O ginásio da Unec ficou lotado de amigos, familiares e leitores, para a comemoração dos meus dez anos de caminhada literária, com atividades de lançamento de livros e posse de novo acadêmico da ACL. Na composição da mesa, o Prof. Antônio Fonseca da Silva, Dr. Anderson Nogueira Alves, Dr. Consuelo Silveira Neto, o sargento Dr. Heleno, a acadêmica Ligia Maria dos Reis Matos, as professoras Giuliane Quintino Teixeira e Ivone da Glória Rodrigues, o escritor Bodan, o Comandante Sebastião Fausto, Dr. Celestino Bacelar, Prof. Hélio Amaral, Sr. Marcos Curvello, Dr. Glauco Arantes, o Prof. José Geraldo Batista, o Sr. Hernandes Huebra, o Vereador Denis Gutemberg, o cartunista Edra, eu e nosso querido Monsenhor Raul Motta de Oliveira, inspirador do título desse texto.
Pois bem, depois de quase uma hora de atraso, aguardando convidados, a cerimônia teve início. Enquanto isso, os convidados puderam visitar a exposição “Mais que Livros, Escrevo Ideias”, retratando o meu trabalho na Literatura. Já eram quase 20:30 horas, horário próximo ao do recolhimento diário do nosso querido Monsenhor, que sempre prestigia os eventos culturais da cidade, mesmo que às vezes tenha de ultrapassar, um pouco, o seu horário de descanso, já que o seu dia começa, sempre, muito cedo, meio que de madrugada mesmo. Porém, aquela não seria uma solenidade comum… Seria longa, com várias atividades previstas. O Coral Menino Jesus de Praga deu um show ao cantar o Hino Nacional Brasileiro e o Tiro de Guerra de Caratinga foi perfeito na entrada do Pavilhão Nacional. O Mestre de Cerimônias – Arilson Carvalho – fez o seu melhor, sob a batuta de Solange Araújo e equipe.
A posse do Prof. Antônio Fonseca da Silva foi até rápida e a ACL – Academia Caratinguense de Letras suprimiu o ritual de votação e de queima dos votos, prevalecendo, apenas, o registro da secretária Liginha sobre os atos. Em seguida, Marilene Godinho e o Prof. Hélio Amaral fizeram a entrega dos troféus aos vencedores do III Concurso Literário da Academia. Nesse momento, o Coral Menino Jesus de Praga foi convidado a retornar à frente, para mais duas apresentações. Fez uso da apalavra a diretora da escola, Prof.ª Ivone da Glória Rodrigues e as crianças me prestaram uma emocionante homenagem, cantando uma música com letra adaptada pela escritora Marilene Godinho, presenteando-me com um belo quadro contendo uma camisa de uniforme da escola e um diploma de “Amigo da Escola”. Encerrada a apresentação do coral, o mestre de cerimônias deu início ao convite para os pronunciamentos…
O Prof. Antônio cumpriu o seu papel, na condição de recém-empossado na ACL. Os discursos de Posse em todas as Academias de Letras precisam seguir regras protocolares, que os tornam mais densos e longos. E assim aconteceu. Após o discurso, o Prof. Antônio me fez a entrega de uma placa alusiva aos meus 10 anos de literatura, em nome da Funec – Fundação Educacional de Caratinga, seguido pelo Dr. Consuelo, homenageado na obra Radiografias do Cotidiano, que brevemente fez os seus agradecimentos. Seguiram-se uma série de discursos e homenagens, sempre intercalados com um suspiro, seguido de um sussurro de “Nossa Senhora”, proferido por um convidado muito especial.
– “Para o seu pronunciamento, representando a Academia Caratinguense de Letras, convidamos a escritora Marilene Godinho”, registrou o mestre de cerimônias. Marilene não tinha como ser rápida em seu discurso, já que precisava saudar o novo acadêmico, prestar-me uma homenagem e parabenizar os autores pelos lançamentos literários. Após o discurso de Marilene, ouviu-se: “Neste momento a escritora Marilene Godinho fará a entrega de um diploma ao escritor Eugênio Maria Gomes”, seguido da sussurrada exclamação “Nossa Senhora”.
– “Para o seu pronunciamento, representando a Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas, convidamos o vogal Dr. Glauco Arantes”. Ele foi rápido e, em um belo discurso, prestou-me uma linda homenagem, ao final da qual recebeu o convite “Neste momento o Dr. Glauco Arantes fará a entrega de um diploma ao escritor Eugênio Maria Gomes”, o que foi seguido da sussurrada exclamação “Nossa Senhora”.
– “Para o seu pronunciamento, representando o MAC – Movimento Amigos de Caratinga – convidamos o seu presidente, Sebastião Fausto”. Fausto, também, foi rápido em seu pronunciamento, quando o mestre de cerimônias registrou: “Neste momento o Comandante Fausto fará a entrega de um diploma ao escritor Eugênio Maria Gomes”, o que foi seguido da sussurrada exclamação “Nossa Senhora”.
– “Para o seu pronunciamento, representando o Lions Clube Caratinga Itaúna, convidamos o Dr. Celestino Bacelar. Bacelar foi objetivo, lembrou um pouco a minha trajetória no clube e falou dos projetos desenvolvidos em minha gestão. E o mestre de cerimônias registrou: “Neste momento o Dr. Celestino Bacelar fará a entrega de uma placa de homenagem ao escritor Eugênio Maria Gomes”, sendo seguido pela sussurrada exclamação “Nossa Senhora”.
– “Para o seu pronunciamento, representando A Loja Maçônica Obreiros de Caratinga, convidamos o Venerável Marcos Mattos Curvello”. Marcos foi breve, direto e realçou o meu trabalho em relação à Literatura. Em seguida, o mestre de cerimônias registrou: “Neste momento convidamos o Dr. Marcos Alves Barbosa Neto, para fazer a entrega de uma placa de homenagem, em nome da Loja Maçônica, ao escritor Eugênio Maria Gomes”. Tal convite foi seguido de um suspiro e do sussurro “Nossa Senhora”.
– “Para fazer a entrega de flores ao escritor Eugênio Maria Gomes, convidamos a aluna da Escola Estadual Antônio Pena Sobrinho!”, registrou o mestre de cerimônias, sendo seguido de um suspiro e um sussurro de “Nossa Senhora”.
– “Para fazer a entrega de uma placa de homenagem ao escritor Eugênio Maria Gomes, convidamos o ex-vereador de Caratinga, Vanderlei Dornelas”, registrou o mestre de cerimônias, sendo seguido de um suspiro e um sussurro de “Nossa Senhora”. Vanderlei fez rápido uso da palavra e o mestre de cerimônias anunciou: “Para fazer uso da palavra e encerrar essa solenidade, convidamos o professor e escritor, grande homenageado desta noite, Eugênio Maria Gomes”. Mais uma vez, ouviu-se o sussurro de “Nossa Senhora”.
Já era muito tarde – por volta das 22:30 horas – e não poderia fazer qualquer discurso. A questão não foi propriamente o tempo utilizado para cada um dos discursos, mas a cerimônia em si, demasiado extensa. Agradeci a Deus, à minha família, aos meus amigos e aos leitores pelas presenças.
Em seguida, ouvi a exclamação “Graças a Deus”! A cerimônia, finalmente, havia chegado ao fim. Fora longa. Cansativa mesmo. Porém, ainda assim, tivemos mais uma oportunidade de homenagear e celebrar a Literatura e o Livro. Numa sociedade tão carente de Cultura, com tão poucos valores nobres, não podemos perder esses raros momentos, mesmo que peçamos a “Nossa Senhora”, para que sejam mais breves…!
* Eugênio Maria Gomes é professor e escritor. Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão do Unec, membro do Lions Itaúna, da Loja Maçônica Obreiros de Caratinga e do MAC – Movimento Amigos de Caratinga. Membro das Academias de Letras de Caratinga e Teófilo Otoni e presidente da AMLM – Academia Maçônica do Leste de Minas. Grande Secretário de Educação e Cultura do GOB-MG.