“HOMEM-ARANHA” DE VOLTA PARA A PRISÃO
Geraldo Marcelino é detido na Bahia pela Polícia Civil. Ele estavaescondido em Caratinga e viajou para Mucuri, onde foi encontrado
CARATINGA/MUCURI-BA – As polícias Civil de Minas Gerais e da Bahia, conseguiram prender nessa sexta-feira (1), Geraldo Marcelino Moreira, o conhecido “Homem-Aranha”, condenado por três homicídios em Caratinga. A ação contou com os trabalhos do delegado Luiz Eduardo Moura Gomes e os investigadores Breder e Márcio, da PC de Minas Gerais; e o delegado Samuel Martins, responsável pela comarca de Mucuri, o investigador Sergio Leal e o assistente Neto.
“Homem-Aranha” estava foragido do sistema prisional, desde o dia 1º de julho de 2021, quando realizou um procedimento cirúrgico e não retornou na data prevista. Geraldo Marcelino solicitou a prisão domiciliar pelo prazo de 60 dias para tratamento de saúde. Tal pedido foi indeferido. Na data de 01/07/2021 ele não retornou da saída temporária. No mesmo dia foi expedido mandado de prisão.
PRISÃO NA BAHIA
De acordo com o delegado Luiz Eduardo Moura Gomes, a Polícia Civil de Minas Gerais, com apoio da PC da Bahia, conseguiu efetuar a prisão do “Homem Aranha”, foragido da justiça com mais de 61 anos de prisão a cumprir. “O Homem-Aranha praticou diversos crimes nos anos 2000, contra crianças e adolescentes que foram encontradas mortas com sinais de crueldade, e todos os corpos ocultados. Durante a semana a Polícia Civil apurou que o Homem-Aranha havia fugido da cidade de Caratinga e estava em Mucuri. A equipe da PC de Caratinga deslocou até a Bahia e conseguiu efetuar a prisão dele”, explicou o delegado.
De acordo com o delegado regional Ivan Sales, o “Homem-Aranha” ficará preso na Bahia e o judiciário decidirá onde ele cumprirá o restante da pena.
RELEMBRE O CASO
Os crimes praticados por Geraldo Marcelino Moreira ficaram marcados na história de Caratinga por ter matado quatro garotas.
O histórico de crimes começou em 2002 com desaparecimento e depois o encontro do corpo de Juliana Abdalla Guilherme, à época com 26 anos, em uma mata, onde ele teria combinado de entregar o aparelho celular do amigo dela que havia sido furtado e sido vendido para ele.
Em dezembro de 2002, Homem-Aranha foi preso com o celular, mas negava o homicídio de Juliana, porém quando interrogado pela polícia, levou os policiais em vários locais diferentes no Morro da Antena, dizendo ter deixado o corpo ali. Depois, Geraldo confessou o crime de acordo com os autos judiciais e disse que o corpo estava na “Lagoa do Sumidouro” zona rural de Caratinga, onde os policiais encontraram partes do corpo queimado e a arcada dentária, onde foi possível certificar que era de Juliana.
Ainda no ano de 2002, o desespero tomou conta de mais duas famílias e de toda a cidade. As meninas Thaís Grasielle Inácio e Natália Celeste da Silva Moraes, de 10 anos à época, desapareceram juntas. Várias campanhas para encontrá-las foram realizadas. Um primo das meninas saía em um carro com microfone pelas ruas da cidade fazendo um apelo para que fossem encontradas. Foram anos de tristeza, procura e enganos, porque em todo momento pessoas entravam em contato com a família dizendo que tinham visto as meninas em algum lugar do país.
Na época, o DIÁRIO DE CARATINGA entrevistou as mães das meninas, que por fim, a única coisa que queriam era encontrar os corpos de suas filhas para enterrar.
Foram três anos de aflição, apenas em 2005, três ossadas foram encontradas enterradas no quintal de Homem-Aranha. Tratava-se de Thaís, Natália, e acreditava-se que a outra ossada fosse de uma garota chamada Josiane Karine, que desapareceu em novembro de 2002, mas os exames deram negativos para as ossadas, e nunca mais ninguém falou do caso de Josiane.
Mesmo com evidências tão claras e ao mesmo tempo assustadoras, ‘Homem-Aranha” continuava negando a autoria dos homicídios.
As mães das meninas conseguiram enterrar as filhas, mas o estrago emocional era enorme, por saber que dentro do caixão só tinham ossos.
Em agosto de 2004, “Homem-Aranha” foi preso e levado para penitenciária de Ipaba, e condenado a 27 anos pela morte de Juliana Abdalla.
Em 28 de abril de 2011 “Homem-Aranha” foi julgado e condenado a 48 anos de prisão pelas mortes de Thaís e Natália.