Evento abordou a temática “Sua Imagem, Espelho da Sua Alma”
CARATINGA – Um espetáculo repleto de temas que levam o adolescente a refletir e entender melhor sua personalidade, os preconceitos, e a falsa imagem das pessoas ditadas pela sociedade e a mídia. Assim foi mais uma edição do projeto Atenção Integrada ao Adolescente (AIA), evento promovido pelo Genoma Caratinga no final de setembro. A iniciativa visa abordar e esclarecer temas conflituosos na adolescência e atemporais ao ser humano.
OBJETIVO DO PROJETO
O projeto teve início em 2010 com o tema “Radicalmente Contra as Drogas”. Em 2016, o projeto trabalhou tema “Corpo – Somos Feitos de Carne e Sonhos”. Neste ano o tema foi ligado ao dia a dia do adolescente “Sua Imagem, Espelho da Sua Alma”. De acordo com a coordenação da escola, o projeto é voltado para os alunos do ensino médio. “O AIA divide-se em duas etapas: num primeiro momento o evento é preparado pela escola, que traz profissionais especializados de diversas áreas para apresentarem o tema, abordar o assunto na linguagem dos adolescentes e contar suas histórias diante da temática. Já na segunda etapa, o AIA é organizado pelos próprios alunos, que, divididos em equipes, preparam uma apresentação de uma hora com o tema proposto, respeitando o regulamento do evento. As apresentações são avaliadas por uma equipe de jurados, que premia a equipe com maior pontuação”, explica a coordenação da escola.
A psicóloga do Genoma Caratinga, Geovana do Carmo Costa, disse que “o projeto buscou abordar temas que levam o adolescentes a refletir e buscar sua identidade envolvendo a aceitação de si, e a elevar sua autoestima. Os temas são escolhidos de acordo com os interesses e necessidades dos alunos. Daí a importância das palestras e apresentações artísticas sobre o tema. Foram mais de noventa alunos envolvidos”.
Liliane Aparecida Silva, diretora do Genoma Caratinga, explicou a importância do projeto AIA. “É um projeto que a cada ano trabalhamos com tema social. A escolha do tema é feita cuidadosamente. Esse ano abordamos a imagem e a aparência das pessoas, que normalmente é muito julgada e rotulada pela sociedade. Através das apresentações passamos a visão que cada ser é único, especial, e não devemos julgar e muito menos nos encaixar em rótulos ditados pela moda. Passamos a mensagem, acima de tudo, da união, aceitação das diferenças, e plena convivência em harmonia com nosso corpo e mente”, esclareceu a diretora.
A diretora-geral do Genoma, Valquélia Fernandes, alertou sobre a influência da mídia em ditar padrões para nossos pensamentos e comportamentos. “O mundo está mudando muito rápido e os adolescentes não estão conseguindo acompanhar essas mudanças. O tema deste ano é para levar essa reflexão até eles para que não deixem que a mídia imponha um padrão, mas que eles se aceitem e façam suas escolhas dentro de sua realidade e não pelas ditadas pela mídia. Todos nós somos belos do nosso jeito e devemos sermos aceitos na sociedade, para que assim sejam formados cidadãos melhores no futuro”, ressaltou a diretora-geral.
AS APRESENTAÇÕES
A equipe do 1° ano apresentou o tema “Reflexo”, que fez a plateia refletir sobre estereótipos e a necessidade de autoafirmação estipulados pela sociedade. Também foi lembrado o “Amor pela vida”. Além do show com apresentações de dança, música e palestra. O vídeo mostrou crianças sendo entrevistadas e respondendo quais mudanças fariam nelas mesmas. As crianças responderam que não mudariam nada. Conforme o público, a equipe do 1º ano foi espetacular em provar que a mídia e a sociedade nos forçam a manter padrões que não são de nossa personalidade. “Um dos pontos altos do evento, já que com toda a simplicidade das crianças, provou na prática tudo o que foi colocado sobre o tema do evento”, analisou a mãe de uma aluna do 1º ano. A cena apresentada pelas estudantes Ana Laura e Maria Fernanda onde reflexo mata sua identidade, levou a mensagem em forma de dança.
Os alunos 2º ano trabalharam o tema “A Tribo” com muita criatividade na parte artística, sem perder o foco ao passar informações relevantes sobre identidade, autoestima, respeito pelas diferenças e valorização da vida. Ao final, fizeram uma saudação de uma tribo africana que demonstra o respeito mútuo entre eles. Foram muito aplaudidas as apresentações de Lívia Junqueira e Gabriel Oliveira Lopes. A primeira fez uma apresentação musical, enquanto o segundo proferiu palestra.
“Essência” foi o tema escolhido pelos alunos do 3º ano. Na apresentação, passaram noções de valores como o respeito, confiança e união, demonstrando que o ser humano não precisa mudar sua essência para ser aceito pela sociedade. Artur Bonfim Tassar foi o orador da equipe. A encenação do suicídio de uma adolescente foi uma cena forte, levando a refletir sobre os males causados pela busca do padrão de beleza ditado pela mídia e sociedade, quando estes não são alcançados.
Após as apresentações, os jurados decidiram que quem melhor se saiu foram os alunos do 2º ano. “Para os presentes, o espetáculo foi memorável. Os alunos se prepararam e dedicaram como verdadeiros profissionais, não só as mensagens sobre o tema foram passadas de forma espetacular, mas as apresentações artísticas causaram brilho aos olhos e a alma”, avaliou a coordenação do projeto.
OPINIÕES
Familiares dos alunos prestigiaram as apresentações. Marisa Gomes, mãe de uma das estudantes que participou do projeto, falou sobre o tema escolhido. “Achei a escolha do tema acertadíssima. Os nossos jovens são muito cobrados, a sociedade e a mídia impõem a eles um padrão de beleza que muitas vezes eles não tem, causando sofrimentos. São jovens que tem muito a oferecer, mas por não se encaixarem nesse padrão, se retraem; isso atrapalha a convivência com outros, pode levar a depressão e acaba refletindo no futuro profissional. As apresentações foram lindas, inteligentes e nós leva a refletir. Acredito que será de suma importância para os adolescentes. A direção do Genoma, sua equipe e alunos estão de parabéns”.
A aluna Maria Fernanda Amorim participou das apresentações e ressaltou que o evento foi importantíssimo. “O tema foi bem escolhido e as mensagens passadas são de extrema utilidade”, disse, porém lamentou que muitas vezes as mensagens são transmitidas, “mas as pessoas não as colocam em prática”.