Projeto ‘Cidadão Consciente’ desenvolvido pelo Foro Eleitoral de Caratinga tem o objetivo de conscientizar os estudantes sobre o voto. No pleito de 2016, os jovens entre 16 e 17 anos representaram pouco mais de 1% do eleitorado de Caratinga
CARATINGA- “Quem limpa as ruas da cidade?”. “Quem constrói o posto de saúde do bairro onde você mora?”. Essas foram algumas das indagações do juiz Consuelo Silveira Neto, diretor do foro eleitoral e titular da 72ª zona eleitoral de Caratinga, aos alunos de turmas do 3° ano do Ensino Médio da Escola Estadual Princesa Isabel.
O objetivo foi levar os estudantes à reflexão. Ao longo do debate, as respostas dos jovens foram convergindo para a palavra ‘impostos’, remetendo ao contribuinte, ou seja, o cidadão. Mas, para onde vão os impostos? É preciso entender quem é o responsável por gerir os tributos e qual o papel dos três poderes: executivo, legislativo e judiciário.
Estas e outras dúvidas, além de informações envolvendo o processo eleitoral foram apresentadas na primeira escola a receber o projeto ‘Cidadão Consciente’, uma parceria entre o Foro Eleitoral de Caratinga, a 6ª Superintendência Regional de Ensino, Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas (AMLM), Lions Clube Caratinga Itaúna, A.R.L.S. Obreiros de Caratinga e Fundação Educacional de Caratinga (Funec).
O ELEITORADO DE 16 E 17 ANOS
De acordo com as estatísticas disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na eleição de 2014 em Caratinga, o eleitorado era composto por 88 jovens de 16 anos e outros 247 de 17 anos, ou seja um total de 335 eleitores envolvendo esse público. Do total de 60.594 eleitores, esse valor não correspondeu a 1% do eleitorado.
Já no pleito de 2016, o eleitorado era composto por 229 jovens de 16 anos e 413 com a idade de 17 anos. Juntos representavam pouco mais de 1% do total, que foi de 61.456 eleitores. O jovem nessa faixa etária não é obrigado a votar, mas já tem o direito garantido pela Constituição.
“Nossa expectativa é de que com as palestras, em seguida com a possiblidade dos alunos participarem do concurso de redação envolvendo o tema Cidadania Consciente, possamos conscientizar o jovem de hoje da importância do papel dele numa democracia, da importância do voto, da participação ativa, para que possa ser inserido na sociedade de forma mais ativa, com isso ter o voto consciente para traçar os rumos do nosso país”, afirma o juiz Consuelo.
Conforme o magistrado, a ideia é envolver o jovem na sensação de cidadania e reflexão sobre o processo eleitoral. “Vamos dialogar com os alunos nesses encontros, mostrando para eles como funciona o poder executivo, legislativo e judiciário. Também, a Justiça Eleitoral especificamente que trata de todas essas questões, as regras das eleições. Vamos trazer aos alunos um bate papo descontraído, numa linguagem bem jovem, para que eles possam entender o funcionamento dos poderes do estado”.
O juiz da 72ª zona eleitoral enfatiza a importância de que o jovem exerça seu papel como cidadão, de forma ativa, participando do debate eleitoral. “O jovem de hoje é o adulto de amanhã. É preciso que ele já cresça com essa consciência de que faz parte da sociedade, se as coisas não estão boas, se na visão de alguns a política hoje não funciona bem é porque nós falhamos em algum momento da nossa história. É preciso que o jovem tenha consciência, porque ele pode mudar o cenário, votando conscientemente, participando da eleição, votando naquele candidato que ele entende mais apto, que seja o mais responsável, com as melhores qualidades para gerir, fazer parte de um poder”.
EXPECTATIVAS
Elaine Lucas Barroso Vieira, diretora da Escola Estadual Princesa Isabel, acredita que o projeto vai trazer importantes lições sobre o voto consciente. “Nossa escola se sentiu honrada com essa parceria. Nossos alunos receberam de uma forma muito tranquila, entendo que eles já têm uma certa consciência da necessidade de repensar essa questão de voto, da importância e da força que o voto tem, vivemos um momento muito delicado no nosso país e eles sentiram que é realmente uma temática importante, necessária e válida”.
O chefe de cartório da 72ª Zona Eleitoral, Arilson Oliveira de Carvalho, reforça que após a visita nas escolas estaduais sob jurisdição da Superintendência, a próxima etapa do projeto é o concurso de redação, que obedecerá as regras do regulamento publicado pelo Foro Eleitoral de Caratinga. Cada escola participante selecionará as três melhores redações, que serão digitadas e enviadas ao Foro Eleitoral de Caratinga.
Com a impressão do livro, contendo as 54 redações selecionadas, acontecerá a solenidade de lançamento, entrega do certificado de participação no concurso e de um exemplar do livro aos três melhores autores de cada escola participante, que também receberão um exemplar do livro e troféus de 1°, 2° e 3° lugares. Além disso, o primeiro lugar geral receberá um curso de extensão do Centro Universitário de Caratinga, à sua escolha. “Inicialmente a data para entrega das redações das escolas seria 30 de maio, porém, em virtude do prazo final para se fazer e transferir título tivemos um pequeno atraso com as palestras, que será adiado para meados de junho, uma data que iremos definir inda essa semana”, explica Arilson.
Arilson ainda destaca que a intenção é promover uma integração entre disciplinas, incentivando o desenvolvimento da escrita e a capacidade de desenvolver ideias. “Nossa proposta é que o professor de língua portuguesa juntamente com professores de filosofia, sociologia e história, trabalhem a questão do voto, conscientização dos alunos, para que eles possam produzir os textos. As escolas estão recebendo de forma muito positiva, o que nos gratifica muito, porque é um projeto inédito em nossa região. Esperamos muito sucesso, o que nos motiva para ser repetido nos próximos anos”.
Ao final da palestra, os alunos puderam manusear urnas eletrônicas, para entenderem o voto eletrônico, com o objetivo, principalmente, de tirar as dúvidas daqueles que já se alistaram para votar nas Eleições Gerais de 2018.