A Argentina acaba de dar o primeiro passo para a legalização do aborto. Na câmara dos deputados, numa votação apertada, foram 129 votos a favor e 126 contra. O assunto correu o mundo e o aborto, novamente está sendo discutido. Tema polêmico que não encontra uma solução que agrade a todos.
O papa Francisco, argentino de nascimento, disse: “A luta contra a injustiça é tão importante quanto o combate ao aborto. Que os opositores ao aborto demonstrem a mesma paixão pela vida de pobres e oprimidos.” Prosseguiu: “Nossa defesa ao não nascido precisa ser clara, firme e passional porque está em risco a vida humana, que é sempre sagrada e exige amor para cada pessoa, independentemente de seu estágio de desenvolvimento.”
Os que são a favor da legalização do aborto baseiam-se no grande número de morte de mulheres que recorrem a clínicas clandestinas, pessoas sem escrúpulos que fazem o aborto sem as condições necessárias de realizá-lo adequadamente. Aí ocorrem muitas mortes, principalmente de mulheres pobres, que não têm condições monetárias para usar clínicas boas. Argumentam, ainda, que a mulher tem direito a seu corpo e pode usá-lo como bem quiser.
Os que se posicionam contra o aborto são, geralmente, os cristãos. Baseiam-se no evangelho onde um dos mandamentos é não matar. Então a proteção da vida deve ser desde a concepção até o fim. A ciência declara que o começo da existência é desde a concepção em que o feto já carrega todas as características da vida.
Hoje, os argumentos, as posições sociais e mesmo o estudo mais o mundo atual no qual a vida não têm tido o apreço de antigamente, levaram muitas pessoas a se posicionarem a favor do aborto. Pessoas de renome, religiosas e até padres são hoje a favor do aborto. Mas há sempre aqueles que não o aceitam por adotarem convicções religiosas e morais.
Fico pensando por que as pessoas que abortam não usaram um anticoncepcional. São tantas as formas, medicamentos e procedimentos que evitam a gravidez, que seria tudo mais fácil do que tirar uma vida.
Até o governo, para ajudar os pobres, poderia distribuir anticoncepcionais em vez de abrir clínicas e hospitais bons para matar os fetos.
Conheço muitas mulheres que abortaram e depois o remorso as acompanharam para o resto da vida. É deprimente conviver com a tristeza de ter matado o próprio filho.
Elba Ramalho, cantora de sucesso, depois de ter visto Nossa Senhora, fez sua vida voltada para a espiritualidade. Faz um trabalho maravilhoso contra o aborto e ajuda gestantes pobres a levar a gravidez com responsabilidade e ter os filhos com amor.
Na verdade, não importam os motivos apresentados por aqueles que são a favor do aborto. Gravidez indesejada, pobreza, gravidez vinda de estupro, morte de mulheres e outros motivos, não justificam o aborto sem matar o feto. De qualquer forma ou desculpas, o aborto assassina um ser. Sobre essas alternativas, o papa Francisco é categórico: “Não é justo matar uma pessoa para resolver um problema.”
Embora eu seja contra o aborto e sua legalização, penso que, com o correr do tempo, ele será legalizado em todos os países do mundo. É uma questão de tempo.
A família, instituição sagrada que é capaz de formar os filhos no amor, na ética e nos bons costumes, poderá dar sua contribuição certa. Os filhos bem formados poderão evitar o aborto, mesmo que ele seja legalizado.
Marilene Godinho