CARATINGA – No início do mês, o Departamento de Fiscalização da Prefeitura de Caratinga começou a atuar dentro do código de postura do município, onde em seu artigo 178 diz que “É proibido embaraçar ou impedir por qualquer meio, o livre trânsito de pedestres ou veículos nas ruas, praças, passeios, entradas e caminhos públicos, exceto para efeito de obras públicas ou quando exigências policiais o determinarem”. No primeiro momento as fiscalizações tiveram caráter educativo e depois as notificações. Vários comércios precisam retirar mercadorias, mesas e cadeiras das calçadas e os vendedores ambulantes foram proibidos de assumirem seus pontos até que determinadas adequações fossem feitas.
A medida adotada pela prefeitura rendeu críticas, elogios e protestos. Na noite desta terça-feira (21) vários vendedores ambulantes estiveram na Câmara Municipal para pedirem apoio aos vereadores. No encontro do legislativo ficou definido que alguns vendedores ambulantes poderiam voltar ontem com o prazo de 30 dias para fazer as adequações necessárias.
Fátima Lisboa, filha do saudoso Sílvio Costa, o “Sílvio da Pipoca”, que fica na Praça Getúlio Vargas, disse que os vendedores ambulantes precisarão trabalhar com alvará de licença a título precário por 30 dias para se organizarem e agruparem mais pessoas para abrirem uma associação. “A luta foi de uma semana pedindo que nos liberassem e hoje (terça-feira, 21) nos ouviram. Trabalho com carrinho de pipoca que é herança do meu pai. Sei que onde ele estiver, está me
ajudando. Fiquei muito chocada, achei que não teríamos problema, porque meu pai é um mito na cidade, não sei se me tiraram para chamar atenção dos outros e assim nos organizarmos. Mas fico aliviada, amanhã (ontem) teremos pipoca de queijinho, água de coco e churros. Não existe cidade no Brasil sem ambulante”, disse Fátima.
Vendedora de churros na Rua Raul Soares, Fabiana Fernandes, disse que certa forma fica mais aliviada, pois foi dado o primeiro passo, embora ainda tenham muitas adequações. “A Secretaria de Meio Ambiente nos dará apoio para montar uma associação para trabalharmos mais tranquilos. Em todas as gestões ficamos inseguros, porque não é legalizado 100%, estamos olhando código de postura para nos adequar, queremos fazer tudo corretamente para ter apoio e segurança”, disse Fabiana.