DA REDAÇÃO- Aos poucos os partidos estão articulando possíveis nomes para a disputa das Eleições Municipais 2020. Pelo PTB, um novo nome está sendo cotado e o partido está em articulações para uma provável candidata ao executivo municipal, a cantora Kennia Heloiza Teixeira, conhecida pelo seu ministério de música na Igreja Católica.
Nesta entrevista, Kennia relata sua trajetória e afirma que Caratinga precisa de representatividade feminina na política.
Fale um pouco sobre sua trajetória
Nasci em 1983 e cresci no bairro das Graças. Estudei o ensino fundamental na E. E. Isabel Vieira e o médio na E. E. José Augusto Ferreira (o Estadual) e no antigo Logus (como bolsista). Me formei em Música na UFMG, em Belo Horizonte, cidade onde morei na época dos estudos e a trabalho. Estudo Pós-graduação em Business Process Management pela PUC Minas (curso online) e empreendo. Inicie minha carreira como cantora em 1999, cantando em casamentos e montando minha primeira banda. E não há Igreja Católica desta cidade que eu já não fui, com meu violão, cantar e contribuir com o trabalho missionário e de evangelização. Posteriormente, meu trabalho ficou conhecido nacionalmente no segmento. Todas as regiões do Brasil já receberam nosso show e também Portugal, Colômbia, Austrália, Inglaterra e Finlândia. Me apresentei em variados palcos, sendo alguns deles o Credicard Hall (em São Paulo), onde lancei minha música Primavera, Mineirinho, Km de Vantagens Hall (antigo Chevrolet Hall) e Canção Nova. Atualmente tenho três álbuns autorais, sendo um deles gravado Ao Vivo, um DVD Digital, dois singles, sendo um deles lançamento e variadas participações em DVDs e CDs junto a outros artistas, inclusive em homenagem ao Papa. Como reconhecimento deste trabalho já fui contemplada três vezes com menções honrosas da Câmara Municipal de Caratinga. Também recebi quatro prêmios, um municipal (festival de música), dois nacionais e um internacional. Em 2018 e 2013, o prêmio de Cantora do Ano no Troféu Louvemos o Senhor, e em 2007, na Espanha, o prêmio de “Melhor Álbum de Música Cristã Contemporânea em Língua Portuguesa”, todos eles adquiridos por votação popular pela internet.
Por que decidiu ingressar na política?
“A verdadeira política é a mais nobre forma de se fazer o bem, porque cada ação pode beneficiar, milhares, milhões de pessoas de uma só vez”. Neste ano coloquei meu nome à disposição para a disputa a um cargo eletivo no executivo municipal, mas não é agora que estou entrando na política. Desde 2011 tenho ocupado cargos na administração pública. A primeira porta que se abriu foi na Superintendência Regional de Ensino de Caratinga, onde realizamos importantes intervenções pedagógicas na rede estadual. Também no Estado, atuei na Secretaria Estadual de Esportes e Juventude (no ano das Olimpíadas do Brasil) e na Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, além de outras atuações importantes, nas quais servi e aprendi sobre Administração Pública e Política. Por isso, fui procurada por grupos políticos da cidade e meu nome começou a ser cotado.
Como está a composição em torno do seu nome?
Tenho conversado com todos, grupos políticos, lideranças, amigos, empresários com os quais compartilho muitas ideias e propostas. Não há combinado de favores ou intuito de denegrir o trabalho de ninguém. Nossa missão é unir cidadãos de bem para trabalharmos em prol do bem comum. Precisamos colocar a cidade como centro das discussões e atuar com solidariedade, respeito e amor. “Vamos precisar de todo mundo, uma mais um é sempre mais que dois”.
Como você avalia a presença feminina no cenário político?
Em Caratinga, de acordo com o IBGE, 54% da população é constituída por mulheres. Por que somente uma, das dezessete cadeiras do Legislativo, é ocupada por uma mulher? Por que nunca tivemos uma prefeita? Cidades vizinhas já saíram na frente. Não quero incitar guerra entre gêneros, mas quero falar de representatividade. Caratinga precisa de representatividade feminina na política. Não podemos compor comissões ou chapas meramente para preencher a porcentagem exigida por lei e não trabalhar nosso protagonismo.
Você é conhecida pelo seu ministério de música na Igreja Católica. Acredita que estes anos de evangelização podem contribuir de alguma forma para a sua caminhada política?
Meu ministério envolve muitas outras questões além de somente cantar, compor e se tornar popular. Envolve comunicação, logística, gestão, atuação religiosa e cultural e sobretudo, conhecimento de mundo. Através dele, pude conhecer muitas realidades, culturas, cidades e pessoas. Tudo isso enriqueceu nossa experiência de vida. Certa vez, um amigo me disse que, visitando e morando em Israel, ele pode perceber um país que não tem nada, mas ao mesmo tempo, tem tudo. O Brasil, por sua vez, muitas vezes tem tudo, mas não tem nada. Os israelitas são bairristas e tudo que aprendem fora aplicam em sua terra. Em Caratinga, por exemplo temos um dos melhores cafés do Brasil, e ninguém sabe, nem nós mesmos. Este é o sentimento que tenho por Caratinga. Crescimento, inovação, desenvolvimento.
Qual avaliação você acha que o público tem do político, em geral, hoje?
Que são corruptos, trapaceiros e espertalhões. Eu não sou assim.
O que você deseja para Caratinga?
Desejo a eliminação de algumas situações absurdas, que não se referem a um mandato apenas, mas que se perpetuam ao longo dos anos. Alguns, menos difíceis de solucionar. Por exemplo algumas questões de logística e assistência em Saúde. Outros mais difíceis: uma cidade do porte da nossa não possuir reservatório de água para os períodos de estiagem. Mas a cereja do bolo, penso que seja a pasta de Desenvolvimento Econômico. A média de salário dos caratinguenses não chega a dois salários mínimos e somente 23% da população é ocupada. Por isso, eu desejo que construamos uma Caratinga mais próspera, com mais oportunidades e mais qualidade de vida.