A jovem Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos, morreu grávida de 4 meses enquanto era conduzida pela Polícia Militar (PMMG) de Governador Valadares, depois que uma ocorrência de detenção por homicídio terminou em violência.
A morte ocorreu na noite da quarta-feira (14/11). Os policiais envolvidos foram afastados e serão ouvidos. A mãe de Thainara afirma que ela e o irmão dela foram agredidos covardemente pelos policiais. Ela disse ainda que o filho, que é do espectro autista, atacou um militar, foi agredido e a irmã tentou defendê-lo.
Os policiais foram destacados para procurar por um adolescente de 15 anos suspeito de envolvimento na morte de um homem de 22 anos, no Bairro Conquista. Segundo informações da PMMG eles foram ao bairro vizinho, Vila dos Montes, e no Residencial Ibituruna souberam que o suspeito estava dentro do apartamento da mãe da jovem morta.
De acordo com a mãe de Thainara, Juciléia dos Santos da Cruz, de 46 anos, quando chegaram os militares a trataram com muita educação. “Queriam conversar com o rapaz (suspeito de homicídio). Fizeram a abordagem deles. Meu menino (irmão de Thainara) estava sentado no sofá. Pediram para ele sair. Não sei o que arrumaram com meu menino. Ele tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Ele é muito nervoso. Não sei se falaram alguma coisa com ele. Aí ele pegou e avançou no policial. Aí juntaram quatro policiais para bater nele. Dando chutes nele. Dando bicudas nele e na minha filha”, conta a mulher.
Ela conta que passou mal durante a briga e foi a última vez que viu a filha com vida e que só soube da gravidez de quatro meses quando foi ao Instituto Médico Legal para fazer a liberação do corpo. “(Os policiais) Puxaram ela (Thainara) pelo pescoço e começaram a dar socos e chutes nela. No meu menino também. Juntaram quatro policiais. Eu passei mal e uma vizinha me levou para fora do prédio. Jogaram ela (Thainara) dentro do carro de polícia e levaram ela para o hospital, mas ela já chegou morta”, disse Juciléia.
Segundo descrito na ocorrência lavrada pelos policiais militares envolvidos a ação da polícia foi uma reação a agressões sofridas.