(Noé Neto)
Conta-se que, Albert Einstein, ao preencher o formulário de imigração em sua chegada aos Estados Unidos, colocou no campo “raça” a palavra humana. Pode parecer um gesto simples diante de tanta coisa genial que Einstein fez, mas na verdade, trata-se de mais uma de suas genialidades.
Analisando sobre esse gesto do grande cientista, podemos e devemos refletir sobre o quanto nós humanos ainda somos cheios de preconceitos e estereótipos. O quanto nos limitamos a definir as pessoas pela cor de sua pele, religião ou sexo. Infelizmente, as pessoas ainda são classificadas de acordo com sua etnia e seu poder aquisitivo, como se esses dados caracterizassem valores ou desvalores.
A humanidade evoluiu ao longo dos anos, isso é um fato inquestionável. Contudo, no quesito discriminação ainda há muito o que avançar. Há uma falsa aceitação social das diferenças, pois as pessoas, mesmo sendo, não querem parecer preconceituosas. Essa pseudo-aceitação, faz com que a discriminação vá sendo camuflada para quem vê, mas continue dolorida para quem sente.
Imaginemos como se sentem os portugueses ao chegarem em nosso país e ouvirem, ainda que em tom de piada, que eles são um povo “burro”. Se Eça de Queiroz, Camões, Vasco da Gama, e tantos outros são dignos dessa classificação eu me sentiria honrado em recebê-la.
Pensemos como se sente uma mulher negra ao ser obrigada a alisar o cabelo para obter uma vaga de emprego. Pasmem, isso acontece mais que se imagina. Alguém poderia dizer: “ela não é obrigada, é só não aceitar”. Porém, o que a faz aceitar não é o patrão, mas sim a necessidade.
Reflitamos sobre os sentimentos de um homossexual que é repreendido por seu chefe, que elogia o seu trabalho, mas deseja que ele seja menos afeminado, pois somente assim se encaixará no perfil da empresa.
Ainda somos julgados todo o tempo pelo que as pessoas pensam que somos e não por nossa personalidade, capacidade e competência. Dessa forma, vamos nos tornando clones do que deu certo, deixando de lado diversas possibilidades de mudanças, engessando nossas ações, por formulários e currículos que insistem em perguntar cor, gênero e religião. Nos tornamos molduras douradas enfeitando paredes brancas trincadas.
Parafraseando o próprio Einstein, “estamos vivendo em uma época em que é mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito”.
Pensemos nisto! Ajamos para mudar isto!
Prof. Msc Noé Comemorável.
Escola “Prof. Jairo Grossi”
Centro Universitário de Caratinga – UNEC
Escola Estadual Princesa Isabel