Havia uma rotina na vida de Jesus:
Durante o dia, Jesus ensinava no templo e, depois de sair, passava a noite no monte chamado das Oliveiras. E todo o povo ia de madrugada ao templo para ouvi-lo. (Lc 21.37-38)
Pelo menos, nessa etapa descrita pelo evangelista Lucas, Sua rotina era assim:
– ir ao templo para ensinar
– ir ao monte para estar com o Pai
Que etapa foi esta?
Foi antes de Ele ter sido entregue aos Seus inimigos, e algozes.
O que se destaca, primeiramente, é que o povo ia ao templo para ouvi-lo. Dia após dia. Em outras palavras, o que Ele tinha para falar acertava em cheio nas necessidades deles. E eles voltavam a cada novo dia.
A que horas eram esses encontros de ensino?
De madrugada – isto é, começavam de madrugada…
A outra parte da rotina era simples também: Ir ao monte das Oliveiras, passar a noite. – Mas como, Ele não tinha casa? – Não, mas sempre havia um lugar onde era bem recebido, e onde Ele poderia pernoitar.
Aqui, entretanto, a opção era outra: assim como o povo tinha uma hora marcada com Ele, a partir da madrugada, Ele tinha uma hora marcada com o Pai, noite adentro até a madrugada.
Longos papos, tempo para ouvir, para descansar, para ser encorajado, para desfrutar da presença maravilhosa do Pai Eterno. (Imagino só um pouquinho do que acontecia: pena, pena mesmo que ainda não havia filmadoras. Imagine uma gravação desses momentos noturnos Jesus & o Pai!)
Isso foi um pouco antes de Jesus passar pelo vale escuro – o vale do sofrimento, da rejeição, das injustiças, e da morte.
Mesmo sabendo o que o aguardava no final – apesar de nunca ter cometido mal algum a ninguém, pois sempre quis/e se esforçou para fazer o bem a todos – Ele não desistiu, não olhou para trás, não permitiu a amargura, o ressentimento, ou o câncer do ódio corroê-lo por dentro!
Toda nova manhã lá estava Ele, cheio de ternura, de compaixão, de humanidade – sofrendo com os que sofrem, e trazendo palavras de orientação, encorajamento, de conforto, de cura.
O que aprendemos deste pequeno extrato da vida do nosso Senhor?
PRIMEIRO: é somente na dependência do Pai Celestial que seremos habilitados para trazer uma palavra boa, animadora, terapêutica – que ajuda aquele que necessita, que sofre.
TAMBÉM – fica evidente que o povo precisa de líderes que os compreendem, e que estão disponíveis para eles – não importa a hora.
Eu creio que a indiferença, ou até mesmo a apatia que se observa em muita gente – em relação às coisas básicas da vida, inclusive sobre a importância de amor e compaixão em nossos relacionamentos, é porque nós, os da liderança, temos falhado – alguém falhou, e por isso, não há confiança, não há busca – só desânimo, e até desespero.
O que isso significa? Que sua atitude às vezes alienadora, caro leitor, não é culpa o povo! Eles são como ovelhas sem pastor!
Jesus, porém, é esse pastor que dá Sua vida pelo que se sente rejeitado, abandonado, esquecido, desiludido.
Precisamos, isto é, QUERO confessar HOJE – mesmo se não fui eu (mas como líder me identifico com meu colíder que falhou), confesso a MINHA FALHA de desleixe, e peço perdão a você: – Querido, querida, perdoe minha insensibilidade, meu foco errado. Você é importante para Deus, e para mim também! Eu como líder falhei com você! Me perdoe, por favor!
Queremos ser líderes que são respeitáveis, mas que primeiro dão o exemplo e respeitam a ovelha, não importa seu estado, sua cor, sua raça, sua roupagem – você é amado – acredite, sim!
O tempo do egocentrismo, de só pensar em nós, já passou. O anseio e clamor é pelo BOM PASTOR!
As igrejas de nossa região estão promovendo união e unidade através da oração – muitas reuniões de oração em vários locais. Que esse tempo de orar e de interceder nos ensine mais e mais como estar presentes, de corpo, alma e espírito, ali onde há a verdadeira necessidade!
E parabéns, pastores, pelo CRIE – Conselho Renovar das Igrejas Evangélicas!
Este Conselho é, certamente, algo que está no coração de Deus – tem a ver com esse se envolver com as pessoas carentes ao nosso redor. Muita gente será ajudada. Oro que este projeto seja abençoador, e que muitos tenham suas necessidades supridas. E, por outro lado, que muitos sejam despertados para DOAR – talvez uma calça, um casaco, ou um quilo de mantimento. A verdade: HÁ LARES COM FALTA DE TUDO!
Mais uma vez, parabéns, pastores, e continuemos a ouvir e a obedecer a voz do nosso Senhor, o bom pastor!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum [email protected]