Vivemos um novo tempo: este novo tempo fez com que se perdesse um bom velho tempo que já não se encontra mais. Os viventes deste tempo se tornaram prisioneiros da doença do desinteresse. O que será do futuro destes novos aventureiros, pulando do alto sem paraquedas, voando sem asas, escalando picos sem equipamentos precisos, nadando sem saber nadar, andando sem saber aonde ir?
A tecnologia fez da nova geração parasitas da própria existência: não vive.
O tempo não é mais de ciranda, esconde-esconde, pega-pega, mão na mão, casamento, respeito…os tempos não são mais de conversas olho no olho. Não é tempo de gente sincera.
Sim, vivemos em tempos de likes, seguidores, de casais marketing, hit do momento, tempo de exibir o corpo quase nu, é tempo de efeitos, plásticas, o último celular, o tênis mais caro. É tempo de ser o que não é. É tempo de ser massa de manobra.
A doença é silenciosa e mata a mente já não mais pensante dos que existem sem saber. O que anda acontecendo, se dizendo conectados?
O advento da internet trouxe pontos positivos e negativos. Mas, só quem sabe diferenciar o que é bom e o que é ruim vive uma vida não tão “atrelada” à tecnologia. É claro que nos dias de hoje, nada é feito sem o avanço tecnológico.
As pessoas mais vividas sabem muito bem o momento certo de ‘entrar em cena’ ao impedir que a nova geração se torne dependente da vida virtual.
As pessoas mais experientes querem que os filhos, amigos, colegas e conhecidos vivam o dia de hoje com intensidade, mas sem deixar de viver o que viveram antigamente. As coisas que esses experientes aprenderam têm de ser repassadas para a nova geração. Mas, esta nova geração quer viver e aprender o que os seus antecedentes aprenderam? Eis uma pergunta difícil de ser respondida.
O mundo digital entra na vida das pessoas com objetivo de facilitar muita coisa, mas é preciso não esquecer que o mundo tradicional não morre na vida aqueles que carregam dentro de si uma experiência de vida.
Finalizo este texto com uma frase de Stephen Covey: “A tecnologia vai reinventar o negócio, mas as relações humanas vão continuar a ser chave para o sucesso”.
Por: Miguel Bráz, jornalista
Colaboração: Macário da Silva