Filhos de mulher assassinada em novembro do ano passado na zona rural de Santa Rita de Minas estão morando com a avó paterna. Silêncio sobre autoria e motivação do crime incomoda a família
SANTA RITA DE MINAS – Sete tiros e um crime cercado de mistério. Essas foram as circunstâncias do assassinato ocorrido no dia 23 de novembro de 2015, na fazenda Aldegundes, Córrego do Retiro, zona rural de Santa Rita de Minas.
A vítima, Sueli Maria dos Reis, 37 anos, estava em casa com seus dois filhos (um menino de 12 anos e uma adolescente de 16 anos). Por volta das 20h20, dois homens chegaram em uma moto e chamaram pelos moradores. Acompanhada dos filhos, Sueli foi atendê-los e caminhou até a porteira. Um dos homens disse que precisava de ajuda para desbloquear seu celular e pediu para que Sueli mostrasse o seu telefone. Então, teria anunciado um possível assalto e levou mãe e filhos para dentro da casa.
Os bandidos fugiram levando dois celulares, o que direciona para a hipótese de roubo seguido de morte. Porém, o que intriga é o fato de que havia dinheiro na casa, mas que não foi levado. Por isso, a Polícia considerava a possibilidade dos celulares terem sido levados somente para evitar que os filhos de Sueli pedissem ajuda.
Os bandidos trancaram os filhos de Sueli dentro de um quarto e instantes depois, eles ouviram disparos. Em seguida, os marginais fugiram sentido a Santana do Tabuleiro, zona rural de Raul Soares e ainda não há nenhuma notícia sobre o paradeiro deles.
FAMÍLIA CLAMA POR JUSTIÇA
Passados pouco mais de três meses do crime, o DIÁRIO DE CARATINGA esteve na casa da sogra de Sueli, Jotaci Gomes, que mora no Córrego Quatro Encruzilhadas, zona rural de Caratinga. Os filhos de Sueli estão morando com a avó paterna e aos poucos se adaptam a nova vida.
Segundo Jotaci, o silêncio sobre a autoria e motivação do crime incomoda a família. “Meus netos precisam ver que ainda há justiça no mundo. Eles sentiram muito tudo isso. Eu também fiquei abalada porque a gente não espera, nem imaginava, sempre achamos que está longe. A família espera uma resposta. Mudou a vida deles completamente. Está aqui, mas não é a mesma coisa da casa deles”.
A avó acrescenta que os netos voltaram à sua rotina normalmente, mas ainda enfrentam algumas dificuldades diante da violência do crime, que ainda está presente na memória. A dor da perda é irreparável, mas eles esperam que os criminosos sejam responsabilizados. “Hoje meus netos estão bem, estudando. A menina está com 17 anos. Ela sente muita falta. De vez em quando pego ela chorando por ai. Ela fala que é saudade da mãe. Elas eram muito amigas. Saíam juntas para caminhar, tudo estavam juntas, iam para as festas em Santa Rita. Uma separação desse tipo é muito triste”.