* Rejane Luzia do Nascimento Damasceno
Quando olho a imensidão do céu vejo pássaro livre a voar, reconheço sua liberdade, e faço–me perguntas: por que será que diante de tanta liberdade que nós, como seres humanos, temos, por vezes, ficamos presos em lugares escuros, de muros imensos dentro de nós mesmos? Muros que criamos e não percebemos. Sim. “Prisões sem grades’’. Assim, podemos chamar este lugar, que, naquele momento, é a única verdade, mesmo distante da liberdade. Entendo que há uma espécie de “tapa olho” que, por vezes, nos protege e, por vezes, nos desampara. É onde nos sabotamos e somos responsáveis por uma espécie de rasteira em nós mesmos.
Impossível nos libertar de algo que não reconhecemos. Neste lugar somos ignorantes, nem sempre fazemos boas escolhas, às vezes ficamos conectados ao futuro, que é tão incerto de tal modo que a ansiedade é o que temos presente. Quanta pretensão! A vida está para nós, mas nós não estamos para a vida. O que estamos procurando? O que queremos? O que pretendemos? Estamos perdidos, e tudo passa despercebido, e a vida que deveria nos pertencer, parece presentemente desconhecida.
E nossa ausência de conhecimento continua quando sabemos o melhor caminho, mas não nos consideramos capazes de segui-lo, então recuamos, e, por medo, não escolhemos, ficamos parados, sem ação e por dentro confusos. Portanto, necessitamos compreender quem somos e, além de disso, que nós construímos nossa vida através das nossas escolhas. Sim. Há estradas, e escolhemos os caminhos que podemos seguir naquele momento e devemos entender que a estrada real é a que podemos agora seguir.
Diante de tantas interrogações, a vida coloca suas verdades. Passamos por tempestades, ganhos importantes, perdas significativas, mudanças necessárias, que não controlamos. É a vida seguindo seu rumo o tempo não para, mesmo quando não seguimos com ela, é a realidade nos acolhendo e tentando nos ensinar que o presente é o único lugar que realmente nos pertence é onde agora estamos e vivemos, pena que nem sempre entendemos que o presente é um presente e que hoje somos mais que ontem, pois acumulamos experiências e podemos aprender com elas.
Quando olhamos para o horizonte da vida e vemo-nos na lida e percebemo-nos no aqui agora, este olhar faz toda a diferença, pois seguimos nossa caminhada estando em uma melhor estrada, de forma mais real agora, não deixando que tudo passe despercebido, vivendo desfrutando do momento presente, dizendo não aos ressentimentos e aos lamentos, lutando para viver e encontrando para isso mais argumentos. Aprendendo que necessitamos desse olhar diferenciado para nós e tudo que nos rodeia.
Sempre é tempo de aprender que somente nós podemos escolher a nossa forma de caminhar, escolhas devemos fazer sem demora tornando mais suave nosso viver, quando ficamos no lugar de só querer a realidade aparece e cobra-nos. Pensar no que escolhemos hoje é importante, se não fazemos escolhas, devemos fazer sem demora, para tornar mais suave a nosso viver. Não adianta ficarmos no lugar de só querer e não fazer. Precisamos de ação! Assim, teremos da nossa vida mais noção e estaremos em movimento abrindo caminho para sairmos do ninho e verdadeiramente irmos rumo ao nosso destino, aquele que criamos a cada dia, construindo por onde iremos passar e entendendo que na maioria das vezes os acontecimentos da vida só dependem da nossa ação. Pena que nem sempre temos essa noção.
Quando paramos para pensar, entendemos que muitas vezes somos nós mesmos o nosso grande obstáculo. Subestimamos muitas vezes, nossas qualidades, capacidades, não sentindo a força que temos dentro de nós e que é exatamente essa força que pode nos levar a lugares inimagináveis.
MINI CURRICULO:
Rejane Luzia do Nascimento Damasceno
Psicóloga – CRP04/33591
Bacharela em Psicologia pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC.
Especialista em Saúde Mental pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC.
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Centro Universitário Amparense – UNIFIA Atualmente atua como Psicóloga Clínica no Espaço Psiquê