Testemunhas também foram ouvidas. Processo chega a fase das alegações finais
DA REDAÇÃO – No dia 27 de fevereiro deste ano, Maria de Lourdes Benfica, 47 anos, matou o seu filho Areto Henrique da Silva, 15. O crime aconteceu na Rua do Campo, em Imbé de Minas. Na última segunda-feira (1), aconteceu a audiência de instrução e julgamento. Agora o processo segue para a fase das alegações finais.
O advogado Max Capella, que defende Maria de Lourdes, considerou proveitosa a audiência. “Foi dentro daquilo que a defesa queria e buscava. As testemunhas ouvidas mantiveram seus depoimentos e a Maria de Lourdes manteve sua versão, mesmo porque essa é a versão verdadeira. E quem trabalha com a verdade não tem como ter uma segunda versão”, argumentou Capella.
O advogado falou que o próximo passo do processo será o das alegações finais do Ministério Público. “Nesse momento o Ministério Público se manifesta sobre o que ele deseja do processo, ou seja, o que ele quer que seja feito daqui para frente: que ela seja pronunciada e julgada pelo tribunal do júri; se entendeu que ela agiu em legítima defesa ou se agiu com a tese inexigibilidade de conduta diversa, sendo que essas duas últimas situações é o que quer a defesa. O Ministério Público pode também pedir a absolvição sumária de Maria de Lourdes”, explicou Max Capella.
Após essa manifestação do MP, o processo volta para a defesa, que fará suas alegações finais. “Nossas alegações serão que ela agiu em legítima defesa própria e de terceiros, já que a filha também estava sendo agredida. Também tem a inexigibilidade de conduta diversa, que é quando não se pode exigir outra atitude, se não aquela que foi tomada”, especificou Capella.
Passada a etapa das alegações finais, o processo vai para o juiz decidir o que será feito, portanto, se Maria de Lourdes será pronunciada e julgada pelo tribunal do júri ou se será absolvida sumariamente.
Sobre a situação de sua cliente, Max Capella acredita que ela será absolvida. “Eu já busco absolvição sumária, que ela seja absolvida ainda nessa fase e que não vá ao tribunal do júri”, finalizou o advogado.
O CRIME
O crime aconteceu na “Rua do Campo”, em Imbé de Minas no dia 27 de fevereiro de 2016. Conforme reportagem divulgada pelo DIÁRIO no dia 28 de fevereiro, um vizinho, que preferiu não se identificar, contou que por volta das 2h, ouviu uma confusão na casa de Areto Henrique da Silva, 15 anos, e viu que o adolescente estava batendo na mãe Maria de Lourdes Benfica e na irmã Loredana dos Reis Gomes, 23. “Chamei o Areto. Ele disse que mataria as duas. Separei a briga e não deixei que ele continuasse batendo na irmã. Areto acalmou e pediu à mãe que comprasse para ele um tênis e um objeto para usar drogas (narguilé). Então fui embora”, disse o vizinho na ocasião, acrescentando que chamou Areto para dormir em sua casa.
Assim que o vizinho saiu a confusão recomeçou. Areto disse que mataria a irmã e não a deixaria se casar. Por volta das 7h, Loredana foi até a casa deste vizinho pedir ajuda, pois Areto estava batendo em sua mãe com chave de fenda e tinha amarrado a mulher com uma corrente usada em cachorros. Conforme Loredana, o irmão estava dizendo que mataria a mãe. Areto pegou um pedaço de pau para agredir sua mãe, mas ela conseguiu se soltar e para se defender, tomou este pedaço e atingiu a fronte de Areto. O golpe foi fatal e o jovem acabou falecendo.
De acordo com informações de populares, Areto usava drogas e constantemente arrumava confusão em casa, onde agredia a mãe e a irmã.
Maria de Lourdes chegou a ficar detida entre 27 de fevereiro e 31 de março. Atualmente ela responde o processo em liberdade.