Chuvas
As chuvas que caíram sobre as regiões produtoras de café do Brasil, principalmente em São Paulo e sul de Minas, levaram a mais uma semana de muita oscilação nas cotações do café em Nova Iorque e em Londres. Nos fundamentos o cenário permanece o mesmo, com as visões de mercado dos cafeicultores brasileiros e dos operadores internacionais divergindo bastante.
35º Celsius
Enquanto nossos cafeicultores, após dois anos de perdas significativas na produção com os sérios e seguidos problemas climáticos, estão agora apreensivos com as altas temperaturas, que ultrapassaram os 35º Celsius, sobre seus cafezais ainda nos últimos dias do inverno e neste início de primavera, com a chegada do fenômeno climático “El Nino” – que segundo muitos meteorologistas, está apenas no início e pode vir a se prolongar até o segundo semestre de 2024 -, recusam vender seus cafés nos preços oferecidos pelos compradores, na outra ponta, traders, especuladores e fundos com interesses de curto prazo, apostam que os repetidos problemas climáticos, no Brasil e em todos os principais países produtores de café, não são suficientes para criarem problemas ao abastecimento mundial de café, apesar dos estoques globais estarem criticamente baixos.
Mercado
Na última sexta-feira (6), na Ice Futures US, os contratos de arábica para dezembro próximo bateram em US$ 1,4680 na máxima do dia e fecharam em alta de 65 pontos, a US$ 1,4605 por libra peso. Quinta-feira (5), encerraram o dia com perdas de 95 pontos e anteontem apresentaram queda de 240 pontos. Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café robusta trabalharam mais um pregão em baixa. Os para novembro próximo, fecharam na sexta (6) em queda de 19 dólares, a US$ 2 359 por tonelada. Na última semana esses contratos somaram queda de 109 dólares por tonelada.
Estoques
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US permaneceram estáveis na última sexta-feira (6) em 442.222 sacas. Há um ano eram de 417.066 sacas, quando já eram considerados criticamente baixos. Subiram neste período 25.216 sacas. Nesta semana subiram 270 sacas. Na semana retrasada subiram 1.092 sacas. No mês de setembro somaram queda de 58.986 sacas. No mês de agosto, a queda foi de 45.369 sacas, e no mês de julho, de 16.163 sacas. Em junho recuaram 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas e no mês de abril, 62.731 sacas.
Dólar e o mercado
O dólar recuou na sexta-feira (6) 0,14 %, e fechou a semana valendo R$ 5,1620. Quinta-feira (5) apresentou alta de 0,29 %. Fechou a sexta-feira anterior (29/9) em queda de 0,26 %, a R$ 5,0270. Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo em Nova Iorque, fecharam na última sexta valendo R$ 997,27.
Clima
Segundo a CLIMATEMPO, no decorrer do mês de outubro os sistemas meteorológicos vão continuar se formando com mais intensidade sobre o sul do País e devem atingir com maior frequência São Paulo e sul de Minas Gerais, onde o mês pode registrar volumes de chuva acima da média. Por outro lado, o Espírito Santo, Cerrado Mineiro e Rondônia devem enfrentar maior irregularidade e temperatura muito elevadas, que podem prejudicar a florada do café nestas áreas.
Embarques
Até dia 6, os embarques de setembro estavam em 2.385.925 sacas de café arábica, 621.919 sacas de café conilon, mais 261.661 sacas de café solúvel, totalizando 3.269.505 sacas embarcadas, contra 3.517.120 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 6 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 3.270.506 sacas, contra 3.809.356 sacas no mesmo dia do mês anterior. Não foram divulgados ainda números sobre os embarques neste mês de outubro.
Bolsa Nova Iorque
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 29/9, sexta-feira, até o fechamento do dia 6, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 10 pontos ou US$ 0,13 (R$ 0,68) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 29 a R$ 971,86 por saca, e dia 6, a R$ 997,27. Ainda na última sexta, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 65 pontos.