CARATINGA – Renovação. Esse é o objetivo de Márcio Alexandre do Carmo, o “Didi”, filiado do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), cuja maior liderança na região é a deputada estadual Rosângela Reis. O partido vai apoiá-lo em sua pré-candidatura a prefeito de Caratinga, anunciada ontem em um encontro realizado na Câmara Municipal.
Márcio Didi é presidente do Esporte Clube Caratinga e afirma que encara mais este desafio com confiança. No DIÁRIO ENTREVISTA dessa semana, ele foi recebido por Alcides Leite de Mattos, onde falou de seus objetivos e movimentações rumo ao êxito no cenário político de 2016.
Como você assumiu a presidência do Esporte Clube Caratinga?
O Esporte Clube Caratinga, talvez seja o clube mais tradicional da região, até no mesmo patamar do Filadélfia, de Governador Valadares. Tem o Morro do Pilar em Ipatinga, mas o Caratinga é mais tradicional. Assumimos em 2011, após a renúncia de um ex-presidente. A gente acreditou muito, confiou, ele renunciou, por questões pessoais e eu me vi na obrigação de assumir. E hoje, digo com toda sinceridade, talvez se eu não tivesse assumido; modéstia à parte, o clube talvez estivesse fechado.
Você afirma com bastante convicção de que você seria a “salvação” para o clube? Desde o início você se considerava apto?
Sim. Fui chamado para ser vice de outros candidatos que estavam aparecendo e tomei a liberdade de falar para eles que estava muito indignado com os apoios que a gente vinha tendo. Tenho 26 anos de clube. Consegui ser sócio, após conseguir pagar o título, entrei pela porta da frente, graças a Deus, gosto de falar muito isso. Mas, a gente vem de berço pobre. Então, fui ser sócio do Clube Caratinga com 16 anos de idade. Graças, principalmente, aos esforços dos meus pais. Desde então, acompanhando a história, o clube passando por essa dificuldade em 2011, com mais de 35 processos judiciais, sem créditos, sem nome, um passivo exorbitante, da ordem de R$ 1 milhão. Eu disse para o pessoal: ‘Olha, vocês vão me perdoar, já que vocês estão arquitetando a próxima administração do Clube Caratinga, vou conversar com a minha família e se eles aceitarem, aceito o convite, mas com uma condição: só venho na cabeça. Estou ciente do tamanho do problema que vou encarar’. Porque não dava mais para apoiar alguém, que chegasse lá e desfizesse os compromissos. Isso está acontecendo principalmente na política brasileira. Mas, tenho muito que agradecer aos ex-presidentes, tenho um carinho imenso com essa velha guarda do clube.
Como contador e bacharel em Direito, você acredita que essas atribuições profissionais contribuíram com seu trabalho à frente do Clube?
Com certeza. Um administrador tem que tomar suas decisões, atitudes, principalmente, sem preocupar com questão pessoal. A instituição tem que estar em primeiro lugar. Agora se essa decisão for chatear ou magoar A ou B, se você for pensar nisso não administra nem a sua casa. Essa é a realidade. Então, infelizmente, desagradamos uma minoria e a grande maioria está apoiando este belo trabalho, modéstia à parte, que a gente vem prestando.
Você está prestes a alçar voos maiores, como pré-candidato a prefeito de Caratinga pelo PROS. Como encara esse desafio?
Tenho certeza absoluta, inclusive quero deixar bem claro, que, o quanto me sinto honrado, agradecido, envaidecido, de representar a instituição Esporte Clube Caratinga. E agora veio esse desafio, convite por parte da deputada Rosângela Reis, que é a grande representante do partido PROS da nossa região e, talvez, em Minas. Pra quem não sabe, estou ligado à administração pública há pelo menos 16 anos diretamente, indiretamente tem até mais tempo. Meu berço foi político, desde João do Tino, meus pais, depois os meus irmãos em Imbé. E como tenho certeza que esse desafio é muito maior do que o Clube, gosto muito de frisar que foi difícil a decisão. Assim como a decisão do clube, que é uma, digamos, mini-prefeitura. Não estou querendo comparar, mas assim, como é meu escritório, meus clientes, você tem que administrar a sua casa, tudo é um aprendizado, sem dúvida. Então, a partir da hora que cheguei à conclusão, minha família me apoiou e tomamos a decisão de aceitar, coloquei para eles a seguinte questão principal, principalmente pelo conhecimento que tenho na área, contato, na área política e administrativa: se Deus quiser, posso até não ser aquele frequentador assíduo de igreja, mas tenho muita crença em Deus, então tenho a plena convicção, que não vou precisar mudar de Caratinga e não vou ficar respondendo processo a vida inteira por questões de administração pública. É claro que se a minha candidatura alcançar o êxito. Eu sei que virão outros candidatos e tenho que colocar para a população que a melhor alternativa é o Márcio Didi, é pela renovação.
Você não está com nenhum grupo político forte da cidade. Ainda assim, você se considera o nome para as eleições de 2016?
Perfeitamente. Sem falsa modéstia. Pra quem me conhece sabe o “macaqueiro” que sou, tenho o prazer de ser. Apesar de eu não ser ligado a nenhum grupo político, principalmente os maiores, em termos políticos, conheço todos eles. Tenho ligação por amizade, grupo de serviço ou por conhecimento mesmo. Quando nós optamos por uma alternativa, é porque o povo vem clamando por essa alternativa, a grande realidade é essa. Nós, políticos- agora me considero um político, estamos desgastados. Se a culpa é na esfera da união ou estadual, não vem ao caso, o fato é que, particularmente, não sei chegar num amigo, por exemplo, e já mandar um caminhão de informações em cima dele, que sou pré-candidato e ele tem que me ajudar, porque preciso do apoio dele, da família dele, dos amigos dele. Você tem que chegar, conversar normalmente e se houver a necessidade, expor que é pré-candidato, quais os seus projetos e intenções.
Por que você escolheu o PROS?
O clamor das ruas é pela novidade. Por isso escolhi o PROS, por ser um partido novo, que ainda não tem a marca de envolvimento em escândalos. Todos sabem, fui filiado a outros partidos e não que o PROS vá ser o salvador da pátria, talvez amanhã envolva em escândalos, mas está com uma proposta de renovação política, principalmente da reforma política, porque com essa quantidade de partido, o eleitor, o cidadão, ele fica até perdido. O maior fator que leva a votar em um candidato não é o partido, a gente sabe disso. O eleitor está mais exigente. Talvez nas cidades vizinhas, em menor proporção do que Caratinga. Mas, a grande realidade que na cidade a gente vê, com todo o respeito a essas pessoas que tenho o carinho de dizer que são os caciques da política, mas é o clamor por novas propostas, novos nomes e novos rumos.
O PROS já está em conversa com outros partidos, para fortalecer sua pré-candidatura?
Com certeza. Se o meu nome foi ventilado pra uma pré-candidatura, já me sinto lisonjeado, com toda humildade. E claro, como eu disse que ninguém administra sozinho, nem ganha sozinho também não. Aceito apoio, coligações, porém cada caso nos seus devidos lugares. Não posso querer administrar uma prefeitura do tamanho de Caratinga sozinho. É lógico que vou delegar para determinado secretário suas atribuições e tenho que respeitar. Assim, se a gente vier a fazer coligações, a gente está em negociação com vários partidos. Por mais que alguns falem que estão bem próximo do fechamento, isso na verdade vai ser definido na véspera das convenções, em agosto.
Quais são suas considerações finais?
Agradeço a quem se dispôs a apoiar a minha pré-candidatura. Não vou desapontá-los, peço a Deus que faça o melhor pra mim, minha família e a população de Caratinga. Se o melhor for meu nome, vou fazer a minha parte.
Márcio Didi opina sobre:
DILMA ROUSSEFF, presidente do Brasil
“Talvez uma renúncia hoje seria bom pra ela e para o Brasil”.
LULA, ex-presidente da República
“Teve seu papel na administração do país. Há quem diga que é o maior líder político, isso a gente não pode tirar das pessoas. Você tem que reconhecer, assim como outros nomes, ele teve muita coisa boa. Os prós e os contras, os altos e baixos, mas temos o que ele fez de bom a aproveitar e o que ele fez de ruim, expurgar”.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, ex-presidente da República
“Talvez o melhor administrador que está vivo. Há quem ache que é o Itamar, porque o Fernando Henrique foi ministro do Itamar, principalmente no lançamento do Plano Real. E uma coisa que inteligentemente o Lula fez foi dar sequência”.
AÉCIO NEVES, senador mineiro eleito pelo PSDB e candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais
“O senador Aécio Neves, também tenho como um excelente administrador e acredito que se não conseguirem provar as coisas que estão sendo apuradas na Lava Jato, talvez seja o próximo presidente. Mas, se conseguirem vai ter que pagar e talvez custe esse objetivo da presidência e até a carreira política”.
MAURO LOPES, deputado federal e presidente do PMDB caratinguense
“Maior liderança regional, a cada eleição melhora o número de votos e tem uma participação maciça, principalmente na municipal passada. Trabalhei tecnicamente, principalmente na eleição de Caratinga e vi que a virada do atual prefeito, foi principalmente porque o Mauro Lopes abraçou a campanha”.
ADALCLEVER LOPES, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
“Não tenho muita aproximação com Adalclever, mas já conheço politicamente e tenho comigo que foi uma das grandes surpresas agradáveis para Caratinga. O Adalclever do primeiro mandato para o de hoje foi uma mudança muito boa”.
RODRIGO DE CASTRO, deputado federal
“Teve o berço político, gosto da conduta dele, do Danilo de Castro, do Dinis Pinheiro, do Alberto Pinto Coelho, do próprio Mauro Lopes. Eles na política têm muito a questão de às vezes fazer o compromisso e cumprir. Estou dizendo principalmente nos bastidores, com seus apoiadores. Agora estou carregando o nome da Rosângela Reis e o que me fez, principalmente, assumir esse desafio com ela é essa conduta de honrar os compromissos. A política hoje não aceita mais promessas”.
MARCO ANTÔNIO JUNQUEIRA, prefeito de Caratinga
“Excelente pessoa. Como administrador talvez não esteja conseguindo implantar o programa de governo principalmente”.
ERNANI CAMPOS PORTO, ex-prefeito de Caratinga
“Tenho como o melhor prefeito da década de 90 pra cá, pós só Dário. Acho que foram os dois grandes nomes, que sobressaíram melhor na administração”.
JOÃO BOSCO PESSINE, ex-prefeito de Caratinga
“Excelente pessoa. Quando falo excelente pessoa, sem demagogia, sem hipocrisia. Costumo dizer, se a pessoa chegou num cargo desses, então é boa pessoa, bom chefe de família. Ninguém chega num cargo desses por acaso”.
ODIEL DE SOUZA, vice-prefeito de Caratinga
“Apesar de pouca aproximação, também é boa pessoa, inclusive hoje é subsecretário do estado. Fez por onde”.
WELLINGTON MOREIRA, delegado
“Foi meu professor. É muito boa praça. Tenho muito carinho por ele”.
DEUS
“Início, meio e costumo dizer que fim com Deus não tem. Quem tá com Ele não se curva de problema algum. É o primeiro de qualquer situação”.
FAMÍLIA
“Quem tem Deus tem uma grande família, por trás, na frente, rodeado”.
IMPRENSA
“Imprensa tem um papel extremamente importante. Imprensa é igual à polícia, por que você vai brigar com a polícia? Você precisa da polícia. Quando você está em um evento e vê que chega a Polícia Militar, você se sente seguro. A imprensa tem que opinar, participar, publicar. A censura já era. Não podemos viver sem ela”.