Incertezas da próxima safra
As incertezas com o tamanho da próxima safra brasileira 2024, bem como os reflexos dos estragos do El Niño para nossa produção de café em 2025, cresceram enormemente com a última severa e longa onda de calor sobre os cafezais brasileiros. As chuvas começaram a chegar no último final de semana, mas ainda de forma bastante irregular. Ondas de calor, ainda mais fortes, no próximo verão, estão no radar dos meteorologistas.
Análise de desempenho
Tendo como base e fonte principal de consulta, o Relatório sobre o mercado de Café de outubro 2023, da OIC – Organização Internacional do Café, a Embrapa – Café, em seu “Observatório do Café”, divulgou uma análise do desempenho da cafeicultura mundial, onde destaca que a produção mundial de café estimada para o ano-cafeeiro de outubro de 2022 a setembro de 2023, atingiu um volume físico total equivalente a 171,3 milhões de sacas de 60kg, que representa uma ligeira recuperação de 1,7%, na comparação com os mesmos doze meses do período anterior. Desse volume, 98,6 milhões de sacas, que correspondem a 57,5%, são da espécie de Coffea arabica, e, 72,7 milhões de sacas (42,5%) da espécie de Coffea canephora (robusta+conilon).
Produção e consumo
Visando estabelecer uma base comparativa entre a produção e o consumo mundial, verifica-se que o consumo global de café, no acumulado de doze meses, especificamente no ano-cafeeiro anterior de 2021-2022, que somou 175,6 milhões de sacas, registrará um ligeiro acréscimo de 1,6%, no ano ano-cafeeiro atual, haja vista que as estimativas indicam que o consumo atual totalizará o equivalente a 178,5 milhões de sacas de 60kg. Assim, caso tais números de fato se efetivem, o mercado mundial de café deverá passar por mais um ano previsto de déficit, pois o consumo global deverá suplantar a produção em torno de 7,2 milhões de sacas (Fonte: Observatório do Café – Embrapa Café).
ICE
Na Ice Futures US, em Nova Iorque, os contratos de arábica para março próximo bateram sexta-feira (24) em US$ 1,7100 na máxima do dia, e encerraram o pregão em queda de 90 pontos, a US$ 1,6815 por libra peso. Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café robusta para janeiro próximo subiram 54 dólares, fechando a sexta-feira a US$ 2.545 por tonelada.
Dólar e o mercado
Na sexta-feira (24), o dólar caiu 0,18 % frente ao real e fechou valendo R$ 4,8980 Ontem subiu 0,10 %. Na sexta-feira anterior (17), encerrou a semana a R$ 4,9050. Em reais por saca, os contratos para março próximo em Nova Iorque encerraram o pregão sexta-feira a 1089,46 Na quarta-feira (22) fecharam a R$ 1.096,18. Fecharam a sexta-feira passada (17) valendo R$ 1.081,28.
Mercado
O mercado físico brasileiro apresentou-se calmo por toda a última semana. Os compradores fizeram suas ofertas acompanhando o sobe e desce em Nova Iorque e no dólar, mas os vendedores permaneceram praticamente fora do mercado. Poucos negócios foram fechados. O volume de negócios fechados continua abaixo do usual para esta época do ano.
Embarques
Até o dia 24 de novembro, os embarques de novembro estavam em 2.142.925 sacas de café arábica, 509.424 sacas de café conilon, mais 157.936 sacas de café solúvel, totalizando 2.810.285 sacas embarcadas, contra 2.643.219 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 24 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 3.341.903 sacas, contra 2.971.990 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Bolsa Nova Iorque
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento do dia 24, subiu nos contratos para entrega em março próximo 150 pontos ou US$ 1,98 (R$ 9,72) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 1.081,28 por saca, e dia 24, a R$ 1.089,46. Ainda na última sexta, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 90 pontos.