Leonardo Tavares é suspeito de ter matado Lourdes Moreira. Crime aconteceu na noite de domingo (17). DIÁRIO entrevistou o advogado de defesa, que apresentou as alegações de seus clientes
CARATINGA – Já está no presídio de Caratinga, Leonardo Tavares Silveira, 26 anos, apontado por testemunhas e pela polícia como o autor do assassinato de Lourdes Moreira Costa Miranda, 39. O crime aconteceu na noite do último domingo (17) em um sítio no Córrego São Roque, zona rural de Caratinga. Leonardo, que também foi atingido por golpes de faca, estava no Pronto Atendimento Municipal e assim que recebeu alta, foi conduzido para o presídio.
Na manhã de ontem, a reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA conversou com Alexsandro Victor de Almeida, advogado responsável pela defesa dos envolvidos Leonardo, Carlos Roberto Tavares Filho, 19, José do Carmo Tavares Filho, 49 e o menor 16 anos. Ele comentou sobre o caso e disse que a informação trazida por seus clientes não diverge muito do que está sendo apurado no inquérito.
Para Alexsandro, a base de todo procedimento a ser apurado é que houve uma briga generalizada, em que utilizaram canivete, faca de cozinha e foice. “Todo esse fato ocorreu de um equívoco lamentável em que meus clientes estavam procurando uma casa destinada a entretenimento adulto e lá já existiu esse ponto comercial e hoje é residência de uma família”.
Ainda de acordo com o advogado, o que houve foi uma violência na repulsa da chegada dos seus clientes e decorreu em três delitos graves que são o homicídio, a tentativa de homicídio contra seu cliente Leonardo e lesões corporais recíprocas. “Uma briga generalizada que vai comprometer e trazer muita dificuldade para o processo e ação penal, que é a individualização da conduta de cada um para que atenda o princípio da razoabilidade e proporcionalidade no caso de chegar-se no édito (sentença) condenatório”.
Alexsandro ressaltou que lamenta o resultado absurdo de um caso que deveria ser banal e explicou que dentro da técnica e dos procedimentos jurídicos, esses fatos não permitem édito condenatório de ninguém. “Não se pode olvidar (esquecer) que todos agiram tomados pela violenta emoção, todos tentaram autopreservação e ninguém desejava o resultado morte. Meus clientes levaram muito susto quando souberam que uma das pessoas tinha sido levada a óbito”.
Questionado sobre como teria sido o dia de seus clientes antes de chegarem ao local da confusão, Alexsandro disse que era um dia de festa, pois um deles fazia aniversário e estavam todos juntos em família. “Eles chegaram procurando entretenimento adulto e teve uma reação violenta. Houve uma discussão generalizada, brigas discussões, empurrões, meu cliente não saiu do carro para agredir a mulher com faca, ele não tem insanidade mental, foi uma briga à noite, foram procurar diversão, no momento ninguém sabia quem tinha acertado quem”.
Alexsandro disse também que nesse caso não se aplica invasão de domicílio, pois chegaram procurando um comércio que realmente já existiu. “Isso afasta um delito qualificado, o hediondo, porque houve a briga, não houve a surpresa. Só haverá mesmo uma discussão mais minuciosa na fase de processo na justiça onde se permite o contraditório, a contraprova”.
Sobre José do Carmo, que dirigia o carro, o advogado disse que seu cliente não está foragido, “pois não há mandado de prisão contra ele e José do Carmo não teve participação no resultado morte”.
Com relação a Leonardo, que já está preso, Alexsandro disse que aguardará a entrega do auto de prisão em flagrante e saber se o juiz vai converter para prisão preventiva ou não. “Como meu cliente ficou esfaqueado no chão, não entendo que seja preventiva, mas se o juiz entender assim, pedirei soltura ou um procedimento cautelar diverso da prisão, que pode ser a domiciliar ou a limitação de algumas ocupações aqui fora”.
O advogado foi questionado se o ocorrido teve algo com envolvimento de drogas, mas ele disse que “absolutamente não existe nada em relação a isso”.