CARATINGA – Há mais de 90 dias sem trabalhar e sem ter renda, os motoristas de vans resolveram procurar a Câmara para pedir ajuda aos vereadores para conseguirem um auxílio municipal ou trabalho através da prefeitura de Caratinga.
No último dia 22 de maio, os vereadores Johny Claudy, Rômulo Costa, o “Rominho”, e Welington Correa, o “Helinho”, entraram com Pedido de Providência 052 na Casa, para o “executivo estudar a viabilidade da liberação do pagamento da taxa de alvará para os proprietários dos veículos vans prestadores de serviços de transporte no município de Caratinga, bem como destinar um auxílio emergencial do município para os referidos proprietários de vans e um desconto e/ou isenção àqueles que têm débitos referentes ao IPTU”.
Na reunião desta segunda-feira (8), alguns motoristas conseguiram participar da reunião, já que da primeira vez a entrada deles não foi permitida, pois alguns vereadores disseram que daria aglomeração.
Dez motoristas participaram da reunião, o líder do grupo, Wiliam Santana disse que seria muito importante ter auxílio por categoria, como já existem em alguns municípios.
Os motoristas não conseguem receber o auxílio do governo federal, pois seus veículos possuem datas de validade, devem estar sempre novos, então no momento de trocar as vans, precisam declarar a renda, que é acima do teto para receber a ajuda. “Estamos há mais de 90 dias sem ter dinheiro algum, estou vendendo mexerica, tem colega colhendo café e estamos recebendo cestas básicas, comida não tem faltado, mas temos contas de luz, de água e outras que precisamos pagar”, disse Wiliam que também já tentou falar com o prefeito, mas ainda não foi atendido.
O vereador Johny explicou que o projeto de lei tem que ser encaminhado do executivo para o legislativo e disse que a prefeitura poderia seguir o exemplo de cidades como Contagem, Curitiba, Salvador, Niterói, entre outras e liberar o auxílio para os motoristas. “O município recebeu recursos para a pandemia, o dinheiro é para isso, o pedido dos motoristas é legítimo, o executivo precisa fazer, e se não tiver dinheiro, provar que não tem”, afirmou Johny.
O vereador Diego de Oliveira explicou em sua fala na tribuna que o “pedido de providência é só um pedido”, e os motoristas de vans argumentaram que quando foi aprovado, acreditavam que só faltava o prefeito assinar para receberem o auxílio. “Estamos do lado dos trabalhadores, mas o caminho não pode ser inverso, primeiro é com executivo, até para mostrar se tem a possibilidade de manter um auxílio emergencial. Não é só o transporte escolar que precisa do auxílio, mas vários outros segmentos. Às vezes a gente faz um pedido e fala que só depende do prefeito, alguns vereadores disseram que em outras cidades foi concedido o benefício, mas expliquei que as prefeituras são diferentes, até em questão de arrecadação, a gente tem que ter mais responsabilidade com isso, sou a favor das reivindicações que estão sendo feitas, mas com a responsabilidade que tem que partir do executivo, pois ele pode afirmar se tem condições de fazer ou não, e depois mandar para Câmara apreciar”, concluiu o vereador.