Delegado de trânsito Nilson Belmiro analisa causas de acidentes fatais na região
CARATINGA – O movimento Maio Amarelo nasceu em 2014 e fomenta uma ação coordenada entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil para discutir o tema segurança viária com o objetivo de reduzir os acidentes e mortes no trânsito.
Na manhã dessa quinta-feira (12), o delegado de trânsito Nilson Belmiro apresentou um levantamento das causas de acidentes fatais na região, dentro da campanha do Maio Amarelo. “Essa campanha foi instituída a partir da década de prevenção aos acidentes de trânsito pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2011 e esses trabalhos aqui intensificados a partir de 2014, em termos de campanha educativa. Quando se fala em ‘amarelo’ é porque a cor amarela é da advertência no trânsito, que não impede a circulação de ninguém, mas avisa como circular de forma segura”, explicou o delegado.
Segundo Nilson Belmiro, dentro do objetivo educativo, foi realizado um levantamento a respeito de inquéritos no setor de crimes de trânsito, no período de um ano.
São 39 inquéritos que dizem respeito a acidentes fatais e o objetivo a partir das conclusões das investigações é entender o que mais causa mortes no trânsito na área que abrange a comarca de Caratinga, com exceção das cidades atendidas pela delegacia de Bom Jesus do Galho. “A gente tanto fala em causas, como em circunstâncias, o que causou o acidente é uma coisa, mas tem a circunstância. A causa direta, por exemplo, perdeu o controle da direção, mas perdeu porque estava correndo demais, porque não sabia dirigir. A gente conseguiu levantar algumas das principais causas com o a condução de veículo sob efeito de álcool ou drogas, condução sem habilitação, saídas de pista e manobras irregulares graves, e dentre as vítimas, predominam motociclistas”, disse o delegado.
Foram 39 casos, em que 14 envolvem motoristas ou motociclistas alcoolizados ou sob efeito de drogas ilícitas.
O delegado explica que as causas são cumulativas, tem caso que envolve motorista ou motociclista alcoolizado, mas que também está relacionado a outra causa. “A pessoa que está mais sujeita a morrer no trânsito de Caratinga, de acordo com a conclusão dessas investigações, seria um motociclista alcoolizado, sob efeito de drogas e inabilitado. A combinação dessas três causas seria mais mortal”.
Depois disso, que são 14 dos 39 casos analisados, a segunda situação fatal seria motorista inabilitado, tanto morrendo, quanto causando mortes.
A próxima circunstância é a saída de pista, com oito casos. “É muito difícil aferir o que causa, a gente sempre suspeita excesso de velocidade, falta de atenção do motorista, e em alguns casos, problema de mau estado de conservação do veículo. Tem as manobras irregulares graves, a invasão de contramão direcional, um dos acidentes que mais mata na nossa região, é a colisão frontal, mas ela não é a causa, mas uma consequência”.
Tiveram cinco casos de travessia de rodovia em trecho de faixa contínua, “o que não é permitido”, conforme explicou Nilson Belmiro.
Dois casos estão relacionados a falta ou uso inadequado do cinto de segurança, capacete ou cadeirinha, mortes que de acordo com o delegado poderiam ser facilmente evitadas.
“Tivemos alguns casos mais específicos, como motorista de ambulância provocando morte, sem ter curso especializado; colisão com animal na pista, muita gente acha que mata demais, mas tivemos um caso. E existem as causas diversas, como morte de motociclista que caiu no corredor entre dois veículos, e um adolescente ciclista pegando carona em na carroceria de caminhão. Dos 39 acidentes, em 19 os motociclistas foram vítimas, é um veículo que ocupa menos espaço, gasta menos, mas deve ser conduzido com mais cautela”, concluiu o delegado.