Álvaro Celso Mendes*
O Brasil assiste a um verdadeiro turbilhão social, econômico e político. Numa mistura pura de nitroglicerina tentam juntar operação lava-jato, mensalão, petrolão e todo tipo de escândalo ao impeachment da presidenta Dilma. A corrupção deve ser varrida de forma definitiva da esfera do poder. As desgraças decorridas das famigeradas coligações gera o inevitável toma lá da cá. O escárnio da Petrobrás onde bilhões foram para o ralo deve ser apurado e assim como os corruptos que já estão presos, outros envolvidos que o sejam. Que se apure, que se prenda, que se moralize a forma de governar.
Daí, querer atropelar as leis, vilipendiar a Constituição, prender suspeitos que nem ainda tiveram último trânsito em julgado de suas ações, até um senador da República em exercício do mandato, sem que tenha cometido crime inafiançável ou em flagrante delito, leva-nos a tempos obscuros dos tribunais de exceção, ao nazismo, à inquisição da igreja, a tortura, o conluio de grupos organizados. Retrocedemos no tempo e maculamos os ideais de liberdade, de democracia, conquistados com sacrifício e muito sangue. Nos faz lembrar da ditadura, da opressão e da insensatez.
A presidenta tem sido alvo sistemático de um complô que de forma obscura por detrás da cortina tem o cheiro de neoliberalismo. Nada há de concreto, robusto, lógico que indique sequer um motivo para seu afastamento. Seu governo pode ter sido e possa estar sendo o pior em toda a história republicana, principalmente devido a equivocada convocação do ministro da Fazenda Joaquim Levy que sempre trabalhou para banqueiros e sempre foi um escravo do capital. Sua política desastrosa nos remeteu a tempos difíceis e o que parecia inimaginável aconteceu. A economia em frangalhos, desemprego, fome, falências, PIB em declínio e o achatamento da renda do trabalhador a níveis insuportáveis.
Há interesses internacionais de olho no nosso pré-sal, em outras fontes de energia renováveis porque nosso país é rico em recursos naturais e o mundo capitalista está ávido por isso. Com o caos, aparecem os falsos profetas aqueles mesmos que levaram o país ao arrocho salarial, privatizações, e outras formas de sufocar o trabalhador brasileiro atendendo a interesses de bancos internacionais, grandes corporações, governos de países conhecidamente por invadir nações e decapitar “ditadores” e fazerem a festa em seu, ou melhor, em território alheio. Lembram-se do Iraque? Líbia? Não precisa dizer mais nada.
O Brasil é a joia da coroa num mundo cada vez mais escasso de água e fontes de energia renováveis. A ambição desmedida e a voracidade com que o capitalismo dos neoliberais recai sobre o planeta é assustador. Seremos escravos, porque hoje somos colonizados e isso ainda não basta. Querem mais. Com o caos, a economia em frangalhos, os neoliberais poderão ditar as cartas. Salários baixos, repressão, exploração e lucros cada vez maiores e a população cada vez mais pobre e atônita.
Precisamos urgentemente que a governabilidade seja recuperada. Que a presidenta dê sequência ao seu trabalho. Que em 2018 possamos de forma legítima tirá-la através do nosso voto. O País parou. Precisa sair da inércia e buscar políticas de crescimento a fim de salvar-nos da bancarrota. Paz, respeito, seguir a constituição, respeitar os direitos fundamentais, deixar o povo trabalhar, produzir. Essa é a saída. Para terminar: Lembram-se do Japão no término da segunda guerra? Uma nação falida, dizimada, na lama. Impuseram para si o lema do trabalho pelo trabalho e hoje é uma nação que figura entre as maiores potências do planeta. Chega de feriados exagerados, chega de tentativa de golpe, arregacem as mangas, trabalhem, produzam, vamos renascer das cinzas assim como o Japão o fez. Mas nunca acima das leis e da ordem institucional. Ordem e progresso. Essa é a bandeira.
* Álvaro Celso Mendes é graduando em Direito FIC/Caratinga.