CARATINGA– “Keven é um jovem preto da periferia que possui cicatrizes insignes em seu rosto. Elas marcam a beleza e a rejeição de sua vida”, assim descreve a sinopse do curta-metragem, dirigido por Júlio Art Oliveira, produzido pelo Coletivo Arte cine e realizado com recursos da Lei Aldir Blanc. O filme foi selecionado e será exibido no 2º Cine Ibiapina/CE, que é um festival de cinema de nível nacional.
O 2º Cine Ibiapina – Festival de Cinema da Serra da Ibiapaba – é uma realização da prefeitura, através da Secretaria de Cultura, Turismo e Empreendedorismo. Para essa segunda edição foram inscritas 756 obras audiovisuais de 243 municípios do Brasil (dos 26 Estados e Distrito Federal), totalizando 566 curtas, 54 longas, 368 ficções, 188 documentários, 64 animações e 136 videoclipes.
O curta-metragem “Keven”, dirigido por Júlio Art Oliveira, ficou entre 108 curtas-metragens selecionados. O festival ocorrerá no primeiro trimestre do ano 2023 em formato streaming, através da plataforma do YouTube ‘2º Cine Ibiapina – Festival de Cinema da Serra da Ibiapaba’.
“As produções realizadas pelo Coletivo Arte Cine, através de lei de incentivo, estão ganhando visibilidade e agora é momento de colhermos os frutos desse esforço. Recebemos com muita alegria essa notícia. Júlio Art Oliveira é um realizador dotado de grande sensibilidade, ele trafega com facilidade por várias expressões artísticas. O curta parece revelar isso em alguma medida. Fico feliz em perceber que esse trabalho será apreciado pelo público de uma parte tão querida do Brasil”, afirma Leandro Marcos Martins, co-roteirista.
Júlio Art Oliveira, diretor, produtor e roteirista, fala sobre a satisfação em ter seu curta-metragem selecionado. “Fiquei muito feliz. Foram 756 obras audiovisuais inscritas de mais de 240 municípios do Brasil e Caratinga ficou entre os 108 curtas-metragens selecionados. Estou satisfeito em notar que o esforço pessoal e coletivo valeu a pena. Unimos pessoas com uma visão parecida e isso nos faz vencer e levar os rostos, as emoções, a inspiração e transpiração para além das montanhas que nos rodeiam”.
O diretor ainda relacionou suas influências cinematográficas. “A frase e o lema “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão”, do cineasta Glauber Rocha abriu um leque de oportunidades para o cinema brasileiro, lutando contra a falta de investimentos comparado com o cinema americano. Glauber Rocha é uma das minhas influências cinematográfica brasileira”.
Júlio Art Oliveira citou mais dois diretores como essenciais e também ‘gente da terra’ como referências. “Alfred Hitchcock foi um diretor e produtor cinematográfico britânico, tenho como referência e estudos os enquadramentos de fotográficos. Já o diretor espanhol Eduardo Casanova foi crucial para o desenvolvimento das inspirações cinematográficas dentro do meu universo dramático. Os dois diretores de cinema moradores da cidade de Caratinga, Márcio Soares e Leandro Martins, me ensinaram muito como fazer um filme. Venho trabalhando com eles há quase dez anos. E com muita observação e curiosidade, perguntando tudo sobre cinema. Também venho estudando muito e o advento da internet ajudou muito a democratização do cinema e sempre trabalhando, estudando para fazer o melhor com o que tenho nas mãos”.
E uma pergunta que não pode faltar, “como é fazer cinema no interior do Brasil? Assim, Júlio Art Oliveira classificou: “Difícil, porque não temos incentivo por parte do poder público local. Muitas vezes o grupo de cinema que eu faço parte, tinha que tirar dinheiro do próprio bolso para fazer um filme, muitas vezes filmes produzidos em Caratinga foram selecionados para vários festivais de cinema no Brasil e no exterior. Hoje com às leis de fomento à cultura por meio do governo federal, como as leis ‘Aldir Blanc’ e ‘Paulo Gustavo’ podemos expressar arte com orçamento”.
FICHA TÉCNICA