2017 é considerado o segundo ano com o maior número de queimadas da história, considerando o período de janeiro a setembro. Por outro lado, no município houve uma queda de 40,7% nos registros
CARATINGA- O mês de setembro termina no sábado (30), mas o grande número de focos de incêndio pelo Brasil já traz recorde de toda a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), iniciada em 1999. Foram contabilizadas 95 mil queimadas até o último dia 22, considerado o maior número de focos em um mês, de todos os tempos.

O incêndio registrado no dia 16 de setembro, que atingiu o galpão de uma distribuidora foi o maior registrado nesse período em Caratinga
2017 já é considerado o segundo ano com o maior número de queimadas da história, considerando o período de janeiro a setembro, que foram contabilizados 185 mil registros.
CARATINGA
Em Caratinga, nos últimos dias também foi possível perceber o grande número de registros de focos de incêndio. Seja durante o dia ou à noite- desafiando o trabalho dos bombeiros militares, que enfrentam o perigo nestas ocorrências- os chamados são constantes e, na maioria das vezes, provocados pela cultura de colocar fogo em lixo ou mesmo em vegetação seca, o que pode provocar incêndios de grandes proporções.
Mas, de acordo com dados do Inpe, de 1° de setembro até o dia de ontem, foram registrados 50 focos de incêndio em Caratinga. No mesmo período em 2016 foram 56 focos de incêndio. Ou seja, houve uma ligeira queda nos números, se comparado ao ano passado (10,7%).
Se contabilizado do dia 1° de janeiro de 2017, já houveram 96 registros deste tipo. Por outro lado, no ano de 2016 foram 145 focos de incêndio, o que também representa uma diminuição de 40,7%.
BANCO DE DADOS DE QUEIMADAS
O Banco de Dados de Queimadas (BDQ), permite em modo interativo análises espaciais e temporais de focos de queimadas e incêndios florestais detectados operacionalmente sobre a América Latina em imagens de satélites, atualizados a cada três horas. Ele foi lançado em versão preliminar em 1° de setembro de 2016.
De acordo com o Portal, a relação foco x queimada não é direta nas imagens de satélite. Um foco indica a existência de fogo em um elemento de resolução da imagem (píxel), que varia de 1 km x 1 km até 5 km x 4 km. Neste píxel pode haver uma ou várias queimadas distintas que a indicação será de um único foco. E se uma queimada for muito extensa, ela será detectada em alguns píxeis vizinhos, ou seja, vários focos estarão associados a uma única grande queimada. “Ainda, é comum uma mesma queimada ser detectada por vários satélites. Portanto, os mapas e tabelas que apresentam todos os focos de todos os satélites sempre terão algumas repetições. Adicionalmente, em muitos casos, pela variação natural do tamanho dos píxeis entre os vários satélites, uma mesma queimada poderá ser indicada em locais com distância de alguns km conforme o satélite que a detectou”.
O sistema detecta a ocorrência de fogo, detalhes precisos do que está queimando e quanto queimou são informações impossíveis de se obter com os sensores atuais. Por último, considerando o modo regular de detecção e utilizando-se um único satélite como referência pode-se constatar tendências espaciais e temporais nas ocorrências de fogo.