CARATINGA- No último sábado o casal Vítor Henrique de Souza, 27 anos e Beatriz Faustino passou por momentos de desespero quando o filho Noah de Souza de apenas um mês, engasgou e ficou sem respirar.
Vítor disse que estava trabalhando e quando chegou em casa por volta das 13h para almoçar entrou no quarto do filho e viu que dormia tranquilamente. “Falei para minha mulher que poderia almoçar que eu iria olhar ele. O Noah deu um chorinho, quando levantei e cheguei ao quarto ele já estava se debatendo com boca espumando e roxo, e aí peguei ele comecei a fazer manobra pra ver se desengasgava e ele não voltava. Teve um hora que ele chorou e voltou, mas engasgou de novo. Aí a gente arrumou um desespero, conversei com minha esposa e pensei em trazê-lo ao batalhão, pois moramos perto, e achei que o capitão que é médico poderia ajudar, mas o portão estava fechado, pensei que não teria ninguém. Quando fui descendo a rua Professor Colombo Etienne Arreguy, e passando perto do apart-hotel, encontrei o cabo Fernandes. Ele estava subindo com a viatura, dei sinal pra ele, então ele desceu rápido e me ajudou. Deu três tapinhas nas costas do Noah, ele desengasgou e aí ele nos auxiliou a leva-lo pro hospital pra fazer uma avaliação médica. Se não fosse ele na hora acho que não teria tempo, não daria tempo de chegar ao hospital, acho que meu filho não sobreviveria”, disse Vítor emocionado.
CABO FERNANDES
Também emocionado em pegar Noah em seus braços e lembrar da situação, cabo Fernandes contou que estava voltando de onde teria ido dar apoio a um veterano da Unidade, quando deparou com Vítor pedindo socorro, dizendo que o filho estava engasgado. “De imediato desci da viatura, peguei o Noah no colo, coloquei ele entre meus braços e realizei a manobra de Heimlich. Naquele momento pedi a Deus que me iluminasse. Com três tapinhas a criança voltou a respirar, e graças a Deus o Noah voltou a respirar e chorou. Vou completar 15 anos de polícia, após o nascimento do meu filho, esse foi um dos momentos mais felizes da minha
vida, chegando em casa, comentei com a minha esposa e até chorei com ela, foi um momento muito emocionante pra mim, na minha vida profissional”, ressaltou o militar.
CAPITÃO MÉDICO ROBERTO CARLOS
O médico do 62º Batalhão de Polícia Militar, capitão Roberto Carlos explicou que como o cabo Fernandes tem formação em enfermagem e ele é médico, fizeram um treinamento pela instituição que tem os primeiros socorros. “A Polícia Militar normalmente é a primeira que chega em todos os locais onde tem algum problema, essas manobras, como a de Heimlich, são ensinadas pra todos os militares. No caso do Fernandes, o Noah deu mais sorte ainda, porque ele tem mais habilidade por sua formação.
Mas é importante a gente falar sobre essa desobstrução em crianças, é ensinado aqui na Polícia Militar que a manobra em adultos é diferente e em crianças é mais difícil ainda, e o Fernandes executou muito bem, está de parabéns, é um militar exemplar”, enfatizou o capitão.
Ainda de acordo com Roberto Carlos, as pessoas precisam ficar atentas aos sinais de obstrução respiratória principalmente em crianças. “O pai do Noah explicou que a criança começou a ficar roxa, e foi persistente, então isso é um sinal principal. Pode acontecer com uma criança pequenininha por causa de secreções, refluxo ou até mesmo por conta da alimentação, como o leite. Obstrução respiratória é muito comum mais comum do que divulgado. Deus colocou o cabo Fernandes ali naquele ponto certo, porque não dá pra levar pra lugar distante porque a gente não consegue ficar sem ar, então o grau de obstrução respiratória pode ter sido parcial naquele momento, mas ele pode se tornar total. Então é interessante que não só os militares tenham esse treinamento, mas a população comum, para saber como resolver esses casos”, explicou o médico da PM.
- Cabo Fernandes com Noah nos braços, Vítor e Beatriz, pais da criança e o capitão médico Roberto Carlos