Oscilações
As fortes e rápidas oscilações continuam dominando o comportamento das cotações do café em Nova Iorque e Londres. Com os seguidos problemas climáticos afetando a produção de café em todos os principais países produtores, e sem estoques remanescentes, praticamente zerados, tanto nos países produtores como nos consumidores, notícias e informações que chegam diariamente ao mercado, são usadas por fundos e especuladores para esse “sobe e desce” que só interessa a eles. Em nossa opinião, pelas razões acima, as cotações do café, em Nova Iorque e em Londres, continuarão apresentando fortes oscilações.
Mercon Coffee Group
O Mercon Coffee Group, um dos maiores comerciantes de café do mundo, pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, devido ao que definiu como “ambiente operacional excepcionalmente desafiador”, de acordo com um documento visto pela Reuters. O grupo, que tem operações em todas as principais regiões produtoras, incluindo Brasil, Vietnã e América Central, disse, em carta enviada aos clientes, que problemas nos últimos anos, como a interrupção logística durante a pandemia, geadas e secas no Brasil, volatilidade de preços e o aumento das taxas de juros combinaram-se para prejudicar a situação financeira da empresa (fonte: Reuters).
Cenário desafiador na Europa
A demanda por café na União Europeia (UE) está enfrentando um cenário desafiador, conforme os estoques atingem mínimas históricas, revela a análise da hEDGEpoint Global Markets. Os dados de setembro e outubro apontam que os estoques de café na região estão atualmente 5 milhões de sacas abaixo da média, cobrindo apenas 18% da demanda anual, em comparação com 31% em outubro de 2022. Esta redução é parcialmente atribuída à diminuição nas importações e a uma menor relação estoque/uso. A UE importou 45,6 milhões de sacas no ano agrícola de outubro a setembro, uma queda de 7% em relação ao ciclo anterior. Surpreendentemente, os estoques diminuíram em 40%, indicando uma demanda crescente da indústria. A hEDGEpoint sugere que a demanda dos torrefadores pode ser 5% maior do que as estimativas iniciais, atingindo 46,4 milhões de sacas (fonte: Agrolink).
Café no McDonald’s
O McDonald’s anunciou os detalhes de sua nova ideia de restaurante em estilo retrô, o CosMc s, que vai operar no mesmo segmento de mercado da Starbucks. O primeiro CosMc s deve ser inaugurado em Bolingbrook, Illinois, perto da sede da gigante do fast food, no final desta semana. Aproximadamente mais 10 serão inaugurados no Texas no próximo ano. O conceito é o mais recente esforço da cadeia de fast food para entrar no lucrativo mercado do café, especialmente nos EUA, onde mais de 60% da população toma pelo menos uma xícara por dia (BBC News).
ICE
Os contratos de café na ICE Futures US, oscilaram bastante na última sexta-feira (8), mas fecharam o pregão praticamente estáveis, em pequenas baixas. Em Nova Iorque, os contratos de arábica para março próximo, bateram em US$ 1,8055 na máxima do dia, oscilaram 435 pontos entre a máxima e a mínima, e encerraram o pregão em queda de 35 pontos, a US$ 1,7715 por libra peso. Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café robusta para janeiro próximo recuaram 20 dólares na última sexta, encerrando o dia a US$ 2.569 por tonelada.
Estoques
Os estoques de cafés certificados na ICE permaneceram estáveis na última semana, em 234.699 sacas. Há um ano eram de 668.581 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Caíram neste período 433.882 sacas. Nesta última semana esses estoques subiram 10.663 sacas. Caíram na semana passada 66.688 sacas. No mês de novembro a queda foi de 165.072 sacas, e, no mês de outubro, caíram 52.807 sacas. No mês de setembro esses estoques perderam 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas e no mês de julho de 16.163 sacas. No mês de junho, recuaram 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas e em abril, 62.731 sacas.
Dólar e o mercado
O dólar subiu na última sexta-feira (8) 0,43 % e fechou valendo R$ 4,9300. Quinta-feira (7) subiu 0,14 %. Na sexta-feira anterior, dia 1, caiu 0,67 %, encerrando a semana a R$ 4,8810. Em reais por saca, os contratos para março próximo em Nova Iorque encerraram o pregão da sexta-feira valendo R$ 1.155,27. Quinta-feira fecharam a R$ 1.152,62. Na sexta-feira anterior (1), terminaram a semana a R$ 1.190,46.
Mercado
O mercado físico brasileiro apresentou-se calmo por toda a última semana, com poucos vendedores nas bases oferecidas pelos compradores. Os compradores subiram e desceram o valor de suas ofertas, acompanhando o dia a dia das cotações na ICE americana e do dólar frente ao real. Poucos negócios foram fechados.
Embarques I
Até dia 8, os embarques de novembro estavam em 3.226.804 sacas de café arábica, 838.306 sacas de café conilon, mais 226.750 sacas de café solúvel, totalizando 4.291.860 sacas embarcadas, contra 4.273.508 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 8 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 4.420.418 sacas, contra 4.206.889 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Embarques II
Até dia 8, os embarques de dezembro estavam em 433.216 sacas de café arábica, 15.107 sacas de café conilon, mais 26.779 sacas de café solúvel, totalizando 475.102 sacas embarcadas, contra 495.840 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 8 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 921.744 sacas, contra 871.414 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Bolsa Nova Iorque
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 1, sexta-feira, até o fechamento do dia 8, caiu nos contratos para entrega em janeiro próximo 720 pontos ou US$ 9,52 (R$ 46,95) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE, fecharam no dia 1 a R$ 1.190,27 por saca, e dia 8, a R$ 1.155,27. Ainda na última sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 35 pontos.