Diretoria do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora nega negligência e afirma que “lamenta fatalidade”
CARATINGA- A família ainda busca explicações para as mortes de Gisele Dornelas da Silva, 37 anos e de seu bebê, que ocorreram na última quinta-feira (04), na maternidade Grimaldo Barros de Paula.
De acordo com informações de familiares, um laudo médico de acompanhamento do pré-natal de Giselle atestava que ela estava em uma gravidez de risco. Ela saiu de casa na noite de quarta-feira (3), às 19h, queixando-se de dores. Após dar entrada na maternidade, eles afirmam que o rompimento da bolsa teria ocorrido às 20h. “Ela ficou a noite toda pedindo ajuda, falando que estava doendo e eles não tomaram nenhum procedimento com ela”, disseram.
A família alega que somente na tarde de quinta-feira, após ter sido constatada a impossibilidade de parto normal, um segundo médico teria decidido pela cesariana, mas, o bebê nasceu morto. E que após mais de uma hora deste procedimento, a ambulância teria sido acionada e a paciente encaminhada para a UTI. Horas depois, Gisele faleceu. A família afirma que acionou a Polícia Militar, pois não tiveram informações sobre o caso. “A gente não sabe de que ela morreu nem o que aconteceu, porque a criança nasceu morta. Só sabemos que tem duas pessoas mortas, um bebê e uma mãe que deixou duas crianças pra trás, uma de sete anos e outra de quatro anos, esperando a mãe em casa que vai chegar dentro do caixão”.
HOSPITAL NEGA
Em entrevista ontem, o provedor do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, padre Moacir Ramos Nogueira, fez um breve pronunciamento sobre o caso. “É de conhecimento da população, na noite de ontem (quinta-feira), o fato que aconteceu na maternidade, onde veio a falecer uma criança e uma mãe. Lamentamos tudo isso porque nós primamos pela vida, qualidade no atendimento, excelência na acolhida, nossos profissionais são ótimos, dedicados, mas são fatalidades que acontecem ao longo desta vida. Lembrando que todo procedimento foi feito com eficiência, qualidade, seguindo todo protocolo, nada de negligência médica, nada de omissão. Bom acolhimento, mas são situações que acontecem”.
O padre ainda citou que até o mês de junho de 2017, a maternidade de Caratinga já contabilizava mais de 800 partos, chegando agora ao mês de outubro, a mais de mil partos. “Então, quando escutamos às vezes algum parecer diante da situação, que o parto normal foi segurado para que o paciente pagasse a cesárea, não é por aí. A cesárea é pelo SUS. É um procedimento, um protocolo que precisa ser seguido para que isso possa ser concretizado”.