Ser humano, uma expressão iniciada por um verbo irregular (ser), talvez por não ser tão fácil ser humano. Falamos tantas vezes que sem perceber, criamos um grande clichê para justificarmos todos os atos indiscretos cometidos por nós humanos. Saímos de casa todos os dias e buscamos algo diferente em outro ser, igual a nós mesmos, encontramos coisas boas e ruins, admiramos e julgamos (uma espécie de bumerangue). Nosso planeta foi criado de forma tão bela e planejada, possuindo todas as condições necessárias para a vida, consigo descrever este ato como o de um pai que planeja tudo para o nascimento do filho, comprando todos os brinquedos, decorando seu quarto, seu espaço com muito amor.
Por que temos tantas dificuldades de nos aceitarmos e aceitarmos os nossos semelhantes? Há pessoas tão apaixonadas pela causa animal que passaram a vê-los como sua prole. Que fuga desesperada de si mesmo! Poderíamos atribuir este comportamento ao fato de considerarmos todos iguais e diferentes ao mesmo tempo, Que contraditório, não? Bem, iguais todos somos, na chegada e na partida, no encontro e também na despedida. Mas em decisões podemos divergir bastante. Como entender as decisões de pessoas pacifistas como Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, Martin Luther King Jr., Abraham Lincoln e Mahatma Gandhi? Pessoas que fizeram diferença no mundo, mesmo sendo semelhantes umas às outras. O que dizer de pessoas como Adolf Hitler, Josef Stalin, Nero, Saddam Hussein? Todos os dois grupos tiveram que doar suas vidas em prol de uma causa que poderia trazer alívio e paz ou dor e sofrimento ao mundo.
Quando olhamos pra o passado vemos tamanha discrepância entre pessoas e pessoas, tentamos explicar tudo isso através da filosofia ou sociologia e tudo que conseguimos são hipóteses. Há pouco mais de vinte anos pensávamos que os problemas que afligiam a população mundial seriam resolvidos com o advento da tecnologia, que acabaria com a desigualdade e insegurança. A tecnologia não alterou nosso DNA, mas expôs nosso eu publicamente. Sendo assim posso afirmar que não mudamos nada com o passar do tempo. O tempo atual tem mostrado de forma clara o melhor e o pior de cada um de nós, se olharmos para um lado veremos alguns dedicando seu viver em favor de vidas desconhecidas, já outros tem se empenhado na busca pelo poder e glória pessoal sob o disfarce de mordomos gestores. Mas se fomos criados com perfeição, como chegamos nessa situação? Em meio a tantas ideias intelectuais, gosto de pensar que nosso poder de escolha nos levou a uma anomalia genética, que nos tornam egoístas e cruéis. E o mesmo autor da vida, que desenvolveu e criou o chamado ´´ser humano“, se preocupou em solucionar esse problema promovendo redenção e proporcionando a oportunidade de um dia todos nós estarmos juntos, seguros e convictos que errar não é mais humano.
Jonas Patrocínio de Freitas