Filhos da Acácia comemora aniversário
CARATINGA – Instalada em um dos templos mais bonitos do estado, a Loja Maçônica Filhos da Acácia comemorou na terça-feira, 19, seu trigésimo nono aniversário em cerimônia pública e que contou com a presença, inclusive, do titular da 41ª Delegacia das Grandes Lojas de Minas Gerais, Edson Carlos Rodes. A sessão pública foi presidida pelo venerável mestre, José Clóvis Ligeiro Júnior e foi abrilhantada, também, pelas adolescentes que formam o grupo local da Ordem Internacional do Arco Íris para Meninas, organização paramaçônica que conta com o apoio de lojas da cidade jurisdicionadas às duas potências: Grandes Lojas de Minas Gerais (GLMG) e Grande Oriente do Brasil-Minas Gerais (GOB-MG).
Na avaliação do maçom Madson Andrade, que ocupa o cargo de orador da loja é “uma rica história, com muitos acertos e alguns contratempos”. Ele apresentou um extenso trabalho (que os maçons chamam de “peças de arquitetura”) em analogia com a filosofia da Maçonaria, cujos membros são tidos como pedreiros livres e, por extensão, arquitetos.
HISTÓRIA
Caratinga já contava, em 1980, com duas lojas maçônicas, a Caratinga Livre, pioneira e hoje, centenária, e a Obreiros de Caratinga, às vésperas de seus 49 anos, ambas ligadas ao GOB-MG; faltava uma das Grandes Lojas. Havia, também, o interesse dessa potência maçônica de expandir suas atividades, com a fundação de lojas em cidades onde não havia suas próprias lojas. Para tanto, duas lojas de Governador Valadares, a 13 de Maio e Lauro Sodré II enviaram a Caratinga seus próprios membros na expectativa de sucesso na missão. “A ideia não era não era cooptar outros maçons já regulares em suas lojas e potências, mas, identificar pessoas que, de algum modo, tivessem interesse na causa”, comenta Madson. Desses contatos surgiram nomes que viriam a ser iniciados e formariam a primeira diretoria da nova loja: Antonino de Barros Gomes, seu primeiro venerável; Almiro Ribeiro de Souza, primeiro vigilante; José Henrique Vieira Ribeiro, segundo vigilante; João Evangelista de Faria, orador; Carlos Roberto Pereira, secretário; Antônio Anastácio Lobo, mestre de cerimônia e Ivan Luiz de Oliveira, guarda do templo. Neste grupo pioneiro, incluem-se ainda, Alberto Correia de Lima, Luiz Eduardo de Araújo Gomes, Edison Ricardo e Carmelino Linhares Pinto. Do grupo, sobrevive apenas Luiz Eduardo, o Luizinho do Tuneca, que chegou ao veneralato anos depois. Todos passaram pelo ritual de iniciação. Alguns maçons de Valadares também ingressaram nesse grupo, mantendo dupla filiação. “Podemos dizer que ‘numa maestria maçônica’, iniciados foram fundadores e vice-versa. Uma medida ‘justa e perfeita’”, esclarece Madson. Isso por que, pela tradição maçônica, a iniciação só pode ocorrer em cerimônia própria, presidida por um venerável já instalado. A situação levou a episódio raro na maçonaria: os pioneiros foram iniciados, elevados e exaltados, chegando ao grau de mestre em uma única sessão. No caso do venerável Antonino de Barros Gomes, foi ele, de imediato, instalado, isto é, habilitado a exercer o comando da nova loja. A primeira reunião ocorreu em sua própria residência. Por dezenove anos, o templo da Caratinga Livre abrigou a Filhos da Acácia “num gesto de desprendimento pelo qual somos muito gratos”, comenta Madson. Se Luiz Eduardo é o maçom que mantém o maior número de anos (39) na Filhos da Acácia (desde a fundação, portanto) é José Batista de Lima, o Cabo Lima, o maçom mais idoso do quadro, com 81 anos de idade.
NOVO TEMPLO
Durante muitos anos, os maçons da Filhos da Acácia lutaram pelo sonho da casa própria. Adquiriram um terreno no bairro Limoeiro e partiram para a empreitada da construção, com chamamento de capital entre si, campanhas populares como o “boi no rolete”, que ficaram famosos. A fase mais difícil foi, talvez, a de acabamento. Na ocasião, exercia o veneralato, o maçom Célio Costa, tendo na direção administrativa, o também maçom Nilder Costa, coincidentemente, irmãos carnais. Não coube ao venerável Célio a honra de presidir a sessão ritualística de sagração do novo templo, mas, a seu sucessor, Ernani Campos Porto, em 29 de junho de 1999; o próprio Grão Mestre da GLMG, Thomaz Luiz Naves, veio acompanhar os trabalhos de inauguração.
Hoje, a Filhos da Acácia continua presente na ordem maçônica e na própria comunidade, tendo em seus quadros, representantes de vários segmentos sociais; ao lado da loja e sempre atuantes, as senhoras da Associação Feminina, que promovem sucessivas e vitoriosas campanhas beneficentes.
EX-VENERÁVEIS
Antonino Barros Gomes (1980/1982)
Hyram de Azevedo (1982/1986)
Ernani Campos Porto (1986/1988) (1998/2000)
Luiz Eduardo Araújo Gomes (1988/1990)
Célio Costa (1990/1992)
Ederson Caetano de Souza (1992/1994)
Darli de Carvalho Júnior (1994/1996)
Joaquim Marques Neto (1996/1998)
Raimundo Luiz Costa (2000/2002)
Carlos Augusto Ferraz Junqueira (2002/2004) (2012/2014)
Manoel Pereira Leite Neto (2004/2006)
Ary Sores da Silva (2006/2008)
José Benedito Lopes (2008/2010)
Benedito Porfírio Lima Júnior (2010/2012)
Madson Andrade Souza (2014/2016)
Fabrício de Souza Gomes (2016/2018)
José Clóvis Ligeiro Júnior (2018/2020)
ATUAL DIRETORIA
Venerável – José Clóvis Ligeiro Júnior
1º Vigilante – Eduardo Campos Porto
2º Vigilante – Claudinei Gouveia
Orador – Madson Andrade
Secretário – Nestor Avelino Leite