O dia do médico é sempre comemorado com alegria e muitos cumprimentos levando votos de reconhecimento.
Ele nos ajuda a manter a vida, a recuperar a saúde e, consequentemente, ser mais feliz.
Ser atendida com bondade e educação, aumenta nossa confiança e nos deixa mais à vontade para enumerar nossa carências.
Antigamente, nas faculdades de medicina, ensinavam aos estudantes a usarem o Rapport, que é uma palavra de origem francesa que significa criar uma relação. O aluno aprendia a importância de conversar um pouquinho com o cliente para deixá-lo bem recebido. Não se trata de uma longa conversa, mas de um pequeno bate-papo sobre coisas amenas. Era uma arma importante para estimular o cliente a enumerar suas queixas, pois eram elas o apoio do médico para pedir exames e diagnosticar o mal. Hoje, essa conduta foi quase abolida porque os exames são muito precisos e numerosos, o que desobriga o médico de fazer muitas perguntas. Mas o que ainda deve existir é uma pequena conversa só para estabelecer um fio de amizade. Há, no entanto hoje, um descaso por essa atitude. Alguns profissionais, muitas vezes, nem sequer tratam bem os pacientes. Em minha última consulta aqui em Caratinga, o médico apenas me escutou e receitou, sem nenhuma palavra de recepção.
Mas não quero lembrar momentos ruins, já que a maioria dos médicos são bons e educados. Nossa Caratinga dorme sobre lembranças inesquecíveis de médicos bons em todos os aspectos. Dr. Edmundo foi o primeiro médico caratinguense que aqui se aportou e fez uma clientela cativa e bem cuidada. Ele foi até homenageado pela primeira turma de médicos de nosso Centro Universitário (UNEC). Pai de Dra. Ione que exerceu seu labor com responsabilidade. De saudosa lembrança, temos o Dr. Cimini que atendia com presteza a um número incontável de pessoas por muitos anos. Dr. Eduardo Daladier Pereira tratava tão bem os seus clientes que com o voto deles sagrou-se prefeito de Caratinga. Dr. Manuel, com muito tempo de trabalho, trata bem até hoje, pois atraiu a preferência da cidade.
Dr. Rezende – meu padrinho de batismo, por quem minha família tinha o maior carinho. Além de excelente profissional, era uma reserva moral que fortalecia sua indicação a cargos políticos, chegando a se eleger vice-prefeito. Também o Dr. Mendonça deixou marcas indeléveis em Caratinga. Diretor da Casa de Saúde Divino Espírito Santo com assistência total ao cliente. Certa vez, mesmo não sendo católico, ele mandou chamar o Monsenhor Rocha para atender um doente que estava muito mal. Monsenhor foi lá, atendeu a confissão e ministrou a extrema-unção. No outro dia, o Monsenhor Rocha disse que o Dr. Mendonça era um ladrão do céu, pois não seguindo as normas católicas, respeitou o pedido do cliente. Dr. Sinésio, também muito querido, foi até um político bem votado. Não se pode esquecer do Dr. Grimaldo. Alegre, piadista, amigo, bondoso e grande entendedor de medicina geral. Tinha um forte faro médico, bastando ouvir as queixas do paciente e examiná-lo para dizer com segurança sobre a doença e o tratamento certo. Também inesquecível é o Dr. Paulo Magalhães que cuidava das endemias rurais. Ganhou um amigo em cada pessoa que o conheceu. Atendia com muita simpatia e preocupava-se com o cliente até vê-lo curado.
Afinal, Caratinga foi berço de grandes profissionais da medicina que, até hoje, são lembrados com saudade e gratidão. Hoje, temos também bons médicos que sabem ouvir o paciente para descobrir a lágrima oculta e aliviar a tensão. Isso porque, muitas vezes, a doença é psicossomática, isto é, vem de males da alma, dos sofrimentos cotidianos que, descobertos, dará ao médico grande possibilidade de descobrir as doenças advindas. Os médicos de hoje também fazem história. O Dr. Henrique, com muitos anos de medicina, tem uma clientela grande que o acompanha através dos tempos. Entre tantos médicos de hoje, nossa gente sempre cita a bondade e profissionalismo extremo do Dr. Ígor. A assistência que ele dá ao doente e sua família tem a grandeza de atos divinos. Só quem tem fé em Deus e exercita a caridade, pode fazer o que ele faz. Também o Dr. Djalma é um nome valoroso. Um dia desses, ele chegou a ir à casa de um cliente, que precisava muito dele e não tinha dinheiro para pagar. Ele sentiu a necessidade e o socorreu. Dr. Madson também é considerado um médico excelente pela capacidade e pela educação com que recebe seus pacientes. Muitos outros merecem nosso aplauso. Incluindo, com muito orgulho, os meus netos que hoje clinicam aqui. Dr. Eliseu Bomfá Júnior e Luísa Godinho Soares Bomfá. De saudosa lembrança, cito meu irmão Cléber Godinho, conhecido no Brasil como o “Papa da lente de contato”. Começou em Caratinga e desenvolveu seu trabalho em Belo Horizonte, fundando lá o IOBH. Imensamente caridoso, fez de seu ofício um verdadeiro apostolado, deixando seu nome inscrito nos anais da medicina oftalmológica e nos corações de tantos que, até hoje, lembram-se dele.
E por falar em aplauso, temos de louvar e enaltecer os médicos que, durante a pandemia, deram trabalho, abnegação, respeito aos doentes e às vítimas. Verdadeiros apóstolos da medicina, não pouparam esforços para garantir o tratamento, a vida e a assistência emocional.
Agradecemos aos médicos. Todos. Eles são o grande apoio e a certeza de vida. Eles são como o grande médico Jesus Cristo que curava a todos que se acercavam dele. Que Jesus, conhecedor dos afazeres médicos, possa abençoar os profissionais dessa área tão importante. Saúde, paciência, gigantesca caridade e, no final, a felicidade tão merecida.
Marilene Godinho