Moradores do Barreiro se mobilizam contra proposta que reduz distância mínima para instalação de usina de resíduos

Durante o encontro, moradores manifestaram indignação com a tentativa de modificar uma decisão já consolidada

Comunidade teme impactos ambientais e sociais caso projeto do Executivo seja aprovado pela Câmara de Manhuaçu

 

MANHUAÇU – Em uma demonstração de mobilização popular, moradores do Barreiro e região se reuniram no último sábado (19) para discutir a proposta encaminhada pelo Executivo Municipal à Câmara de Vereadores, que visa alterar os artigos 1º e 2º da Lei Complementar nº 19, de 30 de maio de 2023. A principal mudança seria a redução da distância mínima para instalação de empreendimentos de tratamento de resíduos sólidos de 2.000 metros para apenas 500 metros em relação a núcleos populacionais.

 

Proposta reapresentada causa apreensão

Segundo os moradores, a proposta é semelhante à que foi amplamente debatida em 2023 e resultou na inclusão de uma emenda na Lei Orgânica do Município, proibindo a instalação de empreendimentos desse tipo a menos de dois quilômetros de residências e nascentes. Agora, o Executivo volta a defender a instalação a uma distância muito menor, o que reacendeu o temor de danos ambientais e sociais.

 

Reunião comunitária discute estratégias

A notícia da nova proposta gerou rápida reação na comunidade. Uma reunião emergencial foi convocada e realizada na noite de sábado (19), no salão da Igreja São Lourenço, no Barreiro. O objetivo foi organizar ações para pressionar o Legislativo a rejeitar a alteração sugerida pela Prefeitura.

Durante o encontro, moradores manifestaram indignação com a tentativa de modificar uma decisão já consolidada. “Temos muita preocupação, pois em 2023 a área mapeada ficava próxima às nascentes que nos fornecem água para o consumo e para o cultivo de hortas. Essa proposta nos assusta”, afirmou Ana Rita dos Reis, presidente da Associação de Mulheres do Barreiro.

 

“Queremos respeito ao que é nosso”, dizem moradores

José Geraldo Policarpo Filho, morador antigo do bairro, também criticou a iniciativa. “É um absurdo estarmos discutindo de novo algo que já foi decidido. A proposta do Executivo está mexendo com todos nós. Queremos e exigimos respeito”, afirmou.

Outro morador, Dorivan Moreira, destacou que a comunidade está unida mais uma vez e que não aceitará mudanças que possam comprometer a saúde e a segurança dos residentes. “A Câmara precisa agir com responsabilidade. Essa mudança pode trazer impactos não só ambientais, mas também no trânsito da MG-111. Não podemos permitir isso”, declarou.

 

Câmara de Vereadores sob pressão popular

O vereador Alan do Alaor confirmou o envio do novo projeto ao Legislativo e reconheceu a insatisfação popular. “A população está revoltada com essa reviravolta. Em 2023, essa luta foi intensa e contou com ampla participação dos moradores. Retomar esse tema agora é, no mínimo, insensível. Essa modificação pode ser prejudicial para o meio ambiente e para a população”, alertou.

 

Com informações: Eduardo Satil | Rádio Caparaó / Cidade Total

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