CARATINGA – A Polícia Militar de Meio Ambiente e veterinários da Associação Esportiva e Recreativa Usipa de Ipatinga estiveram na manhã de ontem em Caratinga para devolver à natureza um lobo-guará, que foi resgatado em Manhuaçu.
De acordo com Lélio Costa e Silva, médico veterinário da Usipa, o animal chegou ao local há 20 dias, antes já tinha sido atendido por uma clínica veterinária em Manhuaçu, e agora será solto numa região não que é informada exatamente, para sua privacidade e segurança.
O lobo-guará tinha uma grave lesão no ouvido e problema de incoordenação motora, não conseguia se manter de pé. Foi realizado todo trabalho de curativos diários e alimentação que ele come na natureza, como roedores e frutas silvestres.
A idade estimada do lobo, segundo o veterinário, é em torno de 9 a 10 anos, sendo considerado idoso. “É um animal de serrado, que está em extinção, e por conta das queimadas está chegando à região, ele caminha 15 quilômetros por noite, tem um papel importante na natureza, que é a dispersão de sementes, se alimenta de frutas silvestres e caça roedores. Ele tem agilidade para isso”, explicou o veterinário.
O tenente Moura, da 12ª Companhia de Polícia Militar de Meio Ambiente com sede em Ipatinga, afirmou que é comum o resgate desses animais na região do Vale do Aço. “Recebemos todos os dias pelo menos três chamados para fazer o resgate de animais, como existe convênio com a Usipa e IEF (Instituto Estadual de Florestas), esses animais são encaminhados para cuidados. Na região de Caratinga, como nessa época do ano tem muita queimada, estamos recebendo vários chamados, há poucos dias resgatamos um filhote de veado, que foi levado para a Usipa, mas que não resistiu e faleceu. Estamos sempre acolhendo esses animais, é importante que a população detectando a presença de animais silvestres, entre em contato primeiramente com os bombeiros que são responsáveis pelo recolhimento. Caso não consiga nós também fazemos”, disse o tenente.
O militar explicou que geralmente os animais são encontrados feridos por incêndios, ou no caso dos pássaros, por linha de cerol. Já animais que não são da região, como cascáveis e lobo-guará estão aparecendo por conta do desmatamento, causando desequilíbrio do ecossistema. “Essa época do ano alguns produtores rurais aproveitam para fazer limpeza em terrenos e usam o fogo e esse tempo é totalmente desfavorável, um vento pode levar uma fagulha para onde o produtor não quer. Em Iapu tivemos um grave incêndio provocado por uma falha na contenção de um fogo que o produtor rural estava causando. É preciso evitar fogo, queimar lixo perto de vegetações e jogar guimbas de cigarro pela janela do carro”, ressaltou o tenente Moura.