Em meio ao predomínio da cafeicultura, irmãos despontam no cultivo de morango e mostram parceria que há dois anos vem dando certo
CARATINGA – Caratinga é conhecida como terra do café e o distrito de Santa Luzia também não fica de fora. Mas, por que não investir no morango? Foi o que pensaram os irmãos Weliton Ferreira Lana e Welisson Ferreira Lana, que ousaram há dois anos ao darem início ao cultivo desta fruta.
Os irmãos moram no Sítio Paraíso e decidiram dedicar o espaço a uma nova modalidade de produção após realizarem uma viagem ao Espírito Santo. “Vimos que a altitude aqui e o clima davam condição para
a plantação. Nossa intenção era buscar e revender, mas como não conseguimos tivemos a ideia de plantar”, revela Weliton.
O que começou bastante modesto, rapidamente ganhou proporções dando uma média de um quilo de morango por pé durante a safra. Os irmãos estimam que sejam colhidos 300 a 400 caixas por semana. Em época boa esse número pode chegar a até mesmo 600 caixas.
Eles explicam que o custo não fica baixo, mas se tiver uma
produção boa o resultado é satisfatório. Este ano foi difícil para os produtores que tiveram o desafio de enfrentar as mudanças no clima. Weliton explica os cuidados que são
necessários. “Esse ano tivemos uns problemas com o clima, que esquentou muito, mas vamos trabalhar em cima para ver quais meios de proteger o morango do calor. O clima não ajudou muito, não esperávamos de aquecer tanto. O principal para se ter um morango de qualidade é trabalhar em cima com a irrigação, o gotejo e buscar os meios mais fáceis de trabalhar com adubação para ter uma colheita boa e um morango com a coloração boa. Mas, hoje dependemos muito do tempo também, ano passado tivemos uma colheita muito boa, esse ano não foi o que se esperava”.
Os produtores têm cada vez mais utilizado o túnel plástico para o cultivo de morango, responsável por proteger os frutos do excesso de chuva e até mesmo da seca. A alternativa também aproveitada pelos
produtores. “Morango não pode tomar chuva, se não apodrece todo. O túnel ajuda também a proteger do sol”, explica Weliton, enquanto mostrava sua produção à Reportagem.
A colheita é realizada três vezes por semana, na segunda, quarta e sexta-feira. Segundo Weliton, o desafio é combater a maior praga do morango, o ácaro vermelho. Além disso, eles não contam acompanhamento de profissionais capacitados, tais como um engenheiro agrônomo. “Nós que buscamos, somos curiosos e olhamos outros plantios, ligamos para produtores que têm mais tempo no mercado, mas não é igual a um acompanhamento de um profissional que vê a planta na hora. A gente tem esse problema, mas buscamos um meio de aprender mais ainda”.
E os morangos de Santa Luzia acabaram caindo nas graças do povo. Caratinga tem clientela garantida e Weliton destaca o diferencial, que fez com que seu produto se tornasse mais atrativo. “Entrega rápida, isso ajuda muito. Nosso morango hoje é muito procurado em Caratinga, é fresco, colhido na hora e entregue na hora. A durabilidade dele é maior. A gente pode colher a quantidade que for que tem entrega pra ele”.
Com o sucesso da produção, eles pretendem continuar investindo no morango. A mais nova aquisição dos irmãos deve ser um sombrite, tela que reduz a radiação solar no verão e também atua durante as chuvas, reduzindo o efeito agressivo sobre as plantas. “O café é de ano em ano, o morango é dia a dia; então é onde a gente busca a facilidade de trabalhar para ter um dinheiro toda semana. Pretendemos continuar com o cultivo de morango. Buscamos um meio hoje de proteger da temperatura, no Espírito Santo eles estão fazendo um teste com sombrite e nossa intenção é trazer para cá também. Se funcionar, vamos continuar”, finaliza Weliton.