Proprietários de academias, bares, restaurantes e lanchonetes reivindicam funcionamento dos estabelecimentos
CARATINGA- Proprietários e funcionários de academias, bares, restaurantes e lanchonetes realizaram manifestação ontem em frente ao Fórum Desembargador Faria e Sousa e à Prefeitura de Caratinga. O objetivo foi chamar atenção do Ministério Público e do executivo em relação à situação dos estabelecimentos e fazer o pedido de reabertura segura.
Estes estabelecimentos foram fechados no mês de março, no início da pandemia. A retomada das atividades foi autorizada no final do mês de abril, mas, menos de um mês depois uma liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, acatando pedido do Ministério Público, determinou a suspensão das atividades.
Dayvid Tionas, que é proprietário de uma academia, destaca que os profissionais estão parados há aproximadamente 160 dias e relata os transtornos enfrentados. “Essa manifestação é em prol de um grupo que está sendo discriminado pelos órgãos públicos, pelo Ministério Público, que são as classes de proprietários de academia, bar, lanchonete e restaurantes da cidade. Isso se deu por causa de vaidade do Ministério Público. O prefeito fez um decreto colocando que as coisas poderiam funcionar normalmente, mas o MP entendeu que não. Ele recorreu para uma juíza, que disse que o prefeito estava certo; depois recorreu novamente e o desembargador deu o sim que está fazendo com que várias famílias passem por necessidade financeira de colocar o seu sustento em casa. Nós já sabemos lidar com o covid, o Brasil não pode parar, só que esse mesmo Ministério Público que é responsável por várias comarcas só está pegando no pé de Caratinga. Queremos uma resposta dos órgãos responsáveis, porque nós precisamos trabalhar”.
Questionado sobre a proposta de reabertura das academias neste momento de pandemia, Dayvid afirma que considera algo “muito simples”. “As pessoas ainda estão com um pouco de medo de sair, então, com certeza, vai vir 40%, conseguimos isolar aparelho, colocar álcool em gel na entrada, máscara, isolar bebedouro. É muito fácil, o que pedimos é oportunidade de trabalhar e fiscalizar se realmente estamos executando o que estamos pedindo”.
Recentemente, o Governo do Estado atualizou os protocolos de reabertura das academias para aqueles municípios que façam adesão ao Plano Minas Consciente. Uma reabertura com restrições pode ocorrer quando o município estiver na onda amarela. No momento, a recomendação para a microrregião de Caratinga é a onda vermelha, em que funcionariam somente serviços essenciais. À medida que os municípios avançam no combate à doença e em relação à situação de ocupação de leitos, avança na reabertura econômica indo para onda amarela e, por fim, para a onda verde.
Até o momento, Caratinga não aderiu ao Plano. Para Dayvid, esta adesão facilitaria a reabertura das academias. “A prefeitura achou melhor não aderir ao Minas Consciente porque se aderisse alguns outros comércios teriam que fechar, porém, é ano político, para ele é muito melhor deixar alguns comércios abertos. Entretanto, justiça tem que ser feita, adere ao Minas Consciente, fecha os comércios e vamos abrindo por etapas conforme for diminuindo os casos na nossa região”.
Alder Campos, que é proprietário de um restaurante, também registrou sua indignação com a permanência do funcionamento dos estabelecimentos somente por delivery. “Em Caratinga, bares, restaurantes e academias fechados de três a cinco meses. Caratinga é a única cidade fechada, por que se Teófilo Otoni, Valadares, Inhapim, Ubaporanga, Bom Jesus do Galho, todos se encontram abertos? Nessa rixa entre Promotoria e Prefeitura, vejo que o prefeito está de mãos atadas, porque o Ministério Público manda na prefeitura. Estamos fazendo valer nosso direito, queremos uma satisfação”.
O DIÁRIO DE CARATINGA procurou o Ministério Público de Caratinga que afirmou que irá se manifestar por meio de nota. Até o fechamento desta edição, o documento não havia sido encaminhado.