Mais dois livros de Eugênio Gomes serão lançados este ano
Por Nohemy Peixoto
CARATINGA – Em entrevista exclusiva, o professor, escritor e colunista do DIÁRIO DE CARATINGA, Eugênio Maria Gomes falou de sua obra literária e abordou, também, outros temas como Educação, Política e Corrupção.
Eugênio ainda é diretor da UNEC TV, professor e pró-reitor de Administração do Centro Universitário de Caratinga (Unec). Membro da Assembleia da Fundação Educacional de Caratinga (Funec), do Lions Itaúna, do Movimento Amigos de Caratinga (MAC), da Loja Maçônica Obreiros de Caratinga e das Academias de Letras de Caratinga e Teófilo Otoni. É o secretário de Educação e Cultura do GOB-MG.
Este ano você lançou várias obras e outras duas estão chegando. No total serão nove obras em 2016… Máquina de escrever? (risos)
Verdade (risos), a compulsão pela leitura e pela escrita continua grande (risos). No total foram sete obras: três obras, na condição de coautor e organizador (Obreiros do Conhecimento – Literatura da Loja Maçônica Obreiros de Caratinga, volume 4, escrito por maçons de várias lojas maçônicas de Caratinga e região; Obreiros em Tempo de Articulação – Literatura do GOB-MG, volume 1, escrito por maçons de várias partes do país e Além da Palavra, volume 2, escrito por professores da Fundação Educacional de
Caratinga) e quatro obras na condição de autor (Marketing Simplificado, pela Editora All Print; Dicionário de Administração Pública e Privada, pela editora Saraiva Digital; As melhores Amigas da Menina da Perna Engessada, pela editora Albatroz – volume 1 da série Maria Contando Histórias; Sem Data de Validade –crônicas, pela editora Saraiva Digital e o tradicional Radiografias do Cotidiano, volume 8, pela editora Funec. No próximo dia 19 lançarei em Caratinga o volume 2 do Sem data de Validade e o volume 2 da série Maria Contando Histórias, intitulado Miguel e a Magia do Natal.
O que o leitor pode esperar dessas novas obras?
Miguel e a Magia do Natal, assim como ocorreu com o meu primeiro livro infantil, foi ilustrado por Vinícius Goro e traz a história de um menino que tinha medo de Papai Noel, mas que perdeu o receio de se aproximar do bom velhinho ao dar asas à imaginação e perceber toda a magia do Natal. O segundo volume de Sem data de Validade é um compilado de crônicas que permanecem “atuais”, mesmo com o passar dos anos. Os dois levam a chancela da Editora Albatroz, cuja qualidade de impressão é excelente. As obras podem ser adquiridas no formato impresso e digital.
E sobre o lançamento das novas obras, o que o público pode esperar?
Faremos uma festa de lançamento diferente para essas obras, sem discursos, para não cansar os pequenos leitores, público principal da noite. Teremos a entrada dos membros da ACL – Academia Caratinguense de Letras, que chancela as duas obras e comporemos a mesa principal com as autoridades presentes, para o momento cívico. Acho importante, as pessoas cantarem o hino nacional, como forma de mostrar a grandeza do momento, da leitura e do livro. Depois, o que veremos serão momentos de magia, de encantamento, com muita música natalina, balas, algodão doce, pipoca e, claro, a doce figura de Papai Noel. Participarão dessa noite o Coral da Escola Estadual Menino Jesus de Praga, a Orquestra da Igreja Adventista e a cantora Lorena Soares.
Para 2017 o ritmo continua?
Eu penso que não (risos). Nesse segundo semestre agreguei mais atividades à minha rotina, a exemplo da direção da Unec TV e a apresentação do programa de entrevistas “Começo de Conversa”, o que tem sido muito trabalhoso. Aliás, tem sido um aprendizado essa experiência na Televisão. Definitivamente, não é fácil fazer Televisão com qualidade, e essa tem sido a nossa marca. Além disso, desenvolvi novos projetos, como o “Desapega”, a “Feira Literária”, a incursão pela Literatura Infantil, sem falar nas minhas atividades como pró-reitor de administração e professor da Unec, como colunista do nosso querido “Diário” e da participação do MAC – Movimento Amigos de Caratinga, no Lions Itaúna, nas Academias de Letras de Caratinga e Teófilo Otoni e na Maçonaria. Estou aposentado, desde meados do ano passado, mas ainda não consegui reduzir o ritmo de trabalho. Para 2017 pretendo fazê-lo e buscar um pouco mais de qualidade de vida.
Por falar em “Qualidade de Vida”, o projeto “Desapega” ganhou força e apoio…
Pois é… Um projeto nascido em uma conversa, na cozinha da minha casa, com o meu genro Alfredo, quando pensávamos em criar uma “Garagem Solidária”, assim que foi lançada nas redes sociais ganhou o apoio de muitas pessoas e se transformou em “Barraca Solidária”. A partir daí entraram como parceiros, importantes, a Unec, o Lions Clube Caratinga Itaúna e o Tiro de Guerra de Caratinga. A próxima edição acontecerá em fevereiro. Todos os dias, recebo algo para o “Desapega”, que vem acontecendo com todos os envolvidos no projeto. Esse é um projeto socioambiental que veio, definitivamente, para ficar. Precisamos, de fato, rever os nossos hábitos de consumo, parar de entulhar as nossas casas com coisas que não precisamos e ajudar a melhorar a vida no planeta. Nossos recursos naturais são finitos e, se continuarmos com esse consumismo desenfreado, as gerações futuras pagarão um preço muito alto pelo nosso descontrole. Ademais, não faz o menor sentido a pessoa se endividar, em plena crise econômica, para comprar algo que pode ser substituído por um reparo, por exemplo. Cada vez que reformamos um sofá, ajudamos o meio ambiente e economizamos.
Por falar em descontrole, em falta de dinheiro na praça, como professor do curso de Administração, particularmente como especialista em marketing, esse projeto não se choca com a economia de mercado? Por falar em economia, a situação tende a se agravar?
Esse projeto, o “Desapega”, não está voltado contra o comércio, contra a compra de produtos. Ele é um alerta para a redução do consumo desnecessário. Comprar é bom, é importante para a economia, mas não podemos levar para casa algo que não tenhamos real necessidade. Até porque, se continuarmos agindo, compulsivamente, em relação à aquisição de novos produtos, em pouco tempo as empresas não terão o que vender por conta da falta de recursos naturais disponíveis para a produção. Além disso, não faz o menor sentido juntarmos carnês nas gavetas, para adquirir aquilo que pode esperar. O Marketing Social e o Marketing Verde (ambiental) não são contra a lei de mercado, mas a favor da produção limpa, da redistribuição, do compartilhamento e da qualidade de vida. As pessoas precisam levar menos sacolas plásticas para casa e passar a olhar mais para a origem do material que compõe a estrutura do produto adquirido. Quanto à crise econômica, acredito que estamos bem perto do fundo do poço. Mesmo não me agradando muito a figura do presidente Temer, entendo que ele é um “mal necessário”. Tem sido corajoso, certamente sairá como um dos mais impopulares presidentes do país, em todos os tempos, mas deixará um legado positivo para os próximos governantes. A maioria dos nossos políticos roubou por tanto tampo e, só agora, sentimos na carne o que significou o fatídico período de “fartura econômica” do país. A maioria dos estados e municípios está quebrada. Os novos governos terão um período de muita dificuldade.
Já que você falou de roubo, de corrupção e das possíveis dificuldades dos novos governantes, não posso deixar de perguntar: o Brasil tem jeito em relação aos políticos e à corrupção?
Acredito que sim, até porque temos aprendido na carne a lutar mais pelo país e por sua gente. Aos poucos, vamos nos tornando mais conscientes dos nossos direitos e dos nossos deveres. O Judiciário brasileiro tem sido o timoneiro desse processo de reeducação cidadã e, de certa forma, tem se aproximado mais dos que buscam por justiça. Não acredito que veremos os Poderes Executivo e Legislativo, em todas as instâncias, limpos da corrupção na próxima oportunidade de mudança de seus membros, até porque o político não é um ser de outro planeta, ele sai de nosso meio, portanto teremos ainda um longo caminho para a ruptura com a corrupção neles instalada. Mas, como disse, o eleitor brasileiro está aprendendo a escolher melhor aqueles que o representa, já que percebeu, de uma forma nunca sentida, na própria pele, o resultado de suas escolhas. O governo não consegue mascarar mais, de todo, a realidade, e o cidadão tem pagado a alta conta do mau uso da coisa pública, pelos políticos.
Como você vê o próximo governo municipal?
Acredito que dependerá muito da equipe a ser formada. Além disso, ele dependerá do caminho a ser percorrido pela economia brasileira. O prefeito Marco Antônio, por exemplo, passou os últimos anos de seu mandato meio que à “míngua” em termos de recebimento de recursos financeiros para o município, com a saúde vivendo um verdadeiro caos em todo o país. Ademais, ele teve muita dificuldade de levar para o governo a qualidade técnica, em termo de servidores, que ele pretendia, o que somente conseguiu em algumas áreas. As pessoas não querem participar de governo, não querem se expor, elas sabem que se tornarão vitrines em muito pouco tempo, por uma remuneração que não compensa o desgaste, a exposição. Por isso, entendo que ele fez o que foi possível fazer. O governo não é o prefeito ou o vice-prefeito, o governo é a equipe que ele consegue montar. Nosso próximo prefeito, Dr. Welington, certamente é uma pessoa das mais preparadas para governar, mas somente conseguirá o sucesso em suas ações se conseguir montar um ótima equipe e, ainda, se ocorrer uma rápida aceleração do crescimento econômico. Eu não apenas torço por ele, mas, como cidadão farei a minha parte para que ele seja muito feliz em sua gestão.