Alimentação por sonda fica em R$ 1.300,00 por mês e os pais estão desempregados
CARATINGA – A soda cáustica geralmente é usada para limpar ralos e caixas de gordura; desentupir canos e vaso sanitário; auxiliar na remoção de restos de tinta e verniz, e também é um ingrediente indispensável no processo de fabricação de sabão, sabonete e produtos de limpeza caseiro. No entanto se ingerida pode-se queimar a língua, a boca, o esôfago e o estômago. Em âmbito mundial, 80% das ingestões de substâncias cáusticas ocorrem em crianças pequenas; estas são geralmente ingestões acidentais de pequenas quantidades.
Luiz Henrique de Melo Freitas, tem apenas três anos e ingeriu este tipo de produto. Ele mora no córrego da Barreirinha, no distrito de Sapucaia, zona rural de Caratinga, junto com os pais Danilo de Freitas Marciano, 30, lavrador, a mãe Vanessa Silveira de Melo Freitas, do lar e o irmão mais novo, Guilherme de Melo Freitas de apenas oito meses.
O DESESPERO DA FAMÍLIA E A BUSCA POR TRATAMENTO
Luiz Henrique é um garoto muito esperto e curioso, e no dia 24 de outubro do ano passado deu um grande susto em seus pais. Enquanto cuidavam de seus afazeres, o menino usou cadeiras para subir no guarda-roupa e pegar uma garrafa contendo soda cáustica.
Danilo estava trabalhando na lavoura quando foi avisado pela esposa, que estava desesperada, que o pequeno Luiz Henrique havia colocado a soda cáustica na boca.
O garotinho foi levado para à UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde recebeu o primeiro atendimento e depois encaminhado ao Casu – Hospital Irmã Denise, tendo permanecido internado por nove dias. “Depois de nove dias eles deram alta pra ele, falaram que ele tava bom, que podia comer comida levinha, aí peguei e levei pra casa, ele ficou em casa uma noite, e no outro dia mais tarde começou prostrar de novo, ficar enjoado, molinho, ai eu levei ele pra UPA de novo. Aí chegou à UPA tirou o raio-x de tudo dele, e depois deram alta, mas ele não melhorou”, contou Danilo.
Luiz Henrique não melhorava e a preocupação dos pais só aumentava, foi então que um médico depois de realizar uma endoscopia no garoto, pediu que Danilo levasse o filho para fora da cidade, pois o caso era grave.
Luiz Henrique foi levado para o hospital infantil João Paulo II, em Belo Horizonte. “Ele ficou seis dias lá sem tomar nada, nem dipirona, aí falei com o médico: esse menino tá emagrecendo, o que vai arrumar? Não está comendo. O médico disse que a endoscopia dele era no outro dia e disse que podia dar sopinha para ele, eu dei, quando foi mais tarde vi que o ‘pescocinho’, onde fizeram uma ressonância e viram que o esôfago dele estava perfurado”, conta Danilo ainda emocionado com o tanto que o filho estava sofrendo.
Danilo disse que somente quando Luiz Henrique foi encaminhado ao hospital municipal Odilon Behrens (HOB), o tratamento correto começou e lá ele ficou por 47 dias, recebendo alta no dia 27 de dezembro.
ALIMENTAÇÃO POR SONDA
Depois que o pequeno Luiz Henrique começou o tratamento correto, precisou colocar uma sonda no abdômen por onde é colocada sua alimentação. O garoto não pode beber água e nem ingerir qualquer tipo de alimentação via oral. Luiz Henrique está usando um suplemento alimentar chamado PediaSure e cada lata custa em torno de R$ 90,00, e os pais não têm condições de comprar.
Danilo foi até a prefeitura para conseguir a alimentação, mas disse que o seu pedido foi negado e conseguiu apenas seis latas pequenas que já acabaram e ainda não se sabe por quanto tempo o filho precisará do suplemento. “Pelo o que a nutricionista me informou, fica na faixa de R$ 1.300 por mês. O médico falou que pode ser que meu filho se alimente assim por 20 dias, ou até por um ano. Eu não estou trabalhando, tem mais de 70 dias que eu não sei o que é trabalhar, estou cuidando do meu filho, estou contando com, a ajuda das pessoas para conseguir o leite dele”, disse Danilo muito emocionado.
Luiz Henrique ainda precisa fazer um exame chamado esofagograma, um procedimento que avalia o esôfago, mas ainda não conseguiu vaga pelo SUS.
Para quem deseja ajudar Luiz Henrique com a doação do suplemento alimentar, o telefone de contato de seu pai Danilo é (31) 99870-5340, ou também ir à casa da família que fica no Córrego da Barreirinha em Sapucaia.