Rogério Vaz de Oliveira*
Vamos ser bem honestos, sinceridade é uma virtude que anda escassa hoje em dia. Podemos até procurar atentamente, mas teremos muito dificuldade em encontrá-la. A começar pelas nossas atitudes, será que praticamos a sinceridade plena? Ou é uma sinceridade “meia-boca”, chinfrim?
Será que seremos sinceros em admitir que não somos tão sinceros como gostaríamos?
Bem, como estou levantando a bola, vou chutar para você, não podemos ser tão sinceros assim, não é verdade? Imagine chegar no trabalho e encontrar o seu chefe usando um perfume horrível ou aquela gravata nada discreta, que fez parte do figurino da última temporada de circo da cidade? Qualquer sinal de sinceridade neste sentido é demissão sumária.
Neste caso, a prudência fala mais alto e devemos equilibrar a balança, e utilizar outros recursos, como o silêncio e discrição. Como dizem “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Não podemos falar tudo que gostaríamos, caso contrário é encrenca na certa e estaremos cometendo o “Sincericídio”.
Ser franco é importante e louvável até para evitarmos que alguém entre em uma enrascada. Possuir um amigo leal é um oásis no meio do deserto.
Sinceridade e honestidade andam de mãos dadas. Ser honesto consigo fará com que aja de forma sincera com o seu melhor amigo ou amiga, portanto mesmo que você esteja correndo o risco de magoá-los, ser sincero será uma prova da solidez da amizade.
Para finalizar esta crônica vou reproduzir uma “versão romanceada” da origem da palavra Sincero. Os romanos fabricavam certos vasos de uma cera especial. Essa cera era, às vezes tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes. Em alguns casos, chegava-se a se distinguir um objeto, um colar e até mesmo uma pulseira, que estivesse colocado no seu interior. Para o vaso, assim fino e límpido, dizia o romano vaidoso: – Como é lindo… Parece até que não tem cera! “Sine-cera” queria dizer “sem cera”, uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes. E da antiga cerâmica romana, o vocábulo passou a ter um significado muito mais elevado. Sincero, é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações, que à semelhança do vaso, deixa ver através de suas palavras, os nobres sentimentos de seu coração. *Nota do Autor – Caso tenha gostado e queira ser “sincero” pode enviar uma mensagem, mas cuidado com o “Sincericídio”. Até a próxima.
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*ROGÉRIO VAZ DE OLIVEIRA – É Relações Públicas Especialista em Comunicação Pública, Especialista em História da Maçonaria, Maçom integrante da Loja Estrela do Sul 84 – Bagé/RS Membro Correspondente das Academias Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul e do Leste de Minas. [email protected]