O tamanho da safra
O sentimento de operadores no exterior, de que o tamanho da nova safra brasileira, em final de colheita, é maior do que o estimado antes do início dos trabalhos de apanha, continuou pressionando as cotações na ICE Futures US em Nova Iorque, e na ICE Europe, em Londres. A valorização do dólar frente ao real, foi mais um fator de pressão nessas cotações.
‘Narrativa’
Com a aproximação do “First Notice Day”, a rolagem para dezembro dos contratos com vencimento em setembro próximo na ICE americana se acelerou. A “narrativa” de uma produção maior no Brasil, pressiona as cotações, facilitando a rolagem desses contratos.
Ainda sobre a safra
As lideranças dos cafeicultores falam que o tamanho da produção deste ano é maior do que a de 2022, mas longe de se constituir em uma grande safra. “Em nossa opinião, se a nova safra brasileira mostrasse números como os citados pelos compradores no exterior, os trabalhos de colheita (que começaram mais tarde este ano, em razão da maturação irregular dos frutos e das dificuldades que os cafeicultores encontraram para contratar mão de obra para executar esses serviços) não estariam se aproximando do final em meados do mês de agosto. Os armazéns já estariam com mais café, e os cafeicultores mais propensos a vender”, apontou ao Escritório Carvalhaes, sediado em Santos/SP.
Contratos
Em Nova Iorque, os contratos de café abriram na última sexta-feira (25) em queda, mas no meio da manhã se recuperaram, e fecharam o dia em alta moderada. Na bolsa de Londres, os contratos de café robusta tiveram um dia de queda. Na ICE americana, os contratos para dezembro próximo, bateram em US$ 1,5175 na máxima do dia e fecharam o pregão em alta de 90 pontos, valendo US$ 1,5000 por libra peso.
Estoques
Os estoques de cafés certificados na ICE futures US – formados atualmente por cafés da América Central, desmerecidos na qualidade, de algumas safras atrás, recertificados, e depositados na Europa – caíram na sexta-feira (25) 1.244 sacas. Estão em 513.665 sacas. Há um ano eram de 596.775 sacas, quando já eram considerados historicamente baixos e preocupantes. Caíram neste período 83.110 sacas. Nesta semana a queda desses estoques foi de 7 204 sacas. No mês de julho a queda totalizou 16.163 sacas. No último mês de junho, a queda somou 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas.
Dólar
O dólar, na sexta-feira (25), recuou 0,26 % e fechou a semana a R$ 4,9680. Na sexta-feira anterior, dia 18, subiu 0,43 %, encerrando a semana a R$ 4,9040. Em reais por saca, os contratos para dezembro próximo, na ICE em Nova Iorque, fecharam hoje a R$ 985,75. No mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas no decorrer da semana, acompanhando as quedas na ICE americana. O mercado brasileiro permaneceu praticamente “travado”. Foram poucos os negócios fechados.
Embarques
Até dia 18, os embarques de agosto estavam em 1.090.925 sacas de café arábica, 323.475 sacas de café conilon, mais 105.233 sacas de café solúvel, totalizando 1.519.633 sacas embarcadas, contra 1.401.011 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 18 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1.869.379 sacas, contra 1.515.168 sacas no mesmo dia do mês anterior.