Crime aconteceu há 10 anos, onde uma mulher foi morta a tiros e um homem ficou gravemente ferido
CARATINGA- Foi a júri popular na última terça-feira (5), João Henrique Loures, 53 anos, acusado de cometer os crimes de homicídio e tentativa de homicídio ocorridos na tarde do dia 24 de junho de 2007. O crime aconteceu na Praça Coronel Rafael Silva Araújo, Bairro Salatiel.
De acordo com a denúncia apresentada, João Henrique, por “motivo fútil e mediante utilização de recurso que impossibilitou a defesa”, efetuou disparos de arma de fogo contra Silvana Nalva de Oliveira, que acabou falecendo. Já por “motivo fútil e mediante utilização de recurso que dificultou a defesa”, também teria atirado em direção a José Jorge Nascimento Neto, “não conseguindo consumar o crime de homicídio por circunstâncias alheias à sua vontade”.
Segundo apurado, José Jorge e Silvana estavam nas imediações do Sesi, quando João Henrique, que havia vivido em união estável com a mulher, teria chegado ao local. Ao ver sua ex-companheira acompanhada, ele teria ido à mesa onde eles bebiam cerveja e repentinamente sacado um revólver, desferindo disparos que acertaram José Jorge na cabeça e no peito.
Ainda de acordo com o relato, surpreendida com a conduta de seu ex-companheiro, a vítima se levantou e tentou fugir do local, momento em que João Henrique efetuou disparo que lhe atingiu na região da escápula. Após Silvana cair ao solo, o autor teria se aproximado e efetuado novo disparo, atingindo a região temporal da vítima. Em sequência, quando já saía do local, novamente disparou contra José Jorge, alvejando-o na região do tórax. Silvana faleceu no local, enquanto José Jorge foi socorrido e encaminhado ao hospital.
À época, o defensor do acusado pugnou pela desclassificação da acusação, decotando-se as qualificadoras do motivo fútil e do recurso que dificultou a defesa dos ofendidos, por serem “absolutamente improcedentes”.
De acordo com a sentença de pronúncia, em depoimento à polícia na época, João Henrique admitiu ter efetuado os disparos, relatando que Silvana transformou sua vida “num verdadeiro inferno”, vez que queria reatar a relação conjugal. Acrescentou, que no dia dos fatos encontrou com a mulher naquele local e diante da sua negativa em reatar a relação, ela começou a “discutir e gritar”, dizendo algumas frases ofensivas.
Ele disse que foi ficando exaltado, ao ponto de dizer a ela que se não parasse, “iria dar-lhe uma ‘coça de currião’”, quando José Jorge teria se levantado da cadeira e dito que não iria deixá-lo bater em Silvana. João ainda disse que teve início uma discussão entre o trio, tendo os dois homens trocado empurrões e que “sem pensar”, sacou a arma de fogo e efetuou vários disparos, não sabendo “quantos e não sabendo em direção de quem”.
O JÚRI
A sessão ocorreu durante todo o dia e foi presidida pelo juiz Anderson Fábio Nogueira Alves e contou com a participação da promotora Vânia Samira Doro Pereira, representando o Ministério Público (que ofereceu a denúncia); o assistente de acusação, Alexsandro Victor de Almeida e o advogado de defesa do réu, Dário José Soares Júnior.
Ao final, o Conselho de Sentença entendeu que o réu praticou o crime por violenta emoção, mas, João Henrique Loures foi condenado a 15 anos e seis meses de reclusão, pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
O advogado de defesa, que tem cinco dias para recorrer da decisão, afirmou que está avaliando se entrará com este recurso, mas destacou que considera alta a pena arbitrada, levando em consideração a decisão dos jurados.