Que dia especial, alegre e santo. Dia em que o nosso querido Monsenhor Raul completa 90 anos de vida. É preciso comemorar. Não só com festas e coloridos, mas com a oração mais contrita de louvores e agradecimento.
Saber que há 90 anos, lá em Inhapim, nascia uma pessoa que, escolhida por Deus, iria edificar o Reino do Pai entre nós. O dia de seu nascimento é um marco, o início de uma vida que tanto seria útil à diocese de Caratinga e a todos nós que temos a felicidade de conviver com Monsenhor.
Deus abençoou este dia porque por 90 anos Monsenhor esteve sob as bênção de Nossa senhora- a quem sua mãe terrena o entregou- e sob o olhar de Deus, que sempre esteve do seu lado para o amparar, esteve à sua frente para preparar o caminho certo, esteve atrás para não permitir que tentações tirassem sua pureza, esteve acima para o inspirar na proclamação do evangelho, esteve abaixo para tirar as pedras que pudessem macular sua caminhada de pastor, esteve dentro do senhor para que sua alma refletisse a luz do céu, esteve sempre abraçando-o para fortificá-lo nos momentos difíceis e dando-lhe alegria para que um sorriso brilhasse sempre em seu rosto.
O dia em que Monsenhor Raul nasceu o mundo ficou melhor. Uma estrela brilhou mais forte – como a estrela-guia dos pastores – anunciando que naquela aldeia pequenina de Inhapim – tão pequena quanto Nazaré – nascia uma criatura arquitetada por Deus para ser – a exemplo de Jesus – um pastor de almas. Mais tarde, o chamado de Deus e o “Eis-me aqui” de entrega total, de esvaziar-se de si mesmo para preencher-se da vontade de Deus.
Monsenhor Raul é o padre mais importante da diocese de Caratinga. Pelo tempo de atuação, pelos cargos de relevância ocupados, pela grandeza de seu trabalho. Dedicando todo o seu ministério sacerdotal à diocese de Caratinga, somos nós os privilegiados com sua constante presença que refletiu e reflete o Cristo pregando, consolando, ouvindo, aconselhando, consagrando e amando todos os dias. Todos os bispos que por aqui passaram tiveram nele a força, o coadjuvante, quase protagonista, de ações da Igreja. Nas grandes decisões, Monsenhor era chamado para opinar. Então, entrava em oração e, no silêncio com o Espírito Santo, decidia com acerto. Amigo dos padres, seguia os passos de cada um ajudando, cooperando, mostrando caminhos. Padre Boreli não se cansa de dizer que o Monsenhor conhece mais de sua vida do que ele mesmo. Em cerimônias importantes, quando o bispo não pode ir, lá ia o nosso arauto do bem. Monsenhor é a águia-luz de nossa Igreja.
Foi pároco da catedral por muitos anos e, assim, pudemos constatar seu zelo, sua forma mansa de liderar, sua santidade feita de sorrisos e preces. Atendia a todos com presteza e, incansável, promovia festas, novenas, missas cotidianas realçadas pela sabedoria da Palavra que, dita pelo Monsenhor, buscava caminhos novos e atualizava os significados das parábolas para que pudéssemos aplicá-las em nossa vida. Culto, inteligente, retratista atencioso, colecionador de Memórias para que o tempo não apague as glórias do presente, bondoso, acolhedor, sorridente, orante, piedoso, amável, incansável,, solidário, trabalhador, sensível, amigo, iluminado, incentivador da arte, invocador de bênçãos, filho de Maria, tranquilo, generoso, humilde, simples, educado, gentil, disponível, humano… Esgotou-se o dicionário! Suas virtudes são tantas que o dicionário fica pequeno para enumerá-las. Na verdade, o Monsenhor está além das palavras e só pode definido pela amizade e gratidão.
Em várias ocasiões, o Monsenhor afirmou que é um sacerdote feliz. Um sacerdote feliz é um dom de Deus, é uma fonte de água pura, na qual todo o rebanho sacia sua sede. E bem-aventurado o rebanho cujo pastor é um sacerdote feliz. Sendo feliz, ele consegue tocar os corações e revelar Jesus Cristo com entusiasmo, porque seu coração está conforme a missão que escolheu. Nele não há descaso, não há inquietude, não há tristeza, porque sua alma sedenta de Cristo, só sabe trabalhar com prazer.
Sua vida, Monsenhor, é uma missão de profeta que anuncia, lança alicerces e constrói. Sua vida é missão de pastor, pela coragem e pela dedicação ao rebanho. Sua vida tem missão de João Batista porque o senhor sempre gritou no deserto do coração humano, às vezes, vazio de Deus, para nele deixar um aceno de fé e esperança. E, como João Batista, todos os dias o senhor anuncia: Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Agradecemos a Deus por nos ter dado um sacerdote tão precioso. Agradecemos a Monsenhor Raul por ter dedicado sua vida a nos ensinar o caminho da salvação.
Parabéns, Monsenhor! Que por muitos anos, ainda, possamos ter sua luz e nos inundarmos nela. Que o senhor chegue ao centenário ou mais, pois é um mimo divino ter um pastor que, por merecimento, atrai graças, milagres e bênçãos para toda a Diocese. Nesta data de seu aniversário, os anjos e santos estão cantando um hino de louvores, cujo som repercute aqui na terra onde todos nós estamos dizendo com o coração de joelhos: Parabéns, Monsenhor! Seja feliz! Amém.
Marilene Godinho