Eugênio Maria Gomes
O fim do ano chegou e com ele se aproxima um dos momentos mais bonitos, mágicos e emocionantes para a maioria de nós: o Natal. Natal é tempo de alegria, de renascimento, de reencontro, de reconciliação. É momento de visitar os amigos, de os parentes e de os mais íntimos se reunirem em volta da mesa. É um daqueles tempos em que deixamos a dieta de lado e nos esbaldamos nas guloseimas. É, também, um bom tempo para dar e receber abraços, para dar e receber presentes.
A história de Noel, o bom velhinho lá da Lapônia, nos conta que ele gostava de presentear as pessoas, na época do Natal, com os objetos que construía. O mercado se encarregou de transformar a data em um momento para presentear aqueles dos quais gostamos e de querer, claro, ganhar muitos presentes. Não deixa de ser algo muito bom o fato de poder fazer a alegria dos outros, dando-lhes presentes e de se alegrar, ao receber um mimo, por menor que seja.
Mas, o tempo atual exige cautela nessa mania que desenvolvemos, por várias gerações, de presentear os outros no Natal. Mais: o marketing fez que com desenvolvêssemos o desejo de dar, cada vez mais, presentes caros. Muitas pessoas se endividam com o intuito de presentear alguém, muitas vezes com algo que nem elas mesmas possuem. Sinceramente: é, no mínimo, estranho que alguém, no ano seguinte às festas natalinas, passe a pagar um carnê, mensalmente – às vezes deixando de cumprir alguns compromissos financeiros importantes -, para que outro tenha algo que não lhe seja, de fato, necessário, ainda que seja importante.
Ademais, logo após o Natal um novo ano desponta, trazendo consigo uma gama de despesas – essas sim necessárias – para todos nós: IPTU, IPVA, matriculas, materiais escolares, uniformes, pagamento de férias aos domésticos, enfim, muitos compromissos financeiros, exacerbados pelos gastos com a “virada” do ano, com viagens etc. Para quê arranjar mais dívidas com a compra de presentes caros? A não ser, claro, que você esteja com o bolso cheio. Se assim o for, não hesite em comprar muitos presentes. É bom para o ego do comprador, faz a alegria do ganhador e fortalece a economia. No entanto, a dívida, mesmo fazendo a alegria de alguns por um período, acaba no final causando desconforto para quem a contrai e, às vezes, também para quem a financia.
Não, essa não é uma campanha contra a compra de presentes, contra a alegria do dar e receber presentes. Esse é, apenas, um conselho para que você não se endivide comprando presentes caros, acaso esteja com dificuldades financeiras. Se você estiver passando por um “certo” momento de dificuldade, com pouco dinheiro disponível, compre presentes baratos, uma pequena lembrança talvez, algo que simbolize o seu bem querer por alguém, e que o deixe feliz. Porém, se estiver sem dinheiro algum, não gaste o que não tem, meu amigo. Distribua abraços, carinho e positividade.
Aliás, com ou sem dinheiro, comprando ou não presentes, aproveite o clima do Natal e procure por aquele que você não vê há muito tempo, quem sabe aquele parente distante, ou aquele amigo que anda sumido. Fale “eu te amo” para seus pais, para seus filhos, seus irmãos.
Lembre-se, sem medo de parecer piegas e sem recursos aos famosos clichês de Natal, que as coisas mais importantes da vida, na verdade não são coisas, pois não podem ser compradas, não podem ser embaladas em belas caixas, não podem ser adquiridas com cartão de crédito, nem divididas em parcelas…
Viva, gratuitamente, o que de mais belo nos oferece esse tempo, em que comemoramos o nascimento do Menino-Deus: a Paz, a Alegria e o Amor.
Feliz Natal!
Eugênio Maria Gomes é diretor da UNEC TV, professor e pró-reitor de Administração do Unec – Centro Universitário de Caratinga. Membro da Assembleia da Funec – Fundação Educacional de Caratinga, do Lions Itaúna, do MAC- Movimento Amigos de Caratinga, da Loja Maçônica Obreiros de Caratinga e das Academias de Letras de Caratinga e Teófilo Otoni. É o Secretário de Educação e Cultura do GOB-MG.