Existem vários sonhos dos quais eu não sei se quero fazer parte. Existe um mundo paralelo ao meu, que eu sequer conheço. Perguntas do tipos existencialistas, tais quais Schopenhauer e Nietzsche me influenciam a ter, já não fazem tanto sentido. E é justamente a busca pelo ‘sentido’ que nos deixa louco.
A busca pelo sentido nos leva a busca de uma verdade absoluta. E lamento informar: essa verdade absoluta não existe. Moldados por um fundamentalismo pré-determinado pelas gerações anteriores à nossa, somos totalmente relativistas em relação à realidade da verdade.
Uma sociedade sofista talvez seja a definição de quem somos, e mais do que nunca, a retórica é o principal mecanismo da relativização de ideias em detrimento do pensamento puro, tal qual Sócrates defendia.
Talvez o sonho de uma sociedade utópica, idealizada por Thomas More no século XVI, seja o caminho que perseguimos. Obviamente, a utopia é algo impossível de se alcançar. Contudo, mesmo nunca que alçássemos esse nível dos sonhos, a caminhada, em si, já é de suma importância, pois é ela quem favorece a busca pela sua verdade, e reiterando Sócrates, ainda que sua verdade não seja a única.
Outrossim, o modo como alcançar essa utopia, a estrada pela qual devemos caminhar, é que o que nos divide
E como cantou Gessinger em ‘Alívio Imediato’:
Tudo se divide
Todos se separam
Paulo Bonfá
Produtor Cultural
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