QUE AFLIGEM O POVO.
Não é possível que o prefeito Marco Antônio e vereadores, também os secretários, possam esperar o fim do inverno para se organizarem frente uma potencial crise hídrica na região de Caratinga. Eu mesmo tenho mais de 100 anos de dados de chuva para região de Caratinga e posso afirmar que o verão de 2014-2015 foi um dos mais secos da história. Sabendo disso, e que o inverno seria naturalmente mais seco, vocês governantes do povo deveriam a partir desse momento ter elaborado um plano emergencial de combate à crise hídrica e, posteriormente, ter cobrado da COPASA esclarecimentos sobre a não a ampliação do sistema de coleta de água para abastecimento de Caratinga e região.
A cidade cresceu e o sistema de coleta tem a mesma base que é o córrego do Lage, algo totalmente inadmissível para tempos atuais.
No entanto, não se enganem ao achar que a perfuração de poços artesianos será a solução, pois tais águas subterrâneas podem ser em tempos de estiagem a única fonte que mantém as nascentes de córregos da região. A modificar o equilíbrio do fluxo de água existente abaixo do solo os danos em longo prazo poderão ser irreversíveis.
Prefeito Marco Antonio e vereadores, saibam se a potencial crise hídrica tornar-se realidade para população de Caratinga e região, vocês serão os únicos culpados desta crise hídrica.
Devido a esta atual situação e por outras que ainda surgirão, sempre falo da necessidade da população em cobrar seja do perfeito, dos vereadores e dos secretários, posicionamentos frente assuntos que impactam a própria vida da população.
A todos que irão participar desta audiência pública peço que faça sua parte vá e cobre de todos envolvidos explicações e projetos realistas para solução ou atenuação dos problemas atuais.
Paulo Batista Araújo Filho é formado em Ciências Biológicas e Recursos Naturais pela UFES. Atualmente trabalha no renomado Lawrence Berkeley National Laboratory (LBNL), Berkeley – Califórnia/EUA
POLÍCIA
Comerciante assassinado em São Sebastião do Anta
DA REDAÇÃO – O comerciante José Mauro Lopes de Lacerda, 56 anos, foi morto na noite desta sexta-feira (4). O crime aconteceu na Rua Geraldina Rezende Alves, Centro, São Sebastião do Anta. A Polícia Militar promoveu rastreamento e conseguiu prender dois suspeitos.
Uma testemunha contou aos policiais como foi o crime. Ela disse que convivia com a vítima e que eles possuem um bar na Rua Francisco de Assis Pereira. Assim que fecharam o estabelecimento e seguiam para casa, foram surpreendidos por dois homens que estavam em uma moto Yamaha XRE, cor branca. Segundo a testemunha, ela reconheceu Isaias Pião da Silva, 31, e Renato Peixoto de Paula, 29. Conforme relato da testemunha, Renato estava pilotando a motocicleta e Isaias foi quem efetuou os disparos que mataram José Mauro.
A Perícia Técnica da Polícia foi acionada e constatou duas perfurações provenientes de disparos arma de fogo no rosto da vítima.
SUSPEITOS
Em uma ação rápida, a PM chegou até os suspeitos. Isaias foi encontrado em frente a casa de seu irmão. Ele foi detido e informou que Renato estava no interior do imóvel. Os militares entraram na residência e prenderam o outro suspeito.
A testemunha reconheceu os dois homens como sendo os autores do crime. Ela disse que no passado, José Mauro teve desentendimento com o irmão de Isaias e que o crime foi motivado por vingança. A testemunha acrescentou que Isaias esteve no bar e tomou cachaça. Ela chegou a perguntar se o conhecia, mas ele respondeu ironicamente que é irmão de Isaque.
Os suspeitos negaram o crime e disseram que ficaram sabendo do homicídio através de terceiros. A arma e a moto não foram encontradas.
Isaias e Renato foram presos e levados para Delegacia de Polícia.
POLÍCIA
Polícia procura homem acusado de causar pânico em Pingo D’água
DA REDAÇÃO – Na última quinta-feira (3), o boato que aconteceria uma chacina na Escola Estadual Dinalva Maria de Souza, casou pânico entre os moradores de Pingo D´água. As aulas chegaram a serem suspensas e os pais foram desesperadamente até a escola buscar seus filhos.
Essa boataria foi espalhada por uma rede social depois que Ailton Domiciano foi preso acusado de envolvimento em homicídios e assaltos em Revés do Belém, distrito de Bom Jesus do Galho. Após a prisão, seu comparsa Caio Bismark do Carmo Souza, 22 anos, também suspeito de envolvimento em homicídios e roubos, teria feito um comentário que em represália à prisão de Ailton, ‘tocaria terror em Pingo D´água’. Então uma pessoa usou a rede social para espalhar esse comentário e levar pânico à população. Teria sido divulgado que Caio iria se juntar com bandidos do Vale do Aço para fechar escola e colocar fogo em ônibus.
A Polícia Militar segue à procura de Caio e pede que quem souber de alguma informação que leve ao paradeiro do suspeito, que avise através dos telefones 181 ou 190. A identidade do informante será mantida em sigilo.
Caio é procurado pela polícia
CIDADE
Evangelização através da palavra
Há mais de 20 anos, Instituto Bíblico Uriel de Almeida Leitão transforma vidas através do estudo da Bíblia
CARATINGA – Evangelizar através da palavra. Há mais de 20 anos o Instituto Bíblico Uriel de Almeida Leitão vem realizando este trabalho na cidade de Caratinga.
O Instituto, que leva o nome de reverendo Uriel de Almeida Leitão, tem por diretor o pastor Joaci Emerick. Ele explica que foi justa a homenagem. “Era projeto no coração dele fazer um curso que pudesse beneficiar as igrejas de Caratinga. Assim, o reverendo Luiz Eduardo criou o IBUAL”, explica.
Ao longo desta trajetória, o Instituto tem feito um trabalho intenso junto às igrejas, que não se restringe aos muros da cidade, mas tem atravessado fronteiras e atingido diversas localidades. “Graças a Deus temos tido muito êxito nisso, porque hoje temos muitos pastores, missionários, pessoas até fora do Brasil que fizeram o Instituto conosco e estão sendo usados por Deus, na obra. Por exemplo, na África um casal de missionários que passou por aqui e além de outras pessoas em várias partes do país”.
Quem passa pelo IBUAL adquire noções de assuntos como, hermenêutica, que é a ciência de como interpretar a Bíblia; estudo das doutrinas bíblicas, ética, vocacional e a homilética, que é uma técnica de pregação da palavra. “São várias matérias que nós temos no sentido de auxiliar, ferramentas que nós colocamos nas mãos dos nossos alunos para que eles possam saber manusear, trabalhar isso, independente de igreja. O IBUAL não é um instituto para igreja evangélica, mas aberto para todos. Claro que a igreja evangélica é o princípio, mas no Instituto já tivemos alunos católicos, espíritas, pessoas que vieram com intenção de conhecer mais sobre a Bíblia, sobre Deus”.
Além destas matérias, o Instituto também oferece curso de violão. Ainda estão previstas novidades na grade de cursos. O básico de teologia, que não é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), deve dar espaço ao bacharel em Teologia, no ano de 2016. Esta é só mais uma das melhorias esperadas. “Este curso é livre, mas já vem atuando em Caratinga por anos. Estamos preparando para o ano que vem um mais avançado; capelania e outros cursos que virão para ajudar as pessoas interessadas a terem um conhecimento maior”.
Quem quiser se matricular, deve procurar Isabel Coelho no IBUAL às segundas-feiras, a partir das 18h30 ou a sede da Assembleia de Deus a Rua Princesa Isabel, 72.
FOTOS:
ARQUIVO- Ibual
7493–
Isabel Coelho e pastor Joaci Emerick falam sobre trabalho do Ibual
CIDADE
Jubileus do Senhor Bom Jesus começam amanhã
Caratinga e Bom Jesus do Galho se preparam para receber milhares de fiéis
CARATINGA – Tempo de conciliação e perdão. A igreja católica realiza os jubileus como um tempo de comunhão com a comunidade e com Deus. Todos os anos, milhares de devotos de todos os cantos da diocese e também de dioceses vizinhas, se movimentam em busca de participar das celebrações dos jubileus do Senhor Bom Jesus.
Em Caratinga e Bom Jesus do Galho, as tradicionais celebrações têm início amanhã. A Paróquia do Senhor Bom Jesus, no Bairro Santa Cruz, dá início a 28ª edição do Jubileu do Senhor Bom Jesus. A programação se encerra na segunda seguinte, dia 14.
Como acontecem todos os anos, padres de outras paróquias são convidados para as celebrações diárias que acontecerão às 15h e às 19h30, além das confissões, das 9h às 11h; das 14h às 17h e das 19h às 21h. O encerramento acontece às 19h30 com a missa e em seguida, show na Praça. Todos são convidados a participarem.
Já a cidade de Bom Jesus do Galho se prepara para receber os fiéis para a 95ª edição. Também acontecerão missas em horários específicos para atender os devotos; além de horários de confissões. O encerramento, também no dia 14, contará com show e presença de padres de toda a região.
Bom Jesus do Galho tem um dos jubileus mais tradicionais do interior de Minas (foto: Arquivo)
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CIDADE
Copasa garante que corte em orçamento do PAC não afetará obras de esgotamento em Caratinga
DA REDAÇÃO – Com o corte no orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para 2016, Minas Gerais poderá deixar de receber mais de R$ 600 milhões em recursos já previstos para realização de obras de esgoto e água no Estado. Pelo menos 75% do valor que ainda não foi liberado pelo governo federal são de obras do PAC 2.
O levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil mostrou que 15 de 37 obras planejadas para Belo Horizonte e Contagem, na Região Metropolitana, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, estavam atrasadas em relação aos cronogramas em 2014, quando o estudo foi feito.
Seis obras de implantação ou ampliação de rede de esgoto e abastecimento de água estavam paralisadas, quatro ainda nem tinham começado e as outras cinco haviam sido concluídas, mas, por motivos desconhecidos, não estavam funcionando.
Em 2016, somente R$ 5 bilhões serão destinados para investimentos em obras de infraestrutura social e urbana no país, de acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual apresentado esta semana pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa. O montante abrange todas as obras de mobilidade, saneamento, prevenção de risco, urbanização, creches, unidades básicas de saúde e de cidades históricas.
Metade das 337 obras de saneamento e abastecimento analisadas pelo Trata Brasil enfrentam problemas no país, de acordo com o levantamento. Cerca de 20% estão paralisadas, 17% atrasadas e 15% não foram iniciadas.
O estudo mostrou ainda que 29% das obras de água e esgoto foram concluídas e 15% estão com andamento normal. O instituto levou em conta empreendimentos do PAC em cidades com mais de 500 mil habitantes. Ao todo, os investimentos previstos somam R$ 21,09 bilhões, sendo R$ 10,87 bilhões para obras de esgoto e R$ 10,21 bilhões para as de água. Além do Orçamento da União, participam do financiamento dos projetos Caixa e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em comunicado, o Ministério das Cidades informou que, além da necessidade de rigorosa observância às leis, outros fatores atrasam o andamento das obras, como a falta de quadros técnicos qualificados nos municípios e problemas nos projetos.
CARATINGA
Em Caratinga, as obras, que estão sendo realizadas pela empresa Prefisan, tem o objetivo de concluir a construção dos interceptores dos córregos Sales, São João e Santa Cruz que, por motivo técnico, foram desviados para a Avenida Benedito Valadares. Estes serviços fazem parte do projeto de implantação da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) no Bairro das Graças.
Os serviços chegaram a ser paralisados anteriormente, devido à imprevisão de orçamento. O contrato de obras tem término previsto para março de 2016, ou seja, este é o final do prazo já previsto para as obras de implantação do sistema de esgotamento sanitário de Caratinga. Mas, a Copasa estava pleiteando uma complementação orçamentária de R$ 17 milhões no ano passado, para continuar o serviço, já o que o dinheiro disponível em contrato só seria suficiente até março de 2015.
Atendendo a uma solicitação do DIÁRIO DE CARATINGA, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) informa que as obras de complementação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Caratinga não serão afetadas pelo corte no orçamento do PAC e seguem seu andamento normal, previsto em cronograma.
Para instalação dos interceptores, as obras avançam pelo centro da cidade, restringindo o trânsito em alguns pontos. No centro da cidade e nas margens dos córregos serão instalados aproximadamente 1,1 mil metros de interceptores, que levarão os esgotos coletados nas residências para a ETE. A previsão é que esta fase das obras dure cerca de três meses.
ARQUIVO OBRAS DA COPASA
Segundo a Copasa, obra feita em Caratinga não será afetada (foto: Arquivo DIÁRIO)
ENTREVISTA
Odiel de Souza anuncia que é pré-candidato a prefeito de Caratinga
CARATINGA – Odiel de Souza tem 54 anos. É casado com Rosilene Aparecida Moreira Condé de Souza e tem uma filha de 27 anos. Está na política desde 1982; integrante do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), já trabalhou com vários prefeitos e possui grande experiência na vida pública.
Depois de apoiar o prefeito Marco Antônio Ferraz Junqueira e ser o vice e secretário de Agricultura, por pouco mais de um ano, se afastou para assumir o cargo de subsecretário de Agronegócios do estado de Minas Gerais. Agora Odiel anuncia que deixará o cargo de subsecretário e declara oficialmente ser pré-candidato a prefeito de Caratinga.
O senhor começou na política em que ano? Qual foi seu primeiro cargo?
Comecei em 1982, quando primeira vez que fui candidato a vereador. Tive mais de 900 votos, mas não fui eleito. Trabalhei com Fabinho (prefeito de Caratinga entre 1983 e 1988) e atuei em vários cargos, almoxarifado, compras, promoções, mexia com carnaval, fazia festas e fogueiras de São João.
Fale um pouco de sua trajetória política.
Quando veio a convenção, em 1988, Fabinho apoiou o senhor Dário Grossi, que perdeu a convenção para o Ferreirinha. Eu o apoiei porque ele era do PMDB. Fiquei fora da política. Nas eleições, realizadas em novembro de 1988, doutor Eduardo ganhou do Ferreirinha para prefeito. Em 1992 veio senhor Dário, o apoiei, fui vereador por quase dois anos. Ele me tirou da Câmara para ser secretário de Agricultura; fundei esta pasta, fiz vários trabalhos bons e programas como o do pintinho, calcário, aração, semente, milho e outros. Quando estava na secretaria de Agricultura, Salatiel tirou férias, assumi a de Obras por 30 dias, fiz várias coisas como muro do Santa Cruz e outras obras. Depois veio a época do Zé de Assis (1997 a 2000). Fui presidente da Câmara, fiz aquele prédio e me afastei da política, não fui candidato, coloquei meu irmão, o Salati, (Salatiel Antônio de Souza). Ele ganhou e fiquei na coordenação da campanha do Ernani e por motivos mais fortes tive que sair do PMDB. Formei o PTB, que apoiou Ernani e ganhamos a eleição. Por dois anos fui chefe de gabinete do Ernani. O gabinete estava apenas no esqueleto e com 60 dias concluí aquela obra, depois o Centro de Estudantes, que era uma vergonha. Fiz a obra onde hoje funciona a biblioteca. Depois me afastei por 14 anos da política e agora voltei como vice-prefeito. Fiquei um ano e pouco na secretaria de Agricultura, afastei-me para trabalhar na campanha da presidente Dilma, do governador Pimentel, do Mauro e do Adalclever.
Há quanto tempo está no PMDB?
Na verdade fui um dos fundadores do PMDB em Caratinga. Era do PP, que fez a fusão e em 1982 fizemos a grande virada com a vitória do Fabinho.
O senhor já apoiou vários prefeitos e depois desistiu. Eles te decepcionaram?
Na verdade a política é o seguinte, às vezes a gente está junto com o grupo, antes de ganhar é uma coisa, mas depois que ganha é totalmente diferente. E meu estilo é realizar e fazer e às vezes sou muito afoito e então resolvo me afastar para não criar problemas. Graças a Deus não tenho problemas nenhum com políticos, me dou bem com todos os lados. Mas também sei recuar na hora certa. Em política a gente briga apenas nas ideias e é dessa forma que sempre levo.
O senhor é pré-candidato a prefeito pelo PMDB. Não existe resistência no partido?
A gente está fazendo um trabalho de base no partido. Conversei com os dois deputados (Mauro e Adalclever), disse que faria esse trabalho, vou sair da secretaria do estado agora em outubro, venho para Caratinga. Em primeiro lugar me reuni com o prefeito, porque o PMDB tem um compromisso com ele até o final deste mandato e disse que estou colocando meu nome à disposição do partido, como ele é uma pessoa que entende das coisas, é político também, compreendeu o meu lado e disse que estou certo. Agora vou me reunir com a executiva do PMDB e com o diretório. Depois estarei me reunindo com as comunidades, meu objetivo é fazer um trabalho do partido, um programa de governo do PMDB. A gente não pode apenas fazer política por 45 dias, a gente faz o ano todo, o tempo todo e o partido tem que ter mais firmeza. Tem que ter um programa do PMDB, onde a comunidade seja ouvida, saber dos anseios do povo. Hoje no PMDB temos um diretório que representa o partido, temos vários empresários, um líder comunitário, líderes religiosos e políticos. Realmente representamos todas as classes. Sempre venho conversando com os empresários, Caratinga está precisando de um Conselho de Desenvolvimento e queremos criar esse conselho para ver para onde Caratinga vai partir para se desenvolver. Prendemos fazer outros conselhos comunitários, cada distrito, bairro, comunidade, indicaria duas pessoas para ter um compromisso com esse com conselho que ainda não decidimos o nome. E a cada 90 dias se reunir com esse conselho. Os representantes vêm para Caratinga se reunir, queremos passar o projeto na Câmara, daremos ajuda de custo com alimentação, passagem e a prefeitura custear as despesas e aí nesse dia todos ficarão sabendo a situação da cidade, ouvir as reivindicações das comunidades. Queremos fazer uma coisa legal e acredito que para errar menos temos que ouvir o povo e dessa forma que queremos trabalhar para o PMDB.
O PMDB atualmente apoia o Marco Antônio. E se ele for candidato, como fica o partido?
O PMDB tem compromisso com ele até o final do mandato. E na verdade ele também é um possível candidato e o PMDB vai lançar seu candidato. Na política tudo pode acontecer. Se o Marco Antônio fizer um bom trabalho e o povo o quiser, o PMDB não irá contra. Mas estamos preparados para lançar a candidatura e quem sabe receber até o apoio do prefeito.
Hoje os municípios estão passando por momentos difíceis. O senhor acredita que seja má gestão ou são os recursos que caíram muito?
Todas as prefeituras estão passando por um péssimo momento e é preciso trabalhar com mais cabeça, ser mais firme e aí que vem a habilidade. Os recursos também caíram, é um problema. Mas trabalhar com a comunidade fica muito mais fácil; se eu precisar tomar uma atitude, terei um respaldo legal da comunidade. O que precisa mesmo é o político ouvir mais. Então você pode até errar, mas todos ficam sabendo que você errou com vontade de acertar.
Na sua atual função de subsecretário de Agronegócios, o que almeja para Caratinga?
Muita coisa. Posso até dizer o seguinte: fui bem sucedido em todos os cargos que passei. Sou um cara abençoado e realizado, sempre fiz algo de importante. Na época da Câmara fiz a Acalem (Associação Câmaras Vereadores), consegui o trecho da estrada de Piedade até São João, construí o prédio da Câmara e assim vai. Hoje estou na secretaria de Agronegócios e pretendo trazer para a cidade a Epamig (Empresa de Pesquisa agropecuária de Minas Gerais) e também a regional do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) para que nossa cidade volte a ser polo. E dentro do meu setor, estou tentando fazer Caratinga se desenvolver, pois temos perdido muito e temos que unir as forças dos políticos para recuperar. A cidade vota muito em pessoas de fora que depois não voltam e ficamos sofrendo. Temos que unir em prol da região. O que é bom para as cidades vizinhas, é também para Caratinga. Há anos Caratinga não ganha nada, temos que pensar o que está acontecendo e unir as forças em prol da nossa região.
Estamos vivendo tempos complicados em Caratinga. O senhor consegue ver alguma solução?
Se a gente falar que não vê a solução é complicado, temos que ter esperança. Caratinga tem que trabalhar com pulso firme, ter austeridade e o prefeito tem prometido isso, mas se deixar a corda bamba, tudo piora. Esperamos que melhore.
Qual sua análise da corrupção e a crise que assola o Brasil?
Triste. A gente nem aguenta mais ligar a televisão. Infelizmente está acontecendo isso. Hoje estamos passando por esta crise violenta, os municípios apertados. Porém há um lado positivo, os municípios estão aprendendo a trabalhar, assim e quando folgar será bem melhor e diferente, pois as máquinas estarão enxutas. Então os administradores que entrarem terão condições de fazer coisas melhores.
Na sua visão, quem foi o melhor prefeito nos últimos 25 anos?
Fabinho. Trabalhei com vários, senhor Dário foi muito bom, Ernani também. Mas falo do Fabinho porque foi muito dinâmico, não tinha telefone nos distritos, calçamento, postos de saúde, Ipaba era uma favela e ele preparou para ser cidade, assim como demais distritos que foram emancipados. Além disso, uma obra grande que ele deixou é a Funcime (Fundação Cidade dos Meninos), além de escolas, calçamentos e outras. Falam que ele gostava de pintar muito, passava um cal e inaugurava, mas das mais de 200 obras que fez, tinha muita coisa boa.
Nessa sua pré-candidatura, o senhor tem apoio dos deputados Adalclever e Mauro Lopes?
O apoio deles dependerá da dinâmica do meu trabalho. Farei minha pré-campanha, se eu não decolar, não me apoiarão. Tenho que fazer com que o povo me aceite, abrace minha ideia e assim não vejo porque o PMDB não me lançar como candidato. PMDB quer lançar candidato em todos os municípios e acreditamos que Caratinga não ficará sem lançar candidatos, o que não quer dizer que dentro do partido não surja outro nome, mas que faça o trabalho que farei de ouvir a comunidade, fazer reuniões e pretendo a partir de novembro visitar todos os distritos e bairros fazendo reuniões.
O senhor tem alguma mágoa na política ou na política não existe sentimento?
Gosto muito de política, mas a fase melhor da minha vida com minha família e financeiramente, foi quando me afastei, cuidei da minha empresa, fiquei 14 anos fora. Mas gosto da política e não tenho mágoa. Temos que fazer a política e falar bem. O que atrapalha é a forma que a imprensa ou até mesmo judiciário interpreta a política, a população vê o político como ladrão, mas existem pessoas boas na política. Tinha o projeto Câmara Estudantil e não continuaram meu trabalho porque meu nome sempre apareceria e isso não pode acontecer. As crianças perguntavam se político era ladrão e eu explicava que é como se fosse uma igreja ou uma comunidade, tem pessoas boas, mas ruins também. Isso é em qualquer lugar. Temos que escolher os melhores. Antes de votar, pesquisar melhor para não errar tanto. Ver o passado da pessoa e o que realmente ela é capaz de fazer.
ARQUIVO ODIEL DE SOUZA
1782 – Capa
Odiel disse que deixará de ser subsecretário no mês de outubro
1785 – Interna
Odiel de Souza iniciou sua carreira política em 1982
ÁLBUM
Noivos
Dhiego Péres e Fernanda Ferreira de Carvalho ficaram noivos na noite desta sexta-feira (4). A festa aconteceu no Restaurante Taquari e foi prestigiada por familiares e amigos. O evento contou ainda com as presenças dos pastores Aloísio Alves, Walter, Fernando Cézar e Gasem Hamad. Já o pastor Ildecir Lessa celebrou um culto de glorificação a Deus e pediu pela felicidade dos noivos. O pastor usou como tema em sua mensagem ‘A vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito’.
Aos noivos, muitas felicidades e que Deus os abençoe sempre.
ARQUIVO DIEGO E FERNANDA
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