O escritor Eugênio Maria Gomes lança quatro novos títulos literários
CARATINGA – A pandemia alterou a rotina da maioria das pessoas. Com o professor e escritor Eugênio Maria Gomes, não foi diferente. Durante 284 dias, por integrar o chamado grupo de risco, ele esteve em completo isolamento social. Trabalhou no sistema Home Office, produziu e compartilhou mais de cem vídeos pelas redes sociais e, claro, escreveu: foram quatro obras literárias produzidas no período. Dois, lançados recentemente, tiveram a renda destinada às atividades sociais do grupo “Anônimos do Bem”: o sétimo volume da série de crônicas “Sem data de Validade” e o sétimo volume da série infantil “Maria Contando Histórias”, com o título “Meu Melhor Aniversário”. Outros dois estão sendo lançados: “Reflexões de uma Quarentena”, escrito em parceria com o psicólogo Caio César de Farias Gomes e que já se encontra à venda no formato e-book, na Amazon e o quarto, em fase final de editoração, intitulado “Pensamentos de um Confinado – 284 dias de isolamento social”.
Nesta entrevista ele fala de seu trabalho, desse período difícil para todos nós e de seus projetos futuros.
O período de confinamento ajudou na produção literária?
Esse foi um período muito complicado, sob vários aspectos, para praticamente todo mundo. No meu caso, assim que precisei entrar em isolamento, já que faço parte do grupo de risco, fiquei meio perdido, sem saber o que fazer exatamente. Momento de reclusão total, sem saber por quanto tempo ficaria naquela situação. Nos primeiros dias, até as atividades profissionais – mesmo de forma remota -, foram suspensas. Inventei coisas para fazer em casa, organizei e reorganizei gavetas, armários, com o firme propósito de não escrever. Terminada a parte de organização da casa, passei para a pintura, pequenos reparos e, por fim, decidi que ocuparia meu tempo produzindo vídeos.
Meus primeiros 100 dias de confinamento foram retratados através de vídeos, mostrando as minhas atividades, registrando datas, levando mensagens de positividade para as pessoas, paralelamente às atividades profissionais que haviam retornado, no sistema Home Office. Depois, o lado escritor falou mais alto e comecei a colocar no papel o que ia na alma e no coração, naquele momento e também nos primeiros meses quando permaneci em ostracismo literário.
Fale um pouco sobre os dois livros já lançados este mês…
Escrevi e reuni crônicas em mais um volume da série “Sem Data de Validade” (sétimo volume) e escrevi o sétimo volume da série infantil “Maria Contando Histórias”. O livro de crônicas traz, mais uma vez, textos que abordam situações do cotidiano e do momento difícil pelo qual ainda passamos. No infantil, com o título de “Meu Melhor Aniversário”, conto a história da chegada de mais dois sobrinhos, ocorrida logo no início da pandemia e, a partir de um determinado fato, abordo a questão do “filho do coração”, do necessário distanciamento social, com uma mensagem de otimismo sobre a vida.
Os dois livros receberam o apoio cultural da Funec, do Irmãos Supermercados e do GOB-MG. O lançamento ocorreu de forma on line e toda a renda foi destinada às atividades do grupo “Anônimos do Bem”, que vem realizando um trabalho fantástico junto aos mais necessitados, nesta pandemia. Parte da edição foi reservada para destinação futura ao Coral da Escola Estadual Menino Jesus de Praga, como ocorre anualmente.
Você escreveu um livro em parceria…
Sim, com o meu sobrinho, o Caio César de Farias Gomes. Durante o período de isolamento, trocamos muitas correspondências, refletimos muito sobre tudo o que estava acontecendo, viajamos em várias ideias e aí resolvemos compilar essas nossas elucubrações em um livro, nascendo o “Reflexões de Uma Quarentena”. O livro já se encontra publicado no formato e-book, na Amazon e, em breve, será disponibilizado no formato impresso. A obra traz muito das nossas emoções, uma radiografia perfeita dos diversos sentimentos que se acomodaram em nossos corações até o dia 16 de dezembro de 2020, quando decidimos publicá-la, certos de que a pandemia estava terminando. Infelizmente não foi assim e o mundo contabiliza até hoje milhões de contaminados e de mortes, e muitos outros milhões de corações dilacerados.
Tem ainda mais um livro no forno…
Sim, já em fase de editoração. Em total isolamento social eu permaneci por 284 dias, vendo os filhos de longe, sem poder abraçar meus netos. Mesmo com as atividades no sistema remoto, ou inventando coisas para fazer, a gente sempre acha tempo para pensar mais que o tempo usual. E eu pensei muito (risos). Em cada dia eu elegi um pensamento e acabei por colocá-los no papel. Em breve apresentarei a obra “Pensamentos de um Confinado – 284 dias de isolamento social”. São reflexões que aproveitei como base para a construção de textos, para reforçar alguns conceitos ou para ter mais alguns propósitos nessa minha caminhada.
Passado o período de isolamento, a energia para escrever continua?
Terminando o isolamento social passei à fase do “distanciamento social”. Agora já retornei às atividades presenciais no trabalho, mas continuo tomando todos os cuidados necessários. Sim, claro, continuo escrevendo, com muita energia. Sempre.