MARINA NA AMÉRICA
Há 18 anos nos Estados Unidos, mineira bomba nas redes sociais e mostra a realidade nua e crua da luta pra vencer na vida em outro país
DA REDAÇÃO – 2004. Marina Benicio estava no Brasil, tentando recomeçar a vida junto com a filha pequena depois de um divórcio. Em três meses de conversa em uma sala de bate-papo online, ela decidiu largar tudo e ir para os Estados Unidos viver com o grande amor da sua vida, o atual marido. Ele também é brasileiro e já morava na Flórida.
Marina chegou aos EUA em maio de 2004. Um mês depois, estava esperando o segundo filho, Bryan. Ela conta que foi a época mais difícil de sua vida; não falava inglês, estava longe dos familiares e tinha medo de contar pra filha, que ficou no Brasil, que estava grávida. Bryan nasceu no ano seguinte e o dia do parto foi uma data muito difícil pra Marina.
E foi num país até então desconhecido que a mineira de João Monlevade aprendeu a lutar e a vencer. Enfrentou medo, angústia, tristeza e culpa todos os dias. Ficou longe da família, inclusive da filha que deixou no Brasil com os avós. Dez anos se passaram e ela conseguiu ultrapassar vários obstáculos: aprendeu a dirigir, a falar uma língua nova, e o mais importante: aprendeu a ter orgulho de si mesma. Conseguiu levar a primeira filha pra morar com ela na Flórida e uma nova bênção aconteceu. Era o ano de 2014, a família estava completa de novo e crescendo mais uma vez com a terceira filha a caminho, Sophia.
Depois de mais de 18 anos de uma grande jornada, hoje Marina reconstruiu a vida e com os três filhos ao lado dela, agora quer realizar novos e maiores sonhos, como o de comprar uma casa própria. E as vitórias não param por aí.
Faxineira e digital influencer
“Você vai sentir vontade de voltar pra casa, vai sentir falta de coisas que tinha e não dava o devido valor. Vai passar por situações que te deixarão fraco e vão dar vontade de desistir. Ao mesmo tempo, vai conhecer pessoas que não são ‘de sangue’ e elas se tornarão a sua família fora de casa. E depois de muitos tombos, muitas quedas, vai ter a certeza de que tentou”.
Marina começou a vida na Flórida (EUA) fazendo faxina. Já no segundo dia logo depois de chegar aos Estados Unidos estava trabalhando e não parou mais. Chegou a limpar até cinco casas no mesmo dia. Ela conta que passou muitas noites em claro, chorou de saudades da família e jamais imaginava onde iria chegar.
Dados do Ministério das Relações Exteriores, referentes ao ano de 2021, apontaram que o principal destino dos emigrantes brasileiros são os Estados Unidos, especialmente para os oriundos de Minas Gerais (43,2%), seguido pelo Rio de Janeiro (30,6%), Goiás (22,6%), São Paulo (20,1%) e Paraná (16,6%).
De acordo com o último Censo Demográfico do IBGE (2010), 73 pessoas de João Monlevade estão na América do Norte. Assim como a Marina, elas enfrentam muitos obstáculos pra se estabelecer nas terras do Tio Sam. “Viver no exterior é um desafio diário”, ela conta. “A saudade vai te derrubar lágrimas e muitas vezes você vai pensar em desistir, mas se lembre de que Deus nunca vai te dar um fardo maior do que você consegue carregar”. Além de motivação, a mineira dá dicas pra quem deseja se aventurar fora do Brasil. Entrar em grupos de WhatsApp é uma boa pedida, já que os primeiros contatos de trabalho podem sair de lá. E claro, “dê seu melhor e nunca deixe de ser você”, conclui Marina.
E se você estiver se perguntando “que Marina?”, eu vou falar pra você: Marina na América!
Há três anos, Marina começou a mostrar sua rotina nas redes sociais. Os vídeos gravados com muita naturalidade conquistaram mais de 320 mil seguidores no Instagram. Ela também mantém um canal no YouTube, em que já alcançou 149 mil inscritos e quase um milhão no Facebook. E posta de tudo: choro, bagunça dos filhos, perrengues, trabalho, muita gratidão e mensagens de motivação.
O que é lixo pra uns, é luxo pra outros
O primeiro dumpster diving da Marina foi em junho do ano passado. O termo em inglês significa, ao pé da letra, “mergulho na lixeira”. A prática se popularizou …(explicar). Os americanos jogam fora muita coisa, produtos ainda nas caixas e que nem chegam a ser usados. Têm também os grandes departamentos que descartam toneladas de produtos todos os dias, materiais que têm utilidade pra muita gente.
Marina entrou nessa e, claro, mostra tudo em seu canal na internet. A mineira ficou até com o coração acelerado, sem acreditar que tanta coisa boa é jogada fora. É claro que encontrar coisa boa no lixo é uma tarefa que exige paciência, aventura que, muitas vezes, ela vive sozinha com o celular na mão, registrando tudo pra depois postar.
Na primeira vez, o resultado não foi muito promissor e Marina quase ficou presa em um latão de lixo! A expectativa era encontrar celular, computador, maquiagem…, mas a realidade foi de apenas alguns objetos que, juntos, não valiam mais do que dez dólares. Ela diz que a experiência valeu a pena e rendeu muita diversão. E como sempre, Marina não perdeu a disposição nem o otimismo.
Durante muito tempo, ela pensou que não ia encontrar nada que prestasse. Mas isso mudou bem rápido. Já no segundo vídeo, ela mostra como achou um suporte pra celular novinho que estava mesmo precisando! Além disso um massageador, brinquedos, bijuterias, um fone de ouvido sem fio, um difusor de ambientes, caixas de som pra computador, roupas e sapatos novos… foi um dia de sorte. Mas o que a Marina mais gostou foi um chaveirinho de galo que fazia barulho! (risos)
Dá pra perceber que a simplicidade e a alegria de viver são a cara da Marina. E é isso que conquista as milhares de pessoas que a acompanham nas redes sociais.
Instagram: @marinanaamerica
YouTube: https://www.youtube.com/c/MarinanaAmerica
Facebook: www.facebook.com/Marinanaamericaa
TikTok: @marinanaamerica
Contato: [email protected]