Em reunião realizada na Prefeitura Municipal de Inhapim, na tarde de segunda-feira (2), ficou decidido por unanimidade que a gestão do Hospital São Sebastião será de responsabilidade dos médicos Paulo Pires e José Carlos Silva em caráter de comodato no período de 20 anos.
A gestão será transferida oficialmente hoje, como destacam os assessores jurídicos dos médicos, Bruno Taveira e Mauro Lúcio dos Santos. Bruno comenta sobre as primeiras providências que serão tomadas à frente do hospital. “Agora teremos uma reunião de diretoria e Conselho Fiscal, onde, certamente, será assinado o contrato definitivo de comodato. E a partir da assinatura, assumir é imediato, deve ser no dia seguinte. A previsão dos médicos que estão assumindo a gestão é de logo fazer o levantamento dos débitos junto aos empregados, salários atrasados e começar a enfrentar esse problema. A natureza do hospital continua a mesma, é uma sociedade beneficente, portanto, filantrópico. Há o atendimento do SUS em larga escala e haverá, provavelmente, alguns procedimentos que os pacientes pagarão. Mas, não vai mudar em nada a questão de atendimento”.
Os médicos se comprometeram a pagar pelo menos dois salários atrasados aos funcionários, usando de recursos próprios e pessoais de imediato, após a posse. Já em relação ao bloco cirúrgico, a previsão é de que seja reaberto num prazo de 60 a 90 dias, como afirma Mauro. “O bloco cirúrgico está em obra e depois tem uma série de providências. Há uma preocupação de colocá-lo para funcionar em até 90 dias. O pronto socorro; também queremos colocar para funcionar o mais rápido possível”.
O médico Paulo Pires afirma que é grande a expectativa e espera que a parceria traga bons frutos ao Hospital São Sebastião. “Agradecemos e pedimos apoio e união para o enfrentamento dos graves problemas do nosso hospital, para que possamos juntos; alcançar êxito nessa missão que nos foi confiada. São vários os problemas que nosso hospital hoje enfrenta, com reflexo negativo na comunidade, o que precisamos aprimorar. Precisaremos de muita ajuda, empenho de todos, estaremos abertos ao diálogo e sugestões”.
O prefeito de Inhapim, Hamilton Chagas Filho, o “Bó”, acredita que a decisão tomada em conjunto foi a melhor opção, diante dos problemas que estavam sendo enfrentados na saúde em Inhapim. “O hospital, na situação que estava não podia ficar. Foram dois anos correndo atrás, com projetos e hoje que foi feita a verdadeira política, quando se juntou os 11 vereadores, prefeito, sociedade em geral, para dedicar umas horas da nossa vida em prol das pessoas mais carentes. Estou certo que tomamos a decisão certa e o hospital de Inhapim será uma referência para toda a região”.
Padre Celso Gonçalves, pároco de Inhapim, teve direito a voto e também acredita na gestão dos médicos. “Graças a Deus, fiquei muito feliz com o que vi na reunião. Foi uma proposta de deixar de lado questões partidárias, de religião e olhar, a princípio, a questão do povo, hospital e funcionários. O que sobressaiu foi o bem de todos nós. Desejo boa sorte, toda felicidade aos médicos e que possam seguir com os trabalhos. Vamos pedir muitas bênçãos de Deus sobre eles, ali é o local que todos nós precisamos”.
A enfermeira Juraci Costa foi uma das funcionárias que ficou à frente das paralisações e reivindicações em prol do hospital. Com o resultado positivo, ela se diz satisfeita. “Agradeço primeiramente a Deus, porque acho que fui uma das pessoas mais criticadas, julgada e até ameaçada, com essa luta que tem mais de um ano. Também agradeço a todos os vereadores, que a gente achava que não iam aparecer, vieram em peso e votaram a favor. É uma alegria muito grande, apenas uma etapa que nós vencemos, daqui pra frente é muito trabalho. Vamos ter que fazer campanhas, dar todo o atendimento que a população merece e vai ter uma reeducação com a população. Tenho fé que daqui uns anos; vou agradecer a todo mundo, que nós conseguimos reerguer o hospital, fazendo ele de referência”.