Malba Tahan é um grande escritor brasileiro. Encantou crianças e jovens com suas histórias carregadas de valores. Quando jovem, li toda a sua obra e me encantava com sua prosa agradável.
Em um de seus livros, ele conta que havia um rei muito poderoso e muito tirano. A maldade era a sua característica mais evidente. Não perdoava ninguém, principalmente os mais pobres. Certo dia, por um motivo sem importância, condenou à morte um pobre artesão, que ganhava a vida num trabalho simples. O povo inteiro ficou indignado. O rei para enganar o povo, resolveu fazer um sorteio. Arranjou dois pedaços de papel e escreveu neles a palavra condenado. O artesão deveria tirar um dos papéis. O rei sabia que só poderia sair a palavra condenado. No dia de aplicar a sentença, a população e o réu foram para a praça em frente ao palácio. Diante de todos, o rei explicou que ali estavam escritas duas palavras: condenado e absolvido. Completou dizendo que o artesão deveria tirar um dos pedaços de papel e decidir sua sorte. Todos os presentes estavam muito ansiosos. O artesão entrou e foi tirar um dos papéis. Mas ele sabia das maldades do rei, então teve uma brilhante ideia. Chegou perto das caixas com os papéis, tirou um deles, colocou-o na boca e o engoliu. O rei surpreso perguntou como faria, já que o artesão havia engolido um dos papéis. O pobre homem disse: Eu tirei o meu papel. Basta o senhor rei abrir o outro papel que restou e saberá qual foi o que eu escolhi. O rei abriu e viu a palavra condenado. Concluiu que tinha de considerar a palavra absolvido como sendo a escolha do artesão. O povo aplaudiu e o rei teve de absolver o pobre réu.
Vale a pena ler Malba Tahan. Textos simples, mas carregado de ensinamentos e criatividade. Um de seus livros “O homem que calculava” obteve um sucesso imenso no Brasil e em outros países. Basta ler para sentir o prazer da leitura.
Marilene Godinho