Em 7 de outubro de 2006, o DIÁRIO DE CARATINGA noticiou a morte violenta de Eduardo Marcelino Veado, aos 41 anos. Ele e sua mulher, Simone Furtini, da mesma idade, foram atropelados pelas costas, por uma picape branca, que saiu de uma curva em alta velocidade, pela contramão, atingiu os dois e fugiu. O casal fazia caminhada em trecho da rodovia Ipanema/Aimorés, a cerca de dois quilômetros da cidade.
Enquanto a polícia trabalhava com a hipótese de acidente, a população acreditava em atropelamento proposital, fato que ganhou repercussão internacional.
Eduardo foi diretor da Estação Biológica de Caratinga durante anos e naquela época atuava como secretário adjunto de Meio Ambiente da Prefeitura.
Ele dedicou sua vida à pesquisa e à conservação da natureza. Foi o mais jovem fundador da Estação Biológica de Caratinga, o principal refúgio da maior população conhecida do muriqui-do-norte.
MURIQUIS
Quando morreu, Eduardo trabalhava em um projeto considerado decisivo para a sobrevivência dos muriquis: os corredores ecológicos para ligar os fragmentos de Mata Atlântica da região.
Segundo amigos de Eduardo, ela já havia sofrido ameaças no passado que, inclusive, o levaram a se afastar por um período da região mineira onde, desde 1985, havia se instalado para estudar os muriquis e seu habitat e para trabalhar por sua conservação.
“A morte do jovem casal se deu em contexto de tensão, há uma história de ameaças, porque Eduardo defendia os fragmentos remanescentes de Mata Atlântica. Independentemente das circunstâncias efetivas em que se tenha dado a morte de Eduardo e Simone, é preciso que essa névoa espessa de suspeitas seja inteiramente dissipada. Não se trata de uma questão apenas do ambientalismo. Atinge também o coração da ciência brasileira”, comentou Sérgio Abranches, Mestre em Sociologia e PhD em Ciência Política, em um blog dedicado ao meio ambiente.
Naquele ano, a Polícia Federal assumiria as investigações. A Polícia Militar tinha poucas pistas para levantamento das circunstâncias da tragédia.