Expectativa é vacinar 34 mil animais contra Febre Aftosa; produtores também devem ficar atentos com a Raiva e Brucelose
CARATINGA– O escritório do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em Caratinga orienta aos produtores para a prevenção do rebanho contra a Febre Aftosa, Raiva e Brucelose. A reportagem conversou com a engenheira agrônoma fiscal agropecuária Márcia Andrade.
FEBRE AFTOSA
Minas Gerais adota uma nova estratégia de vacinação contra a febre aftosa neste ano. Conforme diretriz do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os órgãos de defesa agropecuária do país – que compõem o bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Aftosa (PNEFA) – deverão, na primeira etapa, vacinar bovinos e bubalinos de zero a 24 meses. Já na segunda, serão imunizados animais de todas as idades. O objetivo é garantir a oferta de imunizantes.
A inversão das etapas da campanha foi definida após análise e discussão com órgãos competentes em cada estado.
De acordo com Márcia é preciso ficar atento ainda a comprovação da vacina. “O criador tem até o dia 10 de junho para declarar a vacinação e o rebanho que existe na sua localidade. Essa declaração pode ser através do site do IMA, no portal do produtor, com sua própria senha ou cupom fiscal da compra da vacina ou presencialmente em todos os escritórios do IMA. A falta de declaração gera multa”.
A expectativa do rebanho a ser vacinado é de 34 mil animais contra a Febre Aftosa, dentre bovinos e bubalinos com idade de 0 a 24 meses. Márcia ainda destaca cuidados importantes para conservação da vacina. “A vacina tem que ser comprada em revenda registrada para este fim e tem que ser conservada, mantida a uma temperatura entre 2° e 8°, vai ser transportada em isopor com bastante gelo e mantida até o momento da vacina. Não retirar a seringa com a vacina e ficar deixando fora da caixa. Tirou, vacinou, voltou para o gelo. Importante ainda que a dose a ser aplicada são 2 ml, o local de aplicação é na tábua do pescoço e pode ser aplicada subcutânea ou intramuscular. Escolher horários mais frescos do dia para fazer a vacinação, agitar o frasco antes de colocar na seringa e trocar as agulhar”.
Minas tem o status reconhecido internacionalmente como zona livre de febre aftosa com a vacinação, o que garante a exportação da carne, movimentando o agronegócio. Mas, a vacinação continua sendo fundamental e caso não ocorra, o produtor está sujeito a penalidades. “O criador fica impedido de transitar com animais de sua propriedade e com o leite, não pode comercializar o seu rebanho. Tem também a penalidade financeira, que está quase R$ 120 por animal existente na propriedade. Lembrando que a multa não corrige a infração, tem que vacinar. Permanece a obrigatoriedade”.
OUTRAS DOENÇAS
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) confirmou o terceiro caso de raiva humana em Minas Gerais. Todos os pacientes são provenientes da área rural de Bertópolis, no Vale do Mucuri.
Esses casos acenderam o alerta da importância da vacinação do rebanho. Outra doença que também é preciso ficar atento é a brucelose, como explica Márcia. “Criadores devem vacinar todo o rebanho contra a raiva, animais domésticos, bovinos, equídeos e também as bezerras contra a brucelose, que são as de três a oito meses. Brucelose é uma zoonose, ou seja, uma doença que contamina também o ser humano. Na vaca e na mulher causa aborto a partir do sétimo mês de gestação, inflamação nas articulações do corpo e nos machos inflamação da bolsa escrotal, podendo levar à infertilidade. A vacina é uma vez na vida da bezerra e está protegida para sempre”.