CARATINGA – Além de transformar hábitos diários da sociedade, a tecnologia hoje é também fator determinante no desenvolvimento e relacionamentos sociais de crianças e adolescentes, inclusive no ambiente escolar. E foi nesse mesmo ambiente que profissionais e pais de alunos se reuniram para debater o tema: mundo virtual x mundo real, dualidade de conflitos. A Mesa de Debates está acontecendo pela segunda vez na Escola Professor Jairo Grossi. Na noite da última quarta-feira (10), as palestras foram com um psiquiatra, uma psicóloga, um defensor público e uma professora, falando sobre a ética, os princípios legais e a formação da personalidade em crianças e adolescentes.
De acordo com a diretora da Escola, Francisca Pires, a proximidade com a família é um dos pilares da instituição, principalmente através de pessoas competentes para dar suporte no que tange às novas tecnologias. “A Escola tem uma preocupação muito grande com a formação do aluno e, consequentemente, também com a orientação de pais e responsáveis. Com isso, já é o segundo debate que promovemos com profissionais capazes de trazer para eles um conhecimento maior sobre educar seus filhos. E diante da tecnologia, que tem lados muito positivos, mas também negativos, os a família precisa ter algumas informações fundamentais sobre o bom uso e os riscos aos quais as crianças podem estar dispostas”, defende a diretora.
Uma das palestrantes foi a psicóloga Magda Assis Costa, que falou sobre o papel da identidade social na formação das crianças. “Eles devem compreender que é importante que cada responsável, pai e mãe, construir no seu filho uma identidade basal, uma estrutura que o constitua, para que essas influências de fora não invadirão a identidade dele. Então, é fundamental que os pais estabeleçam com seus filhos um relacionamento que vai, de certa forma, defendê-los dos riscos e consequências do mundo virtual das tecnologias”, afirma.
Mamãe de primeira viagem, a engenheira Ana Cristina Pires levantou durante o debate alguns questionamentos sobre o uso do celular e a privacidade que põe em risco a vida dos filhos em redes sociais. “Eu me sinto como aprendiz de ser mãe, porque ainda tenho uma única filha de oito anos. Nós tentamos acertar e fazer o máximo para dar o melhor aos nossos filhos, o melhor de mim na educação, orientação, relacionamento. A tecnologia me incomodava até agora, mas vi que meu propósito é extremamente transparente e não terei dificuldades, porque já trabalho isso com minha filha. Espero que a Escola repita essas palestras”, conta.