Quedas
Em meio a muita oscilação, a última semana foi de queda para os preços do café, tanto na ICE Futures US, como no mercado físico brasileiro. Nos fundamentos, as notícias não mudaram, continuam as mesmas: Enquanto todos os números que chegam ao mercado apontam para uma produção mundial abaixo do consumo global, estoques pequenos e em queda, com o consumo mundial em alta, as atenções dos operadores do mercado permanecem firmemente voltadas para a aproximação dos trabalhos de colheita da nova safra brasileira e para as diversas estimativas privadas das safras brasileiras de café deste ano e de 2024. Ajudam a pressão baixista a situação da economia mundial, com juros altos e medo de recessão, agravada com a tensão crescente no cenário político global, resultado da escalada da guerra no leste Europeu, sem solução possível a curto e médio prazo.
Procafé
Também na última semana, a Fundação Procafé, em entrevista ao site Notícias Agrícolas, confirmou que as condições da safra brasileira 2023 são mais positivas, quando comparadas com os últimos dois anos. As chuvas do início do ano foram boas para o desenvolvimento da safra, e apesar de quantidade de frutos por roseta ser menor, o volume de água deve favorecer o rendimento da safra.
Embarques maiores
Como já era esperado pelo mercado, os embarques brasileiros de café neste mês de março serão maiores em relação ao total embarcado em fevereiro último. Os estoques de cafés certificados na bolsa de Nova Iorque caíram na última semana. Estão em 742.894 sacas. Na sexta-feira (24/3), encerraram a semana totalizando747.578 sacas. Há um ano eram de 1.080.116 sacas, caíram neste período 337.222 sacas. É importante lembrar que esses estoques já eram considerados baixos e muito preocupantes nessa época.
Preço$
Em reais por saca, os contratos para maio próximo na ICE americana fecharam sexta-feira (31/3) a R$ 1 143,25. Quinta-feira (30/3) terminaram o dia a R$ 1 145,07. Na sexta-feira (24/3) finalizaram o dia a R$ 1 245,07.
‘Mercado travado’
No mercado físico brasileiro, acompanhando a queda em Nova Iorque e do dólar frente ao real, os compradores foram diminuindo o valor de suas ofertas no decorrer da última semana. O mercado físico brasileiro mostrou-se travado, praticamente paralisado. Saem negócios todos os dias, porém o volume é baixo quando comparado ao usual para esta época do ano. O mercado é comprador, mas os cafeicultores vendem pouco café nas bases de preços oferecidas. Os exportadores adquirem lotes apenas para embarque imediato e não tentam formar estoques, pela impossibilidade de se cobrirem na ICE, que continua trabalhando invertida, com os contratos com vencimento mais longo cotados a valores menores que os contratos com vencimento mais próximos.
Frente Parlamentar do Café
No último dia 28 foi lançada, em Brasília, na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar do Café. Na solenidade estiveram presentes parlamentares, autoridades estaduais e municipais, entidades do agro, representantes do setor cafeeiro, além de sindicatos rurais, cooperativas e cafeicultores. A Frente Parlamentar do Café será presidida pelo deputado federal Emidinho Madeira (PL/MG), terá como vice-presidente o deputado federal Evair de Melo (PP/ES) e, como secretário, o deputado Diego Andrade (PSD/MG).
Bolsa NY
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 24/3, sexta-feira, até o fechamento do dia 31/3, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 875 pontos ou US$ 11,57 (R$ 58,67) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 24 a R$ 1245,07 por saca, e sexta-feira dia 31 a R$ 1143,25. Também na última sexta, os contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fecharam em alta de 70 pontos.